TODO AQUELE QUE CRÊ NUM DOGMA, ABDICA COMPLETAMENTE DE SUAS FACULDADES. MOVIDO POR UMA CONFIANÇA IRRESISTÍVEL E UM INVENCÍVEL MEDO DOENTIO, ACEITA A PÉS JUNTOS AS MAIS ESTÚPIDAS INVENÇÕES.

Quarta-feira, 24 de Fevereiro de 2010
Neste texto estudaremos algumas passagens do Evangelho buscando compreender as palavras de Jesus, visando deixar o mais claro possível o que Ele pensava, de modo que também você, leitor, tenha elementos suficientes para tirar sua própria conclusão.
Mt 5,17-18: “Não penseis que vim revogar a lei ou os profetas; não vim para revogar, vim para cumprir. Porque em verdade vos digo: 'Até que o céu e a terra passem, nem um 'i' ou um 'til' jamais passará da lei, até que tudo se cumpra'”.
Essa é a passagem em que se apóiam para concluir que Jesus estaria confirmando toda a Bíblia. Mas, com essa fala, Ele estava apenas querendo dizer que devia se cumprir tudo que Dele está escrito na Lei e nos profetas, dizendo que nem um “i” ou nem um “til” do que ali consta deixaria de ser cumprido; isso ficará bem claro, no desenrolar desse estudo.
Lc 10,25-28: “E eis que certo homem, intérprete da lei, se levantou com intuito de por Jesus em provas, e disse-lhe: 'Mestre, que farei para herdar a vida eterna?' Então Jesus lhe perguntou: 'Que está escrito na lei? Como interpretas?' A isto ele respondeu: 'Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todas as tuas forças e de todo o teu entendimento; e amarás o teu próximo como a ti mesmo'. Então Jesus lhe disse: 'Respondeste corretamente; faze isto, e viverás'”.
Se Jesus, quando disse a respeito da Lei (Mt 5,17-18), estivesse mesmo se referindo a todo o Pentateuco mosaico, estaria em contradição com esta passagem, pois considerou como correta a resposta do intérprete, que somente disse que está escrito o: “Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todas as tuas forças e de todo o teu entendimento; e amarás o teu próximo como a ti mesmo”. Ora, na legislação de Moisés existem muitas outras coisas para se cumprirem além dessas, que, segundo os exegetas, são, ao todo, 613 normas.
Lc 16,16-17: “A lei e os profetas vigoraram até João; desde esse tempo vem sendo anunciado o evangelho do reino de Deus, e todo homem se esforça por entrar nele. E é mais fácil passar o céu e a terra, do que cair um til sequer da lei”.
Se a Lei e os profetas vigoraram até João é porque depois de João está vigorando algo diferente, uma nova legislação. Ela não é nada mais nada menos que o Evangelho, ou seja, o Novo Testamento. A questão de “cair um til sequer da lei” se refere a tudo que há nela com relação às profecias sobre a vinda de Jesus. Assim, os acontecimentos que iriam ocorrer com Ele é que seriam cumpridos e não, como querem alguns, que todas as ordenações contidas lá, devam ser rigorosamente seguidas. Até mesmo porque, como iremos ver mais adiante, especificamente algumas delas Ele as alterou profundamente, como é o caso, por exemplo, da questão do “olho por olho”.
Lc 24,25-27: “Ele então lhes disse: 'Ó homens sem inteligência, como é lento o vosso coração para crer no que os profetas anunciaram! Não era preciso que Cristo sofresse essas coisas para entrar na glória?' E partindo de Moisés começou a percorrer todos os profetas, explicando em todas as Escrituras, o que dizia respeito a ele mesmo”.
Após ressuscitar, Jesus caminha com dois discípulos que estavam indo para a aldeia de Emaús, e lhes explica o que constava nas Escrituras a respeito dele. Iniciando por Moisés, percorre todos os profetas, ou seja, esclarece-lhes somente o que era importante e que deveria ser cumprido nesse contexto. Portanto, confirma o que estamos dizendo desde o início, quer dizer, que Ele não veio revogar ou abolir as profecias a Seu respeito. Se tudo nas Escrituras fosse mesmo importante, não iria restringir-se a só explicar o que nelas diziam sobre Ele. E para provar que não estamos distorcendo os fatos, vejamos a passagem seguinte:
Lc 24,44-45: “A seguir Jesus lhes disse: 'São estas palavras que eu vos falei, estando ainda convosco, que importava se cumprisse tudo o que de mim está escrito na Lei de Moisés, nos Profetas e nos Salmos'. Então lhes abriu o entendimento para compreenderem as Escrituras”.
Veja você, caro leitor, que é perfeitamente claro o que Jesus quis dizer quanto ao cumprimento das Escrituras. Não era, portanto, tudo quanto existia nelas, mas somente importava que se cumprisse tudo o que dele estava escrito nela, ou seja, sua origem da casa de Davi, sua missão, todo o seu padecimento que culminou com sua morte na cruz e sua gloriosa ressurreição. Assim, não há como entender de outra forma, a não ser que as palavras de Jesus não sirvam para nada ou que as queiramos distorcer.
Jo 1,17: “Porque a lei foi dada por intermédio de Moisés; a graça e a verdade vieram por Jesus Cristo”.
Aqui temos uma nítida demonstração de que a Lei de Moisés não é de suma importância para os cristãos, já que a VERDADE veio por Jesus Cristo, e é a Ele que nós procuramos seguir, e não a Moisés. Não poderemos dizer que a Lei de Moisés não teve o seu valor; é claro que teve; entretanto, como diz Jesus, somente até João (Lc 16,16). Isso porque, para um povo atrasado, ela foi um fator de desenvolvimento.
Jo 1,45: “Filipe encontrou Natanael e lhe falou: 'Achamos aquele de quem escreveram Moisés na Lei e os Profetas, Jesus, filho de José de Nazaré'”.
Passagem que vem confirmar que as profecias a respeito do Messias estavam se cumprindo no momento em que Jesus inicia a sua vida pública. E era justamente nisso que os hebreus esperavam, ansiosamente, que se cumprissem as Escrituras.
Jo 7,23: “Se um homem recebe a circuncisão no sábado, para cumprir a Lei de Moisés, por que vos irritais contra mim porque curei totalmente um homem no sábado?”.
Jo 8,5-7: “Na Lei, Moisés nos manda apedrejar as adúlteras; mas tu o que dizes? ...  Jesus...  lhes disse: ‘Aquele de vós que estiver sem pecado, atire-lhe a primeira pedra'”.
Se, realmente, as leis que Moisés passou ao povo hebreu fossem todas provenientes do Criador, por que nestas duas passagens não se diz: cumprir a Lei de Deus e Na lei, Deus nos manda, respectivamente? Porque eram leis de Moisés e não provenientes da divindade. Tanto é que, na questão da adúltera, Jesus não disse ao povo para cumprir a Lei; antes, ao contrário, revoga-a, inclusive, demonstrando uma inteligência que Lhe era peculiar. Deus também nunca diria: “Não cobiçar a mulher do próximo”, mandamento que realça ser, obviamente, um produto da cultura de uma sociedade machista daquela época; nada mais que isso, sendo, portanto, da forma que está expressa, lei dos homens e não de Deus.
Paulo, em carta aos romanos, disse-lhes o seguinte:
Rm 7,5: “Enquanto viviam segundo a carne, as paixões pecaminosas, estimuladas pela Lei, produziam fruto para a morte em nossos membros”.
Podemos deduzir desta passagem, que a Lei estimulava paixões pecaminosas? Se for isto mesmo, é porque ela, a Lei, não era a VERDADE, que veio somente com Jesus. E no versículo seguinte continua:
Rm 7,6: “Mas agora, livres da Lei, estamos mortos para aquilo que nos conservava prisioneiros, de sorte, que podemos servir a Deus conforme um espírito novo e não segundo a letra antiga”.
Livres da Lei, ou seja, que não estamos mais submissos a ela. Não é claro isso? Se podemos servir a Deus conforme um espírito novo, qual seja, os ensinamentos de Jesus, por que ficar ainda apegados a Moisés (letra antiga)? O Antigo Testamento foi revogado, ou ainda queremos permanecer na dúvida?
Mt 5,19-20: “Aquele, pois, que violar um destes mandamentos, posto que dos menores, e assim ensinar aos homens, será considerado mínimo no reino dos céus; aquele, porém, que os observar e ensinar, esse será considerado grande no reino dos céus. Porque vos digo que, se a vossa justiça não exceder em muito a dos escribas e fariseus, jamais entrareis no reino dos céus”.
Nosso quadro é: Jesus na passagem evangélica do Sermão do Monte, onde inicia dizendo os novos ensinamentos que deveremos cumprir. São as verdades que Ele passa a todos nós como roteiro de vida. São apenas os mandamentos que disse para que não os violássemos. A partir dali, também, é que altera e revoga a legislação de Moisés; confirmamos isso com as passagens relativas ao capítulo 5 de Mateus, que serão colocadas logo a seguir.
Mt 5,21-22: “Ouvistes que foi dito aos antigos: 'Não matarás; e: Quem matar estará sujeito a julgamento'. Eu, porém, vos digo que todo aquele que (sem motivo) se irar contra seu irmão estará sujeito a julgamento; e quem proferir um insulto a seu irmão estará sujeito a julgamento do tribunal; e quem lhe chamar: Tolo, estará sujeito ao inferno de fogo”.
Moisés: Não matarás. Jesus: que não devemos nem mesmo irar contra ou insultar ao nosso irmão.
Mt 5,27-28: “Ouvistes que foi dito: 'Não adulterarás'. Eu, porém, vos digo: Qualquer um que olhar para uma mulher com intenção impura, no coração já adulterou com ela.
Moisés: Não adulterarás. Jesus: só o fato de olhar para uma mulher com intenção impura, já cometemos adultério.
Mt 5,31-32: “Também foi dito: 'Aquele que repudiar sua mulher, dê-lhe carta de divórcio'. Eu, porém, vos digo: Qualquer que repudiar sua mulher, exceto em caso de relações sexuais ilícitas, a expõe a tornar-se adúltera; e aquele que casar com a repudiada comete adultério.
Moisés: poder-se-ia repudiar a mulher. Jesus: se a repudiares estás expondo a mulher ao adultério.
Mt 5,33-37: “Também ouvistes que foi dito aos antigos: 'Não jurarás falso, mas cumprirás rigorosamente para com o Senhor os teus juramentos'. Eu, porém, vos digo: De modo algum jureis: Nem pelo céu, por ser o trono de Deus; nem pela terra, por ser estrado de seus pés; nem por Jerusalém, por ser cidade do grande Rei; nem jures pela tua cabeça, porque não podes tornar um cabelo branco ou preto. Seja, porém, a tua palavra: Sim, sim; não, não. O que disto passar vem do maligno”.
Moisés: Não jurarás falso. Jesus: De modo algum jureis.
Mt 5,38-42: “Ouvistes que foi dito: 'Olho por olho, dente por dente'. Eu, porém, vos digo: Não resistais ao perverso; mas a qualquer que te ferir na face direita, volta-lhe também a outra; e ao que quer demandar contigo e tirar-te a túnica, deixa-lhe também a capa. Se alguém te obrigar a andar uma milha, vai com ele duas. Dá a quem te pede, e não voltes as costas ao que deseja que lhe emprestes”.
Moisés: Olho por olho, dente por dente. Jesus: Quem te ferir na face direita, volta-lhe também a outra.
Mt 5,43-48: “Ouvistes que foi dito: 'Amarás o teu próximo e odiarás o teu inimigo'. Eu, porém, vos digo: Amai os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem; para que vos torneis filhos do vosso Pai celeste, porque ele faz nascer o seu sol sobre maus e bons, e vir chuvas sobre justos e injustos. Porque, se amardes os que vos amam, que recompensa tendes? Não fazem os publicanos também o mesmo? E se saudardes somente os vossos irmãos, que fazeis de mais? Não fazem os gentios também o mesmo? Portanto, sede vós perfeitos como perfeito é o vosso Pai celeste”.
Moisés: Odiarás o teu inimigo. Jesus: Amai os vossos inimigos.
E, objetivamente, quanto à questão da revogação do Antigo Testamento, vejamos o que encontramos de apoio a essa tese no Novo Testamento:
1Cor 15,2: “É pelo evangelho que vocês serão salvos, contanto que o guardem de modo como eu lhes anunciei; do contrário, vocês terão acreditado em vão”.
Ef 1,13: “Em Cristo, também vocês ouviram a palavra da verdade, o Evangelho que os salva”.
Paulo deixa claro que é pelo Evangelho que seremos salvos; em outras palavras, ele não aceita o Antigo Testamento como algo com que possamos nos salvar.
Hb 7,18-19: “Portanto, por um lado, se revoga a anterior ordenança, por causa de sua fraqueza e inutilidade (pois a lei nunca aperfeiçoou cousa alguma) e, por outro lado, se introduz esperança superior, pela qual nos chegamos a Deus. E, visto que não é sem prestar juramento (porque aqueles, sem juramento, são feitos sacerdotes, mas este, com juramento, por aquele que lhe disse: O Senhor jurou e não se arrependerá; Tu és sacerdote para sempre); por isso mesmo Jesus se tem tornado fiador de superior aliança”.
Hb 8,6-8.13: “Agora, com efeito, obteve Jesus ministério tanto mais excelente, quanto é ele também mediador de superior aliança instituída com base em superiores promessas. Porque, se aquela primeira aliança tivesse sido sem defeito, de maneira alguma estaria sendo buscado lugar para segunda. E, de fato, repreendendo-os, diz: Eis aí vêm dias, diz o Senhor, e firmarei nova aliança com a casa de Israel e com a casa de Judá. Quando ele diz Nova, torna antiquada a primeira. Ora, aquilo que se torna antiquado e envelhecido, está prestes a desaparecer”.
Hb 10,9: “... Desse modo, Cristo suprime o primeiro culto para estabelecer o segundo”.
Se até aqui ainda poderia existir alguma pequena sombra de dúvida, agora foi definitivamente dissipada por estas narrativas da carta aos Hebreus. Poderíamos até dizer: “quem tem ouvidos que ouça”, mas diremos quem tem olhos veja: a aliança anterior é fraca, inútil e com defeito, enquanto que a nova é superior a ela. Quanto ao “está prestes a desaparecer”, só não desapareceu ainda por causa da insistência de alguns que querem, a todo custo, manter viva a legislação de Moisés contida no Antigo Testamento. Repetindo: Porque, se aquela primeira aliança tivesse sido sem defeito, de maneira alguma estaria sendo buscado lugar para segunda.
Mc 2,18-22: “Como os discípulos de João e os fariseus estavam jejuando, foram lhe perguntar: 'Por que é que os discípulos de João e os discípulos dos fariseus jejuam, e os teus não?' Jesus lhes respondeu: 'Por acaso ficaria bem que os convidados para um casamento fizessem jejum, enquanto o esposo está com eles? Enquanto está, não convém. Mas virá um tempo em que o esposo lhes será tirado. Então sim, eles vão jejuar. Ninguém costura um remendo de pano novo em roupa velha. Do contrário o remendo novo, pelo fato de encolher, estraga a roupa velha e o rasgão fica pior. Ninguém põe vinho novo em velhos recipientes de couro. Caso contrário, o vinho arrebentaria os recipientes. Ficariam perdidos os recipientes e também o vinho. Para vinho novo, recipientes novos!'”.
Seria o mesmo que Jesus dizer: Se vocês ficarem apegados aos ensinamentos de Moisés, não conseguirão suportar nem compreender o que agora vos trago. Onde se falava sobre os jejuns? Não é no Velho Testamento, que, tanto os fariseus e quanto os discípulos de João Batista, tiravam o que seguiam? Lembremo-nos de que a Lei e os Profetas vigoraram até João” (Lc 16,16). Assim, não fica claro sua revogação por Jesus? Só não o é para os que ainda insistem em seguir Moisés. Mais claro fica quando tomamos da nota de rodapé constante do Novo Testamento, Edições Loyola, o seguinte: “Tanto o pano novo como o vinho novo são símbolos duma nova era (cf. At 10,11; Hbr 1,11; Gên 49,11-12); os cristãos devem estar animados dum espírito novo, incompatível com antigas prescrições do judaísmo já ultrapassadas” (p. 57).
Há um episódio na vida de Jesus que nos levou a formar uma forte convicção que seus ensinamentos eram superiores aos de Moisés. É a passagem em que João narra, o que se supõe como sendo, o primeiro milagre de Jesus. Apesar de termos refletido muito sobre ela, ainda não tínhamos nenhuma explicação que justificasse a atitude de Jesus em transformar água em vinho, para embebedar os convidados da festa de que participava.
Vejamos o episódio:
“No terceiro dia, houve uma festa de casamento em Caná da Galiléia, e a mãe de Jesus estava aí. Jesus também tinha sido convidado para essa festa de casamento, junto com seus discípulos. Faltou vinho e a mãe de Jesus lhe disse: 'Eles não têm mais vinho!' Jesus respondeu: 'Mulher, que existe entre nós? Minha hora ainda não chegou'. A mãe de Jesus disse aos que estavam servindo: 'Façam o que ele mandar'. Havia aí seis potes de pedra de uns cem litros cada um, que serviam para os ritos de purificação dos judeus. Jesus disse aos que serviam: 'Encham de água esses potes'. Eles encheram os potes até a boca. Depois Jesus disse: 'Agora tirem e levem ao mestre-sala'. Então levaram ao mestre-sala. Este provou a água transformada em vinho, sem saber de onde vinha. Os que serviam estavam sabendo, pois foram eles que tiraram a água. Então o mestre-sala chamou o noivo e disse: 'Todos servem primeiro o vinho bom e, quando os convidados estão bêbados, servem o pior. Você, porém, guardou o vinho bom até agora'. Foi assim, em Caná da Galiléia, que Jesus começou seus sinais. Ele manifestou a sua glória, e seus discípulos acreditaram nele”. (Jo 2,1-11).
Mas qual é o verdadeiro sentido dessa passagem? Nós o encontraremos naquilo que a pessoa encarregada da festa disse para o noivo: “Todos servem primeiro o vinho bom e, quando os convidados estão bêbados, servem o pior. Você, porém, guardou o vinho bom até agora”. Considerando que, com esse primeiro ato público, Jesus inicia a sua missão, podemos dizer que o “vinho bom guardado até agora” são os ensinamentos de Jesus, superiores aos recebidos anteriormente, por meio de Moisés que seria simbolicamente o vinho de pior qualidade, até mesmo porque, e sem querer desmerecê-los, a humanidade daquela época não estava preparada para receber vinho (ensinamento) de melhor qualidade, se assim podemos nos expressar.
Tudo o que já dissemos anteriormente sobre os ensinos de Jesus, vale para corroborar essa nossa opinião. Mas podemos ainda trazer como apoio a isso: “Em comparação com esta imensa glória, o esplendor do ministério da antiga aliança já não é mais nada” (2Cor 3,10).
Provamos que Jesus não se restringiu a só revogar os rituais e sacrifícios como alguns pensam. Provamos também que não distorcemos as narrativas da Bíblia à nossa conveniência, de que tanto nos acusam. São elas, exatamente, que nos dão uma base sólida para afirmar com absoluta certeza que:
1 – O cumprimento da lei e dos profetas a que Jesus se refere no Evangelho é apenas com relação às profecias contidas nas Escrituras sobre Ele mesmo;
2 – Que somente tem que ser cumprido da Lei: Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a ti mesmo.
3 – Que nunca disse para seguirmos toda a Lei, aqui entendida como todo o Pentateuco.
Agora, podemos responder ao questionamento inicial: O Antigo Testamento foi revogado por Jesus? Sim; sem nenhuma sombra de dúvida. E é por isso que não nos sentimos na obrigação de cumprir nada do que consta nele, até mesmo para sermos coerentes com o que pensamos e por acreditar nessa fala de Jesus: "Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida. Ninguém vai ao Pai senão por mim” (Jo 14,6). Por que Ele se colocou como sendo o caminho que conduz ao Pai e não a Moisés? É porque somente os seus ensinos é que devem ser seguidos.
Esse é o entendimento a que chegamos. Entretanto, não há como obrigar ninguém a pensar como nós. A única coisa que pedimos é para que as pessoas deixem de se apegar em demasia aos velhos ensinamentos, como se eles fossem verdadeiros. A Terra já não é mais o centro do Universo, visto que o homem, percebendo a ignorância de tal afirmativa, finalmente, aceitou a voz da Ciência. Além de que, muitas coisas não foram mudadas pelas cúpulas religiosas, justamente para que elas conservassem, a todo custo, o domínio que têm sobre o povo e, também, para que pudessem mantê-lo a todo custo. Ainda hoje encontramos as que buscam incutir a validade dos ensinamentos do Antigo Testamento não se dando conta de que “rompestes com Cristo, vós que buscais a justiça na Lei; caístes fora da graça” (Gl 5,4). Sabemos que não fazem isso por ignorância, mas por esperteza visando dominar seus “fiéis”, a fim de conseguir e manter o “poder” e o “dinheiro” na base do que podemos chamar de terrorismo religioso.
 
 
publicado por SÉRGIO RIBEIRO às 23:20

 

Dada a prova das vidas sucessivas, o caminho da existência acha-se desimpedido e traçado com firmeza e segurança. A alma vê claramente seu destino, que é a ascensão para a mais alta sabedoria, para a luz mais viva. A eqüidade governa o mundo; nossa felicidade está em nossas mãos; deixa de haver falhas no Universo, sendo seu alvo a Beleza, seus meios a Justiça e o Amor. Dissipa-se, portanto, todo o temor quimérico, todo o terror do Além. Em vez de recear o futuro, o homem saboreia a alegria das certezas eternas. Confiado no dia seguinte, multiplicam-se-lhe as forças; seu esforço para o bem será centuplicado.
Entretanto, levanta-se outra pergunta: Quais são as molas secretas por cuja via se exerce a ação da justiça no encadeamento de nossas existências?
Notemos, primeiro que tudo, que o funcionamento da justiça humana nada nos oferece que se possa comparar com a lei divina dos destinos. Esta se executa por si mesma, sem intervenção alheia, tanto para os indivíduos como para as coletividades. O que chamamos mal, ofensa, traição, homicídio, determinam nos culpados um estado de alma que os entrega aos golpes da sorte na medida proporcionada à gravidade de seus atos.
Esta lei imutável é, antes de mais nada, uma lei de equilíbrio. Estabelece a ordem no mundo moral, da mesma forma que as leis de gravitação e da gravidade asseguram a ordem e o equilíbrio no mundo físico. Seu mecanismo é, ao mesmo tempo, simples e grande. Todo mal se resgata pela dor. O que o homem faz de acordo com a lei do bem, proporciona-lhe tranqüilidade e contribui para sua elevação; toda violação provoca sofrimento. Este prossegue a sua obra interior; cava as profundidades do ser; traz para a luz os tesouros de sabedoria e beleza que ele contém e, ao mesmo tempo, elimina os germens malsãos. Prolongará sua ação e voltará à carga por tanto tempo quanto for necessário até que ele se expanda no bem e vibre uníssono com as forças divinas; mas, na prossecução dessa ordem grandiosa, compensações estarão reservadas à alma. Alegrias, afeições, períodos de descanso e felicidade alternarão, no rosário das vidas, com as existências de luta, resgate e reparação. Assim, tudo é regulado, disposto com uma arte, uma ciência, uma bondade infinitas na Obra Providencial.
No princípio de sua carreira, em sua ignorância e fraqueza, o homem desconhece e transgride muitas vezes a Lei. Daí as provações, as enfermidades, as servidões materiais, mas, desde que se instrui, desde que aprende a pôr os atos de sua vida em harmonia com a Regra Universal, “ipso facto”  é cada vez menos presa da adversidade.
Os nossos atos e pensamentos traduzem-se em movimentos vibratórios, e seu foco de emissão, pela repetição freqüente dos mesmos atos e pensamentos, transforma-se, pouco a pouco, em poderoso gerador do bem ou do mal.
O ser classifica-se assim a si mesmo pela natureza das energias de que se torna o centro irradiador, mas, ao passo que as forças do bem se multiplicam por si mesmas e aumentam incessantemente, as forças do mal destroem-se por seus próprios efeitos, porque esses efeitos voltam para sua causa, para seu centro de emissão e traduzem-se sempre em conseqüências dolorosas. Estando o mau, como todos os seres, sujeito a impulsão evolutiva, vê por isso aumentar-se forçosamente sua sensibilidade.
As vibrações de seus atos, de seus pensamentos maus, depois de haverem efetuado sua trajetória, volvem a ele, mais cedo ou mais tarde, e o oprimem, o apertam no necessidade de reformar-se.
Este fenômeno pode explicar-se cientificamente pela correlação das forças, pela espécie de sincronismo vibratório que faz voltar sempre o efeito à sua causa. Temos demonstração disso no fato bem conhecido de, em tempo de epidemia, de contágio, serem principalmente as pessoas, cujas forças vitais se harmonizam com as causas mórbidas em ação, as atacadas, ao passo que os indivíduos dotados de vontade firme e isentos de receio ficam geralmente indenes.
Sucede o mesmo na ordem moral. Os pensamentos de ódio e vingança, os desejos de prejudicar, provenientes do exterior, só podem agir sobre nós e influenciar-nos desde que encontrem elementos que vibrem uníssonos com eles. Se nada existir em nós de similar, estas forças ruins resvalam sem nos penetrarem, volvem para aquele que as projetou para, por sua vez, o ferirem, quer no presente quer no futuro, quando circunstâncias particulares as fizerem entrar na corrente do seu destino.
Há, pois, na lei de repercussão dos atos, alguma coisa mecânica, automática na aparência. Entretanto, quando implica acerbas expiações, reparações dolorosas, grandes Espíritos intervêm para regular-lhe o exercício e acelerar a marcha das almas em via de evolução. Sua influência faz-se principalmente sentir na hora da reencarnação, a fim de guiar estas almas em suas escolhas, determinando as condições e os meios favoráveis à cura de suas enfermidades morais e ao resgate das faltas anteriores.
Sabemos que não há educação completa sem a dor. Colocando-nos neste ponto de vista, é necessário livrarmo-nos de ver, nas provações e dores da Humanidade, a conseqüência exclusiva de faltas passadas. Todos aqueles que sofrem não são forçosamente culpados em via de expiação. Muitos são simplesmente Espíritos ávidos de progresso, que escolheram vidas penosas e de labor para colherem o benefício moral que anda ligado a toda pena sofrida.
Contudo, em tese geral, é do choque, é do conflito do ser inferior, que não se conhece ainda, com a lei da Harmonia, que nasce o mal, o sofrimento. É pelo regresso gradual e voluntário do mesmo ser a esta Harmonia que se restabelece o bem, isto é, o equilíbrio moral. Em todo pensamento, em toda obra há ação e reação e esta é sempre proporcional em intensidade à ação realizada. Por isso podemos dizer: o ser colhe exatamente o que semeou.
Colhe-o, efetivamente, pois que, por sua ação contínua, modifica sua própria natureza, depura ou materializa o seu invólucro fluídico, o veículo da alma, o instrumento que serve para todas as suas manifestações e no qual é calcado, modelado o corpo físico em cada renascimento.
Nossa situação no Além resulta, como vimos precedentemente, das ações repetidas que nossos pensamentos e nossa vontade exercem constantemente sobre o perispírito. Segundo sua natureza e objetivo, vão-no transformando pouco a pouco num organismo sutil e radiante, aberto às mais altas percepções, às sensações mais delicadas da vida do Espaço, capaz de vibrar de forma harmoniosa com Espíritos elevados e de participar das alegrias e impressões do Infinito. No sentido inverso, farão dele uma forma grosseira, opaca, acorrentada à Terra por sua própria materialidade e condenada a ficar encerrada nas baixas regiões.
Esta ação contínua do pensamento e da vontade, exercida no decorrer dos séculos e das existências sobre o perispírito, faz-nos compreender como se criam e desenvolvem nossas aptidões físicas, assim como as faculdades intelectuais e as qualidades morais.
Nossas aptidões para cada gênero de trabalho, a habilidade, a destreza em todas as coisas são o resultado de inumeráveis ações mecânicas acumuladas e registradas pelo corpo sutil, do mesmo modo que todas as recordações e aquisições mentais estão gravadas na consciência profunda. Ao renascer, estas aptidões são transmitidas, por uma nova educação, da consciência externa aos órgãos materiais. Assim se explica a habilidade consumada e quase nativa de certos músicos e, em geral, de todos aqueles que mostram, em um domínio qualquer, uma superioridade de execução que surpreende à primeira vista.
Sucede o mesmo com as faculdades e virtudes, com todas as riquezas da alma adquiridas no decurso dos tempos. O gênio é um longo e imenso esforço na ordem intelectual e a santidade foi conquistada à custa de uma luta secular contra as paixões e as atrações inferiores.
Com alguma atenção poderíamos estudar e seguir em nós o processo da evolução moral. De cada vez que praticamos uma boa ação, um ato generoso, uma obra de caridade, de dedicação, a cada sacrifício do “eu”, não sentimos uma espécie de dilatação interior? Alguma coisa parece expandir-se em nós; uma chama acende-se ou aviva-se nas profundezas do ser.
Esta sensação não é ilusória. O Espírito ilumina-se a cada pensamento altruísta, a cada impulso de solidariedade e de amor puro. Se estes pensamentos e atos se repetem, se multiplicam, se acumulam, o homem acha-se como que transformado ao sair de sua existência terrestre; a alma e seu invólucro fluídico terão adquirido um poder de radiação mais intenso.
No sentido contrário, todo pensamento ruim, todo ato criminoso, todo hábito pernicioso provoca um estreitamento, uma contração do ser psíquico, cujos elementos se condensam, entenebrecem, carregam de fluidos grosseiros.
Os atos violentos, a crueldade, o homicídio e o suicídio produzem no culpado um abalo prolongado, que se repercute, de renascimento em renascimento, no corpo material, e traduz-se em doenças nervosas, tiques, convulsões e até deformidades, enfermidades ou casos de loucura, consoante a gravidade das causas e o poder das forças em ação. Toda transgressão da lei implica diminuição, mal-estar, privação de liberdade.
As vidas impuras, a luxúria, a embriaguez e a devassidão conduzem-nos a corpos débeis, sem vigor, sem saúde, sem beleza. O ser humano que abusa de suas forças vitais, por si mesmo se condena a um futuro miserável, a enfermidades mais ou menos cruéis.
Às vezes a reparação se efetua numa longa vida de sofrimentos, necessária para destruir em nós as causas do mal, ou, então, numa existência curta e difícil, terminada por morte trágica. Uma atração misteriosa reúne às vezes os criminosos de lugares muito afastados num dado ponto para feri-los em comum. Daí as catástrofes célebres, os naufrágios, os grandes sinistros, as mortes coletivas, tais como o desastre de Saint-Gervais, o incêndio do Bazar de Caridade, a explosão de Courrières, a do “Iena”, o naufrágio do “Titanic”, do “Ireland”, etc.
Explicam-se assim as existências curtas; são o complemento de vidas precedentes, terminadas muito cedo, abreviadas prematuramente por excessos, abusos ou por qualquer outra causa moral, e que, normalmente, deveriam ter durado mais.
Não devem ser incluídas em tais casos as mortes de crianças em tenra idade. A vida curta de uma criança pode ser uma provação para os pais, assim como para o Espírito que quer encarnar. Em geral, é simplesmente uma entrada falsa no teatro da vida, quer por causas físicas, quer por falta de adaptação dos fluidos. Em tal caso, a tentativa de encarnação renova-se, pouco depois, no mesmo meio; reproduz-se até completo êxito, ou, então, se as dificuldades são insuperáveis, se efetua num meio mais favorável.
(Léon Denis).   
publicado por SÉRGIO RIBEIRO às 23:17

 
  
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O homem é um ser complexo. Nele se combinam três elementos para formar uma unidade viva, a saber:
O corpo, envoltório material temporário, que abandonamos na morte como vestuário usado;
O perispírito, invólucro fluídico permanente, invisível aos nossos sentidos naturais, que acompanha a alma em sua evolução infinita, e com ela se melhora e purifica;
A alma, princípio inteligente, centro da força, foco da consciência e da personalidade. 
A alma, desprendida do corpo material e revestida do seu invólucro sutil, constitui o Espírito, ser fluídico, de forma humana, liberto das necessidades terrestres, invisível e impalpável em seu estado normal. O Espírito não é mais que um homem desencarnado. Todos tornaremos a ser Espíritos. A morte restitui-nos à vida do espaço. 
Que se passa no momento da morte?
Como se desprende o Espírito da sua prisão material?
Que impressões, que sensações o esperam nessa ocasião temerosa? 
É isso o que interessa a todos conhecer, porque todos cumprem essa jornada. A vida foge-nos a todo instante: nenhum de nós escapará a morte.
Deixando sua residência corpórea, o Espírito purificado pela dor e pelo sofrimento, vê sua existência passada recuar, afastar-se pouco a pouco com seus amargores e ilusões; depois, dissipar-se como as brumas que a aurora encontra estendidas sobre o solo e que a claridade do dia faz desaparecer. O Espírito acha-se, então, como que suspenso entre duas sensações: a das coisas materiais que se apagam e a da vida nova que se lhe desenha à frente. Entrevê essa vida como através de um véu, cheia de encanto misterioso, temida e desejada ao mesmo tempo. Após, expande-se a luz, não mais a luz solar que nos é conhecida, porém uma luz espiritual, radiante, por toda parte disseminada.
Pouco a pouco o inunda, penetra-o, e, com ela, um tanto de vigor, de remoçamento e de serenidade. O Espírito mergulha nesse banho reparador. Aí se despoja de suas incertezas e de seus temores. Depois, seu olhar destaca-se da Terra, dos seres lacrimosos que cercam seu leito mortuário, e dirige-se para as alturas. Divisa os céus imensos e outros seres amados, amigos de outrora, mais jovens, mais vivos, mais belos que vêm recebê-lo, guiá-lo no seio dos espaços. Com eles caminha e sobe às regiões etéreas que seu grau de depuração permite atingir. Cessa, então, sua perturbação, despertam faculdades novas, começa o seu destino feliz.
A entrada em uma vida nova traz impressões tão variadas quanto o permite a posição moral dos Espíritos.
 
Extraído do livro “Depois da Morte” de Léon Denis.
 

publicado por SÉRGIO RIBEIRO às 23:15

 

 
 
Às dezenove horas do dia 3 de outubro de 1804, na casa do magistrado Jean-Baptiste-Antoine Rivail, localizada na cidade de Lyon, Rue Sala, 76 na França, sua esposa Jeanne Duhamel dava a luz à uma criança do sexo masculino. Era Denizard-Hippolyte-Léon Rivail que vinha ao mundo predestinado a ser o codificador da Doutrina dos Espíritos ou Doutrina Espírita como querem alguns.
No ano de 1816, aos 12 anos de idade, Rivail segue para Yverdon na Suiça onde iria prosseguir seus estudos como discípulo de Pestalozzi.
Para quem não sabe, Pestalozzi foi o que poderíamos dizer, um educador completo. Seu grande ideal só encontra paralelo com o do Cristo. E como o Cristo, Pestalozzi também deixou o caminho aberto para a humanidade poder andar de cabeça erguida, através dos princípios de educação racionada e metódica. Idealista de uma fé inquebrantável, Pestalozzi não media sacrifícios nem se preocupava muito com os resultados financeiros. Poderíamos dizer seguramente que foi um apóstolo da educação, pois entregou-se com amor, carinho e uma enorme dose de boa-vontade na sua grande obra, onde com cuidados extremos, educou crianças pobres, sentindo-se feliz em arrebanhar os deserdados da sorte. Pois bem, foi por esse grande educador que Rivail foi educado.
Já em 1818, Rivail abre cursos sobre matérias que ia aprendendo, ensinando aos seus companheiros menos adiantados.
Em Paris fundou um Instituto Técnico na rua Sevres, 35, nos mesmos moldes de Pestalozzi.
No ano de 1824, Denizard, ou melhor, Professor Rivail, publica seu primeiro livro que era dividido em volumes e tinha como título: "Curso Prático e Teórico de Aritmética".
Até o ano de 1849, Prof. Rivail tinha publicado os seguintes livros:
  1. O acima mencionado;
  2. Plano para o Melhoramento da Instrução Pública;
  3. Gramática Clássica da Língua Francesa;
  4. Qual o Sistema de Estudos mais Adequado à época?;
  5. Manual dos Exames para Certificado de Capacidade;
  6. Soluções Racionais de Perguntas e Problemas de Aritmética e Geometria;
  7. Catecismo Gramatical da Língua Francesa;
  8. Programa dos Cursos Ordinários de Química, Física, Astronomia e Fisiologia;
  9. Pontos para os Exames na Municipalidade e na Sorbone;
  10. Instruções Sôbre as Dificuldades Ortográficas.
O professor Rivail falava corretamente o inglês, alemão, holandês, espanhol e italiano e era grande conhecedor do grego e do latim.
Contava com 51 anos (1854) quando através do Sr. Fortier, seu colega na Sociedade de Magnetistas, tomou conhecimento dos fatos Espíritas. Informado de que mesas magnetizadas podiam mover-se e davam respostas quando inquiridas, Rivail foi de absoluta descrença, pois mesas não possuíam nervos nem cérebro e muito menos podiam tornar-se sonâmbulas.
Assim em maio de 1855, convidado pelo Sr. Carlotti, outro magnetista, assiste pela primeira vez, na casa da Sra. Planemaison, a ensaios de escrita mediúnica em uma ardósia com o auxílio de uma cesta.
Em 1856, o professor Rivail recebe dos Espíritos a revelação do trabalho que tem de desenvolver na Terra. E assim surge o pseudônimo Allan Kardec, com o intuito separar das obras pedagógicas escritas pelo professor Rivail, das obras da codificação que eram feitas agora pelo Sr. Allan Kardec.
O nome Allan Kardec, foi escolhido porque correspondia a um nome que teria usado em uma encarnação pregressa revelada por um Espírito, no qual dizia que o conhecia de remotas existências, uma das quais passada no mesmo solo da França, onde a sua individualidade tinha revestido a personalidade de um druida chamado Allan Kardec.
A 18 de abril de 1857, raiou para a humanidade a "Era Espírita", pois surgem nas prateleiras das livrarias os primeiros volumes de "O Livro dos Espíritos".
Em 1º de janeiro de 1858, circula o primeiro número da "Revue Espirite", editada em Paris por Kardec, e neste mesmo ano foi publicado o livro "Instruções Práticas sobre as Manifestações Espíritas", e ainda nesse ano a 1º de abril é fundada a "Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas".
Em 1859, surge o livro "O que é o Espiritismo".
A 16 de setembro de 1860, Kardec publica a "Carta Sobre o Espiritismo", em resposta a um artigo publicado na "Gazette de Lyon".
No mês de janeiro de 1861, Allan Kardec lança à público "O Livro dos Médiuns", e ainda nesse ano, no dia 9 de outubro às 10:30 horas da manhã , em Barcelona na Espanha, são queimados num auto de fé, trezentos volumes e brochuras sobre Espiritismo, entre eles "O Livro dos Espíritos".
Em fevereiro de 1862, Kardec publica "O Espiritismo na sua Expressão mais Simples", e neste mesmo ano publica também "Viagem Espírita em 1862".
Em 1864 são editados as seguintes obras: "Resumo da Lei dos Fenômenos Espíritas", ou "Primeira Iniciação" em abril "Imitação do Evangelho Segundo o Espiritismo", chamado posteriormente de "O Evangelho Segundo o Espiritismo".
No dia 1º de agosto de 1865 é publicado o livro "O Céu e o Inferno ou a Justiça Divina Segundo o Espiritismo".
No ano de 1866, surge a "Coleção de Preces Espíritas", extraídas do livro "O Evangelho Segundo o Espiritismo".
Em 1867 vem a público "Estudo a cerca da Poesia Medianímica" e em 1868, Kardec lança o livro "A Gênese - Os Milagres e as Predições Segundo o Espiritismo", e o livro "Caracteres da Revelação Espírita".
Depois deste grandioso trabalho, no dia 31 de março de 1869, com 65 anos de idade, em Paris, vítima da ruptura de um aneurisma, Allan Kardec, retorna à Pátria Espiritual.
Ainda assim, no ano de 1890, é editado o livro "Obras Póstumas", reunindo os últimos escritos do Codificador Allan Kardec
BIBLIOGRAFIA:
Biografia de Allan Kardec, de Júlio de Abreu Filho, no livro "O Principiante Espírita", editora Pensamento; "Grandes Vultos do Espiritismo" de Paulo Alves de Godoy, edições FEESP; "Obras Póstumas" de Allan Kardec, LAKE - Livraria Allan Kardec Editora; Revista "Informação" N.35.
 
publicado por SÉRGIO RIBEIRO às 15:37

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Excelente texto. Parabéns!
É como você mesmo colocou no subtítulo do seu blog...
Ok, Sergio.O seu e-amil é só esse: oigres.ribeiro@...
Ok, desejaria sim.
Ola, Sérgio.Gotaria de lhe fazer um convite:Gostar...
Obrigado e abraços.
www.apologiaespirita.org
Ola, Sérgio.Gostei de sua postagem, mas gostaria s...
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