O rompimento do teólogo alemão Martinho Lutero (1483-1546) com a Igreja Católica mudou os rumos da História. Monge agostiniano graduado em Teologia, deu início à Reforma Protestante.
Já discordante de muitos pontos capitais do catecismo católico, Lutero indignou-se, por estopim, com a venda de indulgências (remissão dos pecados) praticada abertamente pelos padres e bispos. Junto a essa denúncia, ele levantou 95 teses contrária ao catolicismo, o que foi causa de sua excomunhão, conforme a bula “Decet Romanum Pontificem", assinada pelo papa Leão X, em 1521.
O luteranismo é o marco do protestantismo, embora, pequenos focos de cisão já lhe precedessem, chamados de Pré Reforma.
Ver: John Wyclif, Lollardismo, Valdenses e Hussitas.
Até então, a Igreja Católica limitava o conteúdo bíblico ao clero. O idioma oficial era o latim e a participação dos fieis nas cerimônias se balizava num simples “amém”. Com o protestantismo, a Bíblia e os cultos foram traduzidos à língua vernácula. Entre os dogmas e doutrinas negados, estão: purgatório, veneração aos santos, confissão, assunção e virgindade perpétua de Maria, adoção de imagens e a eucaristia.
Com efeito, o protestantismo moderno — cujos adeptos se intitulam “evangélicos” — é marcado por forte fanatismo — considerado maior que mesmo o dos católicos — e banalização capitalista. É paulatina a sua infiltração na política e nos meios de comunicação em massa com aplicação de pregação proselitista.
Nessas circunstâncias, os evangélicos tomam as Escrituras com o mesmo fervor que os essênios abraçavam a Torá e como os xiitas cingem o Alcorão. Na visão deles, a Bíblia é o único livro sagrado, que foi inspirada completa e perfeitamente por Deus, tudo o que precisamos para nosso bem estar — nessa vida e na outra.