TODO AQUELE QUE CRÊ NUM DOGMA, ABDICA COMPLETAMENTE DE SUAS FACULDADES. MOVIDO POR UMA CONFIANÇA IRRESISTÍVEL E UM INVENCÍVEL MEDO DOENTIO, ACEITA A PÉS JUNTOS AS MAIS ESTÚPIDAS INVENÇÕES.

Sábado, 13 de Fevereiro de 2010

 Os idólatras da Bíblia se comportam como gladiadores, manuseando-a como espada flamejante contra os que não se arrimam nela, tendo por alvo predileto os espíritas. Entendemos que os seguidores da Doutrina Espírita não devem temer a Bíblia, nem as ameaças das penas que dela efluem, dardejadas pelos biblidólatras.

 

Carlos Imbassahy, o saudoso e combativo defensor da Doutrina, ao ser questionado sobre qual seria a Bíblia dos espíritas, respondeu sem titubear: "nenhuma". Aquela, resposta se coaduna com o pensamento espírita, uma vez que não é aquele livro a baliza para o comportamento dos seguidores de Kardec.

No seu conteúdo, a Bíblia guarda coisas boas e más, contém contradições e absurdos científicos de tal monta que não pode ser levada a sério e, muito menos causar temor aos espíritas. Como exemplo dos disparates, basta comparar o que diz o versículo 18 do Capítulo I, de João, onde está escrito: "ninguém jamais viu a Deus, o Deus unigênito que está no seio do Pai, é que o revelou".

Pois bem, aí está dito que ninguém viu a Deus; agora, leiamos o que está em Êxodo, XXXIII, versículo 11: "falava o Senhor a Moisés, face a face...".

Vê ou não vê, fala ou não fala, face a face? De qualquer modo, mostra uma das milhares de contradições do livro, que pode ser bom, mas não é a palavra de Deus e não pode servir para condenar ninguém.

Além da arca de Noé, com trezentos côvados de comprimento, por trinta de largura e quinze de altura que dá um volume aproximado de cento e trinta mil metros cúbicos, para comportar sete casais dos animais puros, dois casais dos impuros, de todos os que existiam, bem como alimento para quarenta dias e noites, da Torre de Babel, que embora indo aos Céus não deixou vestígios, da parada do sol e da lua, como absurdos científicos, temos, ainda, o conciliábulo de Deus com um espírito mentiroso, para espalhar mentiras pelo mundo e que está em I, Reis, Capítulo XXII, versículos 19 a 23, onde, entre outras besteiras, lemos: " Micaias prosseguiu: Ouve, pois, a palavra do Senhor: vi o Senhor assentado no seu trono (e veja que Deus nunca foi visto), e todo o exército do céu estava junto a ele, à sua direita e à sua esquerda. Perguntou o Senhor: quem enganará a Acabe, para que suba e caia em Ramote - Gileade? Então saiu um espírito e se apresentou diante do Senhor e disse: Eu o enganarei. Perguntou-lhe o Senhor: com o quê? Respondeu ele: sairei e serei espírito mentiroso na boca de todos os seus profetas. Disse o Senhor: tu o enganaras; e ainda prevalecerás; sai e faze-o assim. Eis que o Senhor pôs o espírito mentiroso na boca de todos estes teus profetas, e o Senhor falou o que é mau contra ti".

Crendo, como cremos, que Deus é sabedoria e bondade infinitas, não poderíamos admitir que Ele se mancomunasse com espíritos mentirosos, para espalhar mentiras e fazer o mal.

Por estas e outras, tenho a Bíblia como um livro humano, com virtudes e defeitos, não a tomando como norma de comportamento. Por isso, não devem causar temores, as ameaças de penas eternas brandidas pelos seus idólatras.

Preferimos continuar crendo num Deus de Justiça, que não mente, não faz guerra e não condena seus filhos à perdição eterna.

publicado por SÉRGIO RIBEIRO às 02:06

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