Vemos tantos líderes religiosos afirmarem a existência do inferno que ocorreu-nos perguntar: quando foi que Deus criou o inferno?
No livro Gênesis, encontramos Deus criando os "céus e a terra". Mas, qual a razão de não ter também criado o inferno neste momento? Céus, segundo se acreditava, era a morada de Deus.
A primeira vez que a palavra inferno aparece na Bíblia Católica é no Salmo 41:9, e significava o lugar para onde iriam todos os mortos, tanto os bons quanto os maus. Não é o conceito que temos hoje dessa palavra, foi modificado após a influência cultural dos persas, passando a ser um lugar só para os maus. Na Bíblia Protestante, curiosamente, aparece em maior número de vezes, está aí a razão de se falar tanto nele nesse meio.
Por qual motivo Deus, ao instituir os Dez Mandamentos, não disse que iriam para o inferno todos que não os cumprissem. Não seria esse o momento para se criá-lo? Por outro lado, isso não seria uma injustiça? Afinal, os que viveram antes desse código não tinha o inferno como "castigo", somente os que vieram depois. Que justiça é essa? Justiça desse tipo só mesmo produzida pela ignorância humana, que ainda não percebeu que Deus "não faz acepção de pessoas". Ora, as penas instituídas aos infratores nada têm a ver com inferno, mas com situações terrenas, ou seja, todas elas estão relacionadas com coisas do dia a dia. Isso prova que o inferno, na verdade, é uma criação humana. Até mesmo porque se Deus "não repreende perpetuamente, nem conserva para sempre a sua ira"- Salmo 103:9-, não há como se falar em inferno eterno.
O Instituto Vox Populi, ao final de 2001, realizou uma pesquisa sobre a religiosidade dos brasileiros, por encomenda da Revista Veja:
Perguntas |
Católicos |
Evangélicos |
Acreditam no diabo |
44% |
81% |
Crêem na vida eterna no Paraíso |
84% |
96% |
A crença do diabo está intimamente ligada a do inferno. Entretanto, a maioria não admite que irá para lá. "(...) A pesquisa Vox Populi encontrou uma realidade surpreendente: muitos brasileiros (34%) acreditam que irão para o céu. Uns poucos, 11%, que passarão um período de penitência no purgatório. Mas nem um só admitiu a possibilidade de ir para o inferno", concluiu a revista Veja. Qual é a utilidade prática, se ninguém admite ir para lá?
Apesar das transformações acontecerem a passos de tartaruga, um dia mudarão esse discurso. Vejamos o que diz na Revista Veja: "Desde o Concílio Vaticano II, a Igreja Católica retirou discretamente de seus ensinamentos as terríveis histórias de punição após a morte. Há dois anos, o Papa João Paulo II decidiu que o inferno não é um lugar físico, onde as pessoas seriam cozidas em fogo eterno, como se apregoou durante séculos, mas um ‘estado da alma’, em que o sofrimento do pecador seria causado não mais pelas chamas e sim pela ausência de Deus". Parabéns para a Igreja Católica pela mudança de rumo, e, mesmo que agindo discretamente, esperamos que as igrejas evangélicas possam um dia conhecer essa verdade.
Mas, qual o interesse em manter essa idéia? Tudo leva a crer que é apenas para dominar os fiéis. Pois ameaçando-os com as labaredas do "fogo do inferno", tiram-lhes o dízimo, disfarçado em "doação", como forma de pagamento, em "suaves prestações", do seu lugar no "céu". Passam a seus fiéis a idéia de que é "uma forma de retribuir por tudo que Deus nos dá", frase afixada dentro de um templo religioso.
Depois desse estudo respiramos mais aliviados, pois agora, com mais absoluta certeza, sabemos que não iremos para o inferno, lugar para onde, segundo o desejo de muitos, irão os espíritas. Revista Veja, Editora Abril, edição 1731, ano 34, nº 50 de 19/12/2001.
Bibliografia
A Bíblia Anotada, Trad. Carlos Oswaldo Cardoso Pinto, São Paulo: Mundo Cristão, 1994.
O autor francês Léon Denis, no livro O Problema do Ser do Destino e da Dor, no capítulo XIV, intitulado as Vidas Sucessivas - Provas Experimentais, apresenta diversos relatos de regressão hipnótica em indivíduos sensitivos, denominados pelos pesquisadores “sujets”. As mais interessantes e volumosas pesquisas comentadas pelo autor são de Albert de Rochas que escreveu a preciosa obra Les Vies Sucessives.
Nas experiências desenvolvidas pelo pesquisador, conseguiu-se retroagir os “sujets” a diversas encarnações pretéritas e colher vasto material em termos de documentação.
Ian Stevenson catedrático de neurologia e psiquiatria na Universidade de Virgínia, EUA, escreveu a obra Twenty Cases Sugestive of Reincarnation. Na citada obra, o autor investiga inúmeros casos, mas seleciona vinte mais evidentes em termos do renascimento. Observamos o título cauteloso de “casos sugestivos...”
Na realidade, em todos os continentes, em dezenas de Universidades ou em instituições científicas de parapsicologia, psicobiofísica e outras áreas, se estuda e documenta a reencarnação.
O psicólogo clínico norte-americano Morris Netherton desenvolveu uma técnica denominada Terapia das Vidas Passadas. Há por parte de muitos psicólogos, inclusive do Brasil, a preferência pelo nome terapia de vivências passadas, para desvincular filosoficamente ou mesmo religiosamente do conceito de reencarnação. Isto por que os terapeutas têm como absolutamente desnecessário ou indiferente crer ou não crer nas vidas pretéritas para que o tratamento beneficie o paciente.
O Dr. Netherton, apesar da reação cética de muitos segmentos da Psicologia, tem logrado obter inúmeros adeptos entre profissionais sérios e competentes.
No Brasil, foi fundado o Instituto Nacional de Terapia de Vivências Passadas (INTVP), entidade de caráter científico-cultural, sem conotação ou vínculo religioso e filosófico de qualquer espécie.
A Terapia Regressiva de Vivências Passadas, para adaptarmos a denominação preferida pelo órgão oficial (INTVP), é um recurso psicoterápico que utiliza como método a regressão de memória, pelo qual o paciente permite que superficialize, ao seu consciente atual, ocorrências traumáticas do passado recente ou remoto (isto é, desta ou de outras encarnações), que estavam arquivadas ou bloqueadas no seu inconsciente gerando-lhe distúrbios psicológicos.
“A evidência das vidas passadas e sucessivas é facilmente detectável por esta técnica terapêutica”.
A TVP tem embasamento científico que é reconhecido por grande número de terapeutas, médicos ou psicólogos, conceituados e idôneos, do exterior e do Brasil.
Na realidade, regressão de memória já era praticada pelos egípcios 3000 anos antes de nossa era. No entanto, só após os trabalhos de Morris Netherton esta abordagem terapêutica se divulgou. No Brasil, só a partir de 1980 foi introduzida pelo casal Prieto Perez, através de ciclos de estudos, seminários para profissionais e Work-Shops realizados por Netherton, bem como a publicação do seu livro em português, “Vidas Passadas, em Terapia”.
O INTVP visa elaborar cursos de especialização para médicos, e psicólogos graduados no mínimo há um ano, devidamente registrados em seus Conselhos de Classe. Forma profissionais de alto nível, que atuam com conhecimentos sólidos na área de regressão de memória exclusivamente para fins terapêuticos.
Todo médico consciente está atento às conquistas que possam ampliar seus recursos técnicos. A existência de um novo método terapêutico obtendo resultados expressivos passa a chamar a atenção. Isto vem ocorrendo com a TVP.
Nesta terapia, observa-se que todo trauma psicológico o paciente associa a um dano físico ocorrido na vida anterior ou a um sofrimento psíquico que vivenciou em estâncias pretéritas, muitas vezes longínquas. Espírito ou mente com o corpo interagem constantemente e os registros permanecem nos arquivos espirituais ou seja, arquivos do inconsciente.
A evidência das vidas passadas e sucessivas é facilmente detectável por esta técnica terapêutica.
Quase invariavelmente, os pacientes chegam à conclusão de que seus tomentos mentais atuais podem ser explicados com precisão por uma situação física de uma encarnação pretérita.
Exemplificando: uma pessoa que possua importante fobia por alturas descobrirá, recorrendo a vidas passadas, situações em que sofreu muito ou morreu em decorrência de acidentes por queda de locais altos. As quedas das vidas anteriores poderiam ser interpretadas como criações ou fantasias do inconsciente,mas a evidência palingenésica maior está em função dos dados minuciosos fornecidos pelo paciente. À medida que ele descreve a situação não o faz maquinalmente, mas vivenciando intensamente, de forma emocional, em pratos, gemidos ou até gritos em certos casos.
O paciente regredido descreve a época, o lugar, as condições e a linguagem envolvendo os fatos ocorridos na vida anterior. Como os detalhes podem ser importantes no processo terapêutico, há riqueza de dados que podem ser recolhidos por esta técnica.
Todos os casos do livro Vidas Passadas, em Terapia são belíssimos, tanto do ponto de vista do aspecto palingenésico (reencanacionista), como sob o ponto de vista clínico. Citaremos, de passagem, apenas o caso de Henry Aiken, no capítulo 6, intitulado: Problemas Sexuais Masculinos. Trata-se de um caso, aliás muito comum, de ejaculação precoce. O paciente atribuía, inclusive, seus dois divórcios e a sua atual crise de casamento a esta dificuldade.
Durante as sessões de TVP, ficou evidenciada a sensação inconsciente, ou medo, de ser observado por outrem no momento do ato sexual. De forma aparentemente irracional, parecia que as relações necessitavam de ser rápidas, embora conscientemente não as desejasse desta forma.
Henry Aiken, regredido a vidas anteriores, vê-se como escravo negro, traficado na África e comprado na América, onde é escolhido como reprodutor. Obrigado a inúmeras relações sexuais por dia, rápidas e sob a ameaça de feitor, escuta a frase: Rápido! Rápido! Faz se quer continuar vivendo! Há, no relato do autor, uma infinidade de dados e correlacionamentos estabelecidos entre as situações psicológicas de Henry Aiken com seus traumas vivenciados nas vidas anteriores. Deixaremos ao leitor a surpresa de constatar os detalhes da história ao ler o livro citado. São surpreendentes e lógicos.
Há quem se refira à Parapsicologia como uma ciência que representaria uma outra tese a respeito da reencarnação. A Parapsicologia surgiu como herdeira histórica da Metapsíquica, cujo expoente máximo foi Prêmio Nobel de Medicina e Fisiologia, Charles Richet, até o momento da premiação, considerado gênio. Posteriormente, pelo fato de seus trabalhos possibilitarem provar as realidades do mundo espiritual, a sobrevivência e a comunicabilidade dos espíritos, passou a ser considerado “precipitado” em suas conclusões.
A prudência e o temor à opinião do meio científico fez com que a Parapsicologia, ao retomar as investigações dos fenômenos inabituais e não explicáveis pelos nossos sentidos convencionais, criasse termos frios, sem qualquer conotação filosófica ou emocional para designar o que estava sendo investigado.
“Indivíduos travestidos de parapsicólogos dizerem às crédulas ovelhas, ingenuamente pastoreadas por eles, que a Reencarnação é “explicada” pela Parapsicologia.”
Assim, todos os fenômenos são englobados sob a designação de fenômenos psi ou paranormais. Psi é a letra grega escolhida como nomenclatura básica, nada mais. Os fenômenos foram inicialmente subdivididos e agrupados em dois blocos, até o surgimento de um tipo incômodo de fenômeno, que parecia perturbar os investigadores; os fenômenos ligados à morte ou aos mortos. Criou-se então um terceiro grupo para estudá-los.
O primeiro grupo de fenômenos Psi, os chamados Psigama, compreende aqueles que se caracterizam por efeitos mentais e não de manifestações físicas. São incluídos neste grupo de fenômenos todos aqueles que relacionam uma mente à outra, ou simplesmente percepções extra-sensoriais a nível mental. É usada a sigla ESP que significa Extra-Sensorial Perception .
Os fenômenos ESP são classificados em Psigama Tp ou Telepatia, Psigama Cv ou clarividência e Psigama Pcg ou Precognição, também conhecido como Premonição. Os fenômenos paralelos à Premonição são os de Retrocognição, que comentaremos mais adiante. Voltamos a chamar a atenção para uso das letras do alfabeto grego para as denominações técnicas, sempre na intenção de evitar conotações religiosas ou emocionais nos termos criados. Assim, Psigama é simplesmente a junção da letra psi à letra gama.
O segundo grupo dos fenômenos compreende aqueles ligados a efeitos físicos e recebe a designação de fenômenos Psikapa, nome resultante da fusão das letras psi e kapa, simplesmente. Os fenômenos do grupo Psikapa são basicamente a Psicocinesia ou Telecinesia, que seria a ação da mente sobre a matéria. A movimentação de objetos pela ação da força mental seria um exemplo. Cinesia é relativo a movimento. Tele, do grego, é relativo à distância e Psico se relaciona com mente ou alma.
O terceiro grupo que mencionamos se refere aos fenômenos ligados à morte ou aos mortos. Tanatologia é a ciência ou mais precisamente a disciplina científica que estuda os fenômenos da morte. A palavra Tanatos do grego se refere à morte, em função disto foi escolhida a letra Theta para este grupo de fenômenos, criou-se assim o termo Psitheta.
No entanto, a parapsicologia, apesar de denominar, classificar os fenômenos e ter contribuído muito para provar aos céticos a existência dos mesmos, demonstrando que não são produtos da imaginação de mentes férteis, no sentido pejorativo, nem da ingenuidade crédula, ou ainda simplesmente pura fraude ou engodo, não consegue explicá-los satisfatoriamente. A parapsicologia na realidade ainda engatinha, buscando se posicionar melhor.
“Este inconsciente coletivo, tal qual um saco de Papai Noel onde cabe potencialmente tudo que existe e existiu, realmente é demais para uns “pobres limitados” como nós”.
Cada fenômeno psi é apenas uma conseqüência, que deve ter uma causa responsável por ele. Como não se logrou obter uma causa claramente identificável, os parapsicólogos criaram o termo “função psi” para responsabilizar ou seja para dar uma causa a cada fenômeno.
Assim, é muito simples tapar o sol do esclarecimento com a “peneira furada” das denominações técnicas. Vejamos por exemplo a “explicação” parapsicológica para o fato de alguém ter lido a página de um livro trancado à chave em uma gaveta. Que fenômeno é este? Ora nos respondem os doutos, trata-se “apenas” de um fenômeno psigama do tipo clarividência. Mas o que é clarividência? Simples, trata-se da visão sem ser pelos órgãos visuais, extra-sensorial. Ela existe, está perfeita e cientificamente comprovada por testes que é um fenômeno real como todos os psigama.
Até aí concordamos plenamente. E quando fazemos a pergunta chave: A que se deve este fenômeno? Vem a resposta decepcionante: Deve-se “simplesmente” à função psi mais precisamente uma função de clarividência...
Quem escuta, parece estar tudo tão bem esclarecido como se cada fenômeno paranormal tivesse já uma causa definida. Não queremos ser excessivamente mordazes em nossa referência a Parapsicologia, e reconhecemos que há inúmeros cientistas sérios e dedicados, percorrendo a árdua trilha das investigações paranormais.
Paralelamente, no entanto, o que não podemos deglutir são indivíduos travestidos de parapsicólogos dizerem às crédulas ovelhas, ingenuamente pastoreadas por eles, que a Reencarnação é “explicada” pela Parapsicologia.
Assim como no exemplo da clarividência, onde o fenômeno já é aceito cientificamente, há apenas hipóteses parapsicológicas para as causas, as chamadas funções psi, responsáveis pelo mesmo.
No que tange à reencarnação, tivemos o espanto de escutar de passagem, um curioso diálogo:
- Como os parapsicólogos explicam a reencarnação?
- Muito simples, trata-se de um fenômeno do inconsciente.
- Como assim?
- O que ocorre é um fenômeno psigama, já estudado pela Parapsicologia. Mais precisamente, um fenômeno Rcg ou de Retrocognição, quando um indivíduo retroage mentalmente no tempo, ele capta algum tipo de informação que os adeptos da reencarnação dizem ter sido uma outra vida.
_ Por que ocorre este fenômeno, ou seja, qual a causa do mesmo?
- Simplesmente, devido a uma função parapsicológica chamada função psi. Esta função é mais precisamente uma função psigama Rcg.
- E como são obtidas as informações das vidas passadas?
- Fantasias do Inconsciente.
-Mas quando elas são tão minuciosas e precisas, podendo ser inclusive documentadas as vidas passadas? Ou ainda, quando fornecem dados preciosos e precisos sobre outras pessoas ou locais que não são do conhecimento de nenhum dos presentes?
- Todos nós temos o Inconsciente coletivo (?) que, como o nome indica, é intercomunicado a todos os outros inconscientes coletivos da humanidade de todos os tempos da história , permitindo que qualquer informação possa nos chegar. Até a vida de uma outra pessoa, existente em época remota pode ser captada e reproduzida em detalhes...
-(?)
Pois é... Depois somos nós os reencarnacionistas que vivemos em castelos imaginários!
Este Inconsciente coletivo, tal qual um saco de Papai Noel onde cabe potencialmente tudo que existe e existiu, realmente é demais para uns “pobres limitados” como nós.
Para alguns, nos porões do inconsciente temos um gênio oculto e adormecido que, se sacudido, o dorminhoco pode elaborar maravilhas... (Que saudades do jornalista Herculano Pires que assim já se expressava) !!!
A Retrocognição é considerada como um fenômeno paralelo à precognição. No tempo, tem o sentido inverso. Quando se profetiza, ou se prevê um acontecimento, está se projetando em nosso consciente algo de uma dimensão de tempo mais adiante, ocorrendo a premonição.
Na Retrocognição a mente sintoniza com os arquivos energéticos de fatos pretéritos seus e acessa os mesmos trazendo a nível do consciente atual as informações. Graças à retrocognição há uma infinidade de autores que passam a recolher dados concretos sobre a reencarnações passadas.
A Parapsicologia, portanto, longe está de ser a adversária temida pelos reencarnacionistas. Pelo contrário, temos muito a agradecer à ciência (séria ) pela documentação cada vez maior dos casos de reencarnação estudados.
A propósito, estes agradecimentos e louvores não são extensivos a todos aqueles que manipulam a terminologia técnica da Parapsicologia com finalidades outras que não as de esclarecer...
Tentaremos fazer uma pesquisa sobre esse tema, para ver se realmente tal ser existe ou não. Primeiramente devemos buscar saber de sua origem.
No livro "A História da Bíblia", Hendrik Willem Van Loon, com tradução de Monteiro Lobato, Ed. Cultrix, Cap. XVIII - Judéia, Província Grega, pág. 122, encontramos:
"Durante a longa residência na Pérsia, os judeus travaram conhecimento com um novo sistema religioso. Os persas seguiam um grande mestre de nome Zaratustra, ou Zoroastro".
Informação importantíssima, nos traz Hendrik, pois agora sabemos que a cultura persa acabou por influenciar os nossos antepassados no tocante a existência de satanás. (letra minúscula é proposital).
A primeira vez que essa palavra aparece na Bíblia é em 1 Crônicas 21,1. Entretanto a esse respeito podemos colocar as observações do Dr. Severino Celestino da Silva, autor do livro Analisando as Traduções Bíblicas, que fala o seguinte:
"Uma outra observação interessante é que o livro de Samuel foi escrito antes da influência persa no ano de 622 a.C e, no II livro de Samuel em seu capítulo 24:1, você lê com relação ao Recenseamento de Israêl o seguinte: ‘A cólera de IAHVÉH se inflamou novamente contra Israêl e excitou David contra eles, dizendo-lhe; Vai recensear Israêl e Judá’".
"Agora veja esta mesma passagem no I livro das Crônicas, que foi escrito no começo do ano 300 a.C, portanto, já sob a influência do Zoroastrismo persa, com o já conhecimento de ‘Ahriman’ – ‘Satanás’. No capítulo 21:1 desse livro, está escrito: Recenseamento: ‘e levantou-se Satã contra Israêl, e excitou David a fazer o recenseamento de Israêl’. Portanto, o que era IAHVÉH no livro de Samuel aparece agora no livro das Crônicas como SATANÁS. (Confira em sua Bíblia)".
"Assim, está evidenciado que Satanás não é um conceito original da Bíblia, e sim, introduzido nela, a partir do Zoroastrismo Persa".
Desta forma, a prova da incorporação da cultura religiosa persa se nos apresenta de maneira clara. E a título de informação o domínio persa sobre os judeus se deu no período de 539 a 400 a.C.
Seguindo, vamos encontrá-lo novamente no livro de Jó 1,6-12, que narra:
"Certa vez, foram os filhos de Deus apresentar-se ao Senhor; entre eles veio também Satanás. O Senhor, então, disse a Satanás: ‘Donde vens?’ –‘Dei umas voltas pela terra, andando a esmo’, respondeu ele. O Senhor lhe disse: ‘Reparastes no meu servo Jó? Na terra não há outro igual: é um homem íntegro e reto, teme a Deus e se agasta do mal’. Satanás respondeu ao Senhor: ‘Mas será por nada que Jó teme a Deus? Porventura não levantaste um muro de proteção ao redor dele, de sua casa e de todos os seus bens? Abençoastes seus empreendimentos e seus rebanhos cobrem toda a região. Mas estende a mão e toca em todos os seus bens: eu te garanto que te lançará maldições em rosto!’ Então o Senhor disse a Satanás: ‘Pois bem, tudo o que ele possui, eu o deixo em teu poder, mas não estendas a mão contra ele!’ Mas Satanás saiu da presença do Senhor".
Informa-nos os tradutores da Bíblia Sagrada (publicação da Editora Vozes), em nota de rodapé, que "Satanás não é o demônio da concepção cristã, mas mero personagem funcional da narrativa". Do que deduzimos, pela informação, que não se trata, portanto, de um ser.
Por volta do ano 520 a.C, em pleno domínio persa, aparece no cenário bíblico o profeta Zacarias. Em seu livro (3,1), encontramos mais uma vez referência a satanás, vejamos: "Ele me fez ver o sumo Sacerdote Josué, que estava de pé diante do anjo do Senhor, e Satã, que estava de pé à sua direita para acusá-lo".
Os mesmos tradutores citados há pouco nos dão a seguinte informação: "Satã não é ainda o Espírito do Mal ou o Demônio da concepção cristã. Não é uma pessoa, mas antes alguém que exerce uma função, a de contradizer a Deus; só aos poucos é visto como um ser pessoal". Confirmam o que disseram anteriormente, mas agora de uma maneira ainda mais clara que não permite outro tipo de interpretação.
É muito comum citarem a passagem de Isaías 14,12-14, como uma referência a satanás. Vejamo-la: "Como caíste do céu, ó estrela d’alva, filho da aurora! Como foste atirado à terra, vencedor das nações! E, no entanto, dizias no teu coração: ‘Subirei até o céu, acima das estrelas de Deus colocarei o meu trono, estabelecer-me-ei na montanha da Assembléia, nos confins do norte. Subirei acima das nuvens, tornar-me-ei semelhante ao Altíssimo’. E, contudo, foste precipitado ao Xeol, nas profundezas do abismo". Na publicação Mundo Novo, Bíblia usada pelos protestantes, nós encontramos, em nota de rodapé dos tradutores, que seria uma referência a satanás. Já na Bíblia Sagrada publicação Editora Vozes, de orientação católica, a nota diz que essa passagem é "provavelmente uma alusão a um mito cananeu. Há diversos paralelismos com textos da literatura ugarítica, descobertos em Rãs-Shamra". Esse trecho pode estar relacionado ao mito cananeu, entretanto, o mais importante é que ele, na verdade, é uma sátira que Deus manda Isaías fazer ao rei da Babilônia, conforme podemos verificar no início do texto (13,1 e 14,2-4). Assim o contexto não autoriza ninguém a atribuir tal referência a ninguém a não ser ao rei da Babilônia.
Igual procedimento fizeram em relação a Ezequiel 28, 11-15, que também, não se refere a satanás, mas a uma lamentação que Deus ordena que se faça contra o rei de Tiro.
A idéia inicial de que satanás quer dizer adversário, podemos confirmar em Mateus 16, 21-23: "E Jesus começou a mostrar aos seus discípulos que devia ir a Jerusalém, e sofrer muito da parte dos anciãos, dos chefes dos sacerdotes e dos doutores da Lei, e que devia ser morto e ressuscitar ao terceiro dia. Então Pedro levou Jesus para um lado, e o repreendeu, dizendo: ‘Deus não permita tal coisa, Senhor! Que isso nunca te aconteça!’ Jesus, porém, voltou-se para Pedro, e disse: ‘Fique longe de mim, Satanás! Você é uma pedra de tropeço para mim, porque não pensa as coisas de Deus, mas as coisas dos homens!’".
Por essa passagem podemos ver que Cristo não estava dizendo que Pedro estava com satanás, mas que ele estava sendo seu adversário, que é o significado literal dessa palavra. Podemos até ressaltar que em momento algum Jesus expulsou satanás de alguém, mas somente "demônios", ou seja, espíritos maus, provando desta forma que ele não é um ser como querem os teólogos.
Vejamos, agora, a análise mais completa que Dr. Severino Celestino faz em seu livro Analisando as Traduções Bíblicas []:
"Satanás"
Endossamos essas últimas palavras do Dr. Severino.
Somente pessoas retrógradas ou de mente fechada é que podem acreditar na existência de duas potências – a do bem e a do mal - a lutar perpetuamente pela "posse" das almas. De duas uma, ou Deus é tudo ou não é nada. Como não admitimos a segunda hipótese, temos convicção que Deus é tudo. E tudo o que existe é criação sua, e como Deus não criaria o mal, pressupomos que o mal é temporário. Por outro lado, não poderia criar um ser perfeito que posteriormente viesse a decair, pois teríamos pressupor que não o teria criado perfeito. Ora, sendo Deus a perfeição absoluta, tudo que faz é perfeito por natureza e origem.
Mas o homem ainda não compreendendo a grandeza de Deus vem, infelizmente, perpetuando esse dualismo entre o bem e o mal, principalmente no meio das religiões cristãs tradicionais. Erro teológico, que a nosso ver é grave, pois é com esse pensamento que sustentam uma pedagogia negativa, querendo que seus fiéis façam o bem somente por medo do "tridente de satanás", ao invés, do que seria obvio e lógico, fazer o bem por amor à Deus.
Satanás é uma figura muito controvertida na Bíblia. A palavra ‘Satã’ significa acusador".
"Aparece, pela primeira vez no livro de Jó, sendo como um promotor celestial. A sua intimidade com Deus e o direito de entrar no ‘Céu’, de ir e vir livremente e dialogar com Ele, torna-o uma figura de muito destaque. Veja o livro de Jó 1:6 ‘Um dia em que os filhos de Deus se apresentaram diante do Senhor, veio também Satanás entre eles’".
"O livro de Jó foi escrito depois do Exílio Babilônico. Sabemos que o povo judeu, tendo retornado a Israel com a permissão de Ciro, rei persa, no ano de 538 a.C., assimilou muitos costumes dos persas. Isso ocorreu devido à simpatia e apoio que receberam do rei, que inclusive permitiu a construção do Segundo Templo judaico e ainda devolveu muitos de seus tesouros, que haviam sido roubados".
"A religião dos persas, o Zoroastrismo, influenciou sobremaneira o judaísmo".
"No Zoroastrismo, existe o Deus supremo ‘Ahura-Mazda’ que sofre a oposição de uma outra força poderosa, conhecida como ‘Angra Mainyu, ou Ahriman’, ‘o espírito mau’. Desde o começo da existência, esses dois espíritos antagônicos têm-se combatido mutuamente".
"O Zoroastrismo foi uma das mais antigas religiões a ensinar o triunfo final do bem sobre o mal. No fim, haverá punição para os maus, e recompensa para os bons".
"E foi do Zoroastrismo que os judeus aprenderam a crença em um ‘Ahriman’, um diabo pessoal, que, em hebraico, eles chamaram de ‘Satanás’. Por isso, o seu aparecimento na Bíblia só ocorre no livro de Jó e nos outros livros escritos após o exílio Babilônico, do ano de 538 a.C. para cá. Nestes livros, já aparece a influência do Zoroastrismo persa. Observe ainda que a tentação do Adão e Eva é feita pela serpente e não por Satanás, demonstrando assim, que o escritor do Gênesis não conhecia Satanás. Os sábios judaicos interpretando o Eclesiastes 10:11, afirmam (Pirkei de Rabi Eliezer 13), que na verdade, a cobra que seduziu Adão e Eva era o Anjo Samael que apareceu na terra sob forma de serpente. E que Ele é conhecido como o ‘dono da língua’. A Anjo Samael, que apareceu sob a forma de serpente, usou sua língua, e este poder pode ser usado somente para dominar o sábio. Ele não pode prevalecer sobre um ignorante".
"Uma outra observação interessante é que o livro de Samuel foi escrito antes da influência persa no ano de 622 a.C e, no II livro de Samuel em seu capítulo 24:1, você lê com relação ao Recenseamento de Israêl o seguinte: ‘A cólera de IAHVÉH se inflamou novamente contra Israêl e excitou David contra eles, dizendo-lhe; Vai recensear Israêl e Judá’".
"Agora veja esta mesma passagem no I livro das Crônicas, que foi escrito no começo do ano 300 a.C, portanto, já sob a influência do Zoroastrismo persa, com o já conhecimento de ‘Ahriman’ – ‘Satanás’. No capítulo 21:1 desse livro, está escrito: Recenseamento: ‘e levantou-se Satã contra Israêl, e excitou David a fazer o recenseamento de Israêl’. Portanto, o que era IAHVÉH no livro de Samuel aparece agora no livro das Crônicas como SATANÁS. (Confira em sua Bíblia)".
"Assim, está evidenciado que Satanás não é um conceito original da Bíblia, e sim, introduzido nela, a partir do Zoroastrismo Persa".
"Passa a existir a partir daí, ‘uma lenda’ entre o povo judeu de que Satanás é considerado como o rei dos demônios, que se rebelara contra Deus sendo expulso do céu. Ao exilar-se do céu, levou consigo uma hoste de anjos caídos, e tornou-se seu líder. A rebelião começou quando ele, Satanás, o maior dos anjos, com o dobro de asas, recusou prestar homenagem a Adão. Afirmam ainda que esteve por trás do pecado de Adão e Eva, no Jardim do Éden, mantendo relação sexual com Eva, sendo portanto, pai de Caim. Ajudou Noé a embriagar-se com vinho e tentou persuadir Abraão a não obedecer a deus no episódio do sacrifício do seu filho Isaac".
"Muitas pessoas acreditam no poder de Satanás e até o enaltecem em suas igrejas, razão pela qual, acharmos que seriam fechadas muitas igrejas se os seus dirigentes deixassem de acreditar em Satanás".
"Zaratustra considerava a vida como uma eterna luta entre o Bem e o Mal. O deus do Bem, Ormuzd, estava sempre em guerra com o deus do Mal e da ignorância - Ariman. Ora, isto era uma idéia nova para a maior parte dos judeus".
"Até então haviam eles reconhecido a um senhor único, ao qual deram o nome de Jeová. Quando as coisas corriam mal, quando eles eram derrotados nas batalhas ou assolados por moléstias, invariavelmente atribuíam o desastre à falta de devoção do povo. A idéia de que o pecado proviesse de interferência dum espírito do mal, nunca lhes ocorrera. A própria serpente no Paraíso parecia-lhes menos culpada que Adão e Eva, os quais conscientemente haviam desobedecido à vontade divina".
"Sob a influência das doutrinas de Zaratustra, os judeus começaram a crer na existência dum espírito que procurava desfazer a obra de Jeová. E esse adversário deram o nome de Satã".
"Passaram a odiá-lo e temê-lo, e no ano 331 convenceram-se de que Satã andava pela terra".
Uma questão que prejudica muito o cristianismo é que quase tudo que os teólogos afirmam é mistério. Não gosto de ver o cristianismo caracterizado como sendo a “religião dos mistérios”, pois mistério para mim é outra maneira de dizer que a doutrina é insustentável.
O Espírito Santo só foi instituído oficialmente no Concílio Ecumênico de Constantinopla (381), ao qual a Bíblia foi adaptada. E a sua teologia foi bem montada por stº Agostinho e stº Tomás de Aquino. Lingüística, semântica e etimologicamente falando, em alemão “heilig” (santo) é um termo derivado de “heil” (total). E, em inglês, “holy” (santo) vem de “whole” (total). É o Jesuíta Huberto Rohden (“O Sermão da Montanha”, pág. 136, Ed. Martin Claret, São Paulo, SP), quem nos mostra essas derivações. E para Rohden - como o demonstrei também na minha coluna anterior -, “total” na etimologia das duas palavras alemã e inglesa significa “universal”, porque o homem total, santo, por estar numa sintonia total com Deus e o universo, é universal. E o espírito humano, por ser derivado de Deus, é santo por natureza, embora ainda o seja só em estado potencial ou de semente. Daí que, no hebraico do Velho Testamento, temos “Ruach ha Kodesh” (Espírito do Santo) e no grego do Novo Testamento, “Pneuma Hagion” (Espírito Santo ou Santo Espírito). O sentido dessa expressão é o Espírito do Santo (homem e não Deus) ou o Espírito Santo do homem. “Farei levantar-se entre vós um homem de um Espírito Santo chamado Daniel” (Daniel 13,45, da Bíblia Católica, pois a protestantes vai só até o capítulo 12). Também são Paulo, que ainda não conhecia o Espírito Santo trinitário, disse: “Nós somos templos de um Espírito Santo”. Os tradutores colocaram o artigo definido “o” em vez do indefinido “um”, para se entender o Espírito Santo da Trindade (nosso livro “A Face Oculta das Religiões”, capítulo 7, EBM Ed., Santo André, SP).
O Espiritismo não nega o Espírito Santo, apenas O interpreta como sendo o conjunto de todos os espíritos, ou seja, de conformidade com o sentido original bíblico. Que o Pai, eu e vocês (o Espírito Santo) sejamos todos um, ensinou o Mestre!
O escritor, teósofo e biblista espírita José Reis Chaves é autor dos livros, entre outros, “A Reencarnação na Bíblia e na Ciência”, 7a edição, e “A Face Oculta das Religiões”, 5a edição, (antes pela Ed. Martin Claret e agora pela EBM Ed., Sto André, SP).
As dez maiores religiões, as que mais agregam adeptos no mundo, seus santuários mais importantes e algumas curiosidades
Fonte:
pt.wikipedia.org/wiki/Principais_grupos_religiosos
A teologia dogmática, baseando-se em interpretações equivocadas ou, algumas vezes, na opinião dos próprios autores bíblicos, sustenta que Jesus morreu na cruz para nos salvar. Entretanto, a verdade é bem diferente, pois foram os chefes dos sacerdotes e os doutores da Lei, que o levaram a essa morte ignominiosa. Talvez eles mesmos, para se safarem de serem incriminados, espalharam que Jesus teria morrido para nos salvar.
Esses líderes religiosos fizeram de tudo para indispô-lo contra as autoridades constituídas. Estavam sempre à procura de alguma situação para que pudessem realizar esse desejo. Jesus mesmo lhes conhecendo as intenções, não os apontava como os que o levariam à morte, quando nos colóquios íntimos com seus discípulos.
A oportunidade enfim chegou, quando Judas, talvez, segundo dizem algumas pessoas, pensando que Jesus fosse o Messias que libertaria os hebreus do jugo dos romanos, combina com essas aves de rapina a entrega do seu Mestre, achando que, com isso, se desencadearia uma revolução, liderada por Jesus com o apoio do povo o que resultaria no fim dessa situação de submissão.
Além de subornarem Judas, ainda procuram encontrar um falso testemunho contra Jesus para o condenarem à morte. E na opção entre Barrabás e Jesus, incentivaram o povo a pedir pela liberdade do criminoso e pela crucificação do inocente, conforme nos contam os evangelistas.
Não bastasse tudo isso, ainda juntaram-se ao povo que zombava do Mestre, quando se encontrava em plena agonia pregado à cruz.
E por fim, subornam os guardas que se encontravam junto ao túmulo, para dizerem que os discípulos haviam roubado o corpo de Jesus, já que não admitiam que ele houvesse ressuscitado.
Mas o que mais choca é que, de certa forma, vemos isso nos dias de hoje, quando a liderança religiosa de nossos dias (seria ela a de outrora reencarnada?), usa de todos os expedientes para combater o Espiritismo. Não poderemos deixar de salientar que essa liderança, numa interpretação de conveniência, deturpou os ensinamentos de Jesus, para manter sob seu domínio os fiéis temerosos, que ficam sob constantes ameaças de caírem nas garras de satanás, que os levariam para o inferno, onde no “lago de fogo” ficariam pelo resto da eternidade.
Ensinamentos que não se coadunam com um Pai misericordioso, o que nos apresentou Jesus, Aquele que “quer que todos sejam salvos” (1Tm 2,4). E mais convictos ficamos de que todos nós seremos salvos, pela seguinte passagem: “... Os chefes dos sacerdotes e os anciãos do povo... Jesus lhes disse: ‘Pois eu garanto a vocês: os cobradores de impostos e as prostitutas vão entrar antes de vocês no Reino do Céu’”. (Mt 21,31).
Observar bem essa frase de Jesus. Ele sabia, desde o princípio, que os sacertodes-chefes e os anciãos do povo o levariam à morte, que para isso lançariam mão de subterfúgios, e mesmo assim Jesus afirma que essa “raça de víboras” entraria no Reino do Céu. Entretanto, antes deles chegariam os cobradores de impostos e as prostitutas, considerados como gente de má vida, que, por sua vez, também lá chegariam. Isso acontece porque todos somos filhos de Deus: “o Pai que está no céu não quer que nenhum desses pequeninos se perca”. (Mt 18,14). E, para reforçar, completamos com: “o bom pastor dá a vida por suas ovelhas” (Jo 10,11), que “deixa as noventa e nove ovelhas para procurar aquela que se perdeu” (Mt 18,12), que afirmou “tenho outras ovelhas que não são desse aprisco” (Jo 10,16) e, que ao final arremata “haverá um só rebanho e um só pastor” (Jo 10,16).
Assim, de onde essa liderança religiosa tira ensinamentos que entram em conflito com esses.
As interpretações são algumas vezes equivocadas devido a ignorância, outras, por mais se apegarem à letra e por fim, pelo mau-caráter de alguns, já que, para esses, se for preciso “subornam” a verdade para conseguirem seus objetivos.
A evidência de que todos chegarão ao reino do céu, é cristalina, apesar de que dizem ser somente os fiéis que os seguem: “São cegos guiando cegos. Ora, se um cego guia outro cego, os dois cairão num buraco”. (Mt 15,14).
Textos Bíblicos da Bíblia Sagrada Edição Pastoral, Ed. Paulus, São Paulo, 43ª ed., 2001.
BEZERRA DE MENEZES