TODO AQUELE QUE CRÊ NUM DOGMA, ABDICA COMPLETAMENTE DE SUAS FACULDADES. MOVIDO POR UMA CONFIANÇA IRRESISTÍVEL E UM INVENCÍVEL MEDO DOENTIO, ACEITA A PÉS JUNTOS AS MAIS ESTÚPIDAS INVENÇÕES.

Sábado, 06 de Fevereiro de 2010

 

Disse o Senhor a Moisés: Faze uma serpente abrasadora, põe-na sobre uma haste, e será quetodo mordido que a mirar viverá. Fez Moisés uma serpente de bronze e a pôs sobre uma haste;sendo alguém mordido por alguma serpente,se olhava para a de bronze, sarava. (Nm 21,8-9).
Primeiramente, devemos encontrar a definição para a palavra serpente citada em Gênesis. Kardec, em esclarecendo sobre o seu significado, disse:
“A palavra nâhâsch existia antes da língua egípcia, com o significado de negro, provavelmente porque os negros tinham o dom do encantamento e da adivinhação. Foi talvez por isso também que as esfinges, de origem assíria, eram representadas com a figura de um negro”.
“Não foi senão na versão dos Setenta – que, segundo Hutcheson, corromperam o texto hebreu em muitos lugares, - escrita em grego no segundo século antes da era cristã, que a palavra nâhâsch foi traduzida para serpente. As inexatidões dessa versão, sem dúvida, prendem-se às modificações que a língua hebraica sofrera no intervalo; porque o hebreu do tempo de Moisés era então uma língua morta, que diferia do hebreu vulgar, tanto quanto o grego antigo e o árabe literário diferem do grego e do árabe modernos”. (KARDEC, A. A Gênese, p. 219).
Até hoje não conseguimos entender o porquê dos teólogos estarem sempre relacionando, no episódio da tentação de Eva, a serpente a satanás. Isso para nós é muito estranho, pois, sabendo que Jesus nos recomenda sermos prudentescomo as serpentes(Mt 10,16), fato que torna sem sentido algum essa relação. Quem admitir a correlação entre a serpente e satanás fatalmente estará colocando Jesus numa situação insustentável, já que Ele, ao nos recomendar ter essa qualidade da serpente, estará admitindo que satanás também possui a qualidade da prudência? E, além disso, não sabemos por que cargas-d’água de contínuo colocam essa palavra (serpente) com a inicial maiúscula, o que veementemente repudiamos; por isso nós sempre a escrevemos com letra minúscula mesmo, deixando para usar maiúscula apenas quando estamos nomeando a divindade.
Ao se referir à serpente como o mais astuto de todos os animais (Gn 3,1), é porque ela agiu de moto próprio; portanto, não foi usada por ninguém para dizer o que disse, abstraindo-se da questão de que esse animal não fala. “É, pois, provável que Moisés entendesse, por sedutor da mulher, o desejo indiscreto de conhecer as coisas ocultas suscitadas pelo Espírito de adivinhação...” (KARDEC, A. A Gênese, p. 220).
Mas Kardec, ao fazer suas considerações sobre esse versículo, disse:
“A serpente está longe de passar hoje pelo tipo da astúcia; está, pois, aqui, com relação à sua forma antes que pelo seu caráter, uma alusão à perfídia dos maus conselhos que deslizam como a serpente, e nos quais, freqüentemente, por essa razão, não se confia mais. Aliás, se a serpente, por ter enganado a mulher, foi condenada a rastejar sobre o ventre, isso queria dizer que ela antes tinha pernas, e, então, não era mais uma serpente. Por que, pois, impor à fé ingênua e crédula das crianças, como verdades, alegorias tão evidentes, e que, em fazendo seu julgamento, se faz com que, mais tarde, olhem a Bíblia como um enredo de fábulas absurdas?” (KARDEC, A. A Gênese, p. 219)
Aliás, estamos cansados de ouvir pessoas dizerem que satanás é o pai da mentira; entretanto, contrariamente, tudo quanto à serpente disse foi verdade. Vejamos:
Ø                   Ao dizer que “É certoquenão morrereis” (Gn 3,4) a serpente falou absolutamente a verdade, pois o casal continuou vivo;inclusive, relata-se que Adão viveu até completar 930 anos (Gn 5,5).
Observar que “Adão (haadam) é a personificação da Humanidade, sua falta individualiza a fraqueza do homem, em que predominam os instintos materiais, aos quais não sabe resistir” (KARDEC, A. A Gênese, p. 218).
Ø                   Ao explicar o porquê de Deus proibir que comessem do fruto da árvore, ela, a serpente, disse a Eva: PorqueDeus sabe que no diaemque dele comerdes se vos abrirão os olhos e, comoDeus, sereis conhecedores do bem e do mal (Gn 3,5), exatamente como acontecido, pois os olhos de ambos se abriram (Gn 3,7) e passaram a ser conhecedores do bem e do mal como Deus, uma vez que se afirma Eisque o homem se tornou comoum de nós, conhecedor do bem e do mal (Gn 3,22)
Lembrando que “a árvore, como árvore da vida, é o emblema da vida espiritual; como árvore da Ciência, é o da consciência do homem que adquire do bem e do mal para o desenvolvimento de sua inteligência, ...” (KARDEC, A. A Gênese, 218)
Como conseqüência, Deus, temendo que o casal comesse do fruto da árvore da vida e que se tornasse igualmente imortal, expulsa-o do jardim do Éden (Gn 3,22) onde, conseqüentemente, a falta de Adão representa a infração da lei de Deus e a vergonha de Adão e Eva, ante o olhar divino, que é a confusão do culpado na presença do ofendido e o suor no rosto, para conseguir sua alimentação, o que representa o trabalho neste mundo que se deve ter para alcançar o progresso que é através do trabalho.
Quanto à questão do tu és e ao tornarás” (Gn 3,19), na verdade, era algo que Adão já devia saber, uma vez que, pela narrativa, trata-se apenas de uma explicação e não um castigo como muitos pensam; senão vejamos o versículo na íntegra: “No suor do rosto comerás o teupão, atéque tornes à terra, pois dela foste formado: porquetu és e ao tornarás”. O “castigo” aqui é comer com o suor do rosto, pois se a morte fosse realmente um castigo, estaríamos em sérios apuros para explicar porque os animais e as plantas, que não pecaram, também morrem.
Não podemos também nos esquecer de que se supondo um castigo, ele foi aplicado somente a Adão e considerando que Eva já tinha recebido o seu (as dores do parto), por questão de justiça, não poderia ainda receber o de Adão, já que Adão não recebeu o dela. Não vimos nenhum homem “parir com dor” (graças a Deus!). Por outro lado, se Deus falou mesmo pelos profetas, Jeremias afirmou que cadaum, porém, será mortopelasuainiqüidade (Jr 31,30) o que Ezequiel reafirmou quando disse “a almaquepecar, essa morrerá” (Ez 18,20) e, mais importante ainda, foi confirmado por Jesus “a cadaumsegundosuasobras (Mt 16,27).
Muitos estudiosos dizem, com razão, que a maioria das correntes religiosas ditas cristãs é, na verdade, puro “paulinismo” e não cristianismo, pois, para elas, a opinião de Paulo prevalece sob a de Jesus. A esses pegaremos uma de suas opiniões, sobre o assunto de que estamos tratando; leiamo-la: “... a serpente enganou a Eva com a suaastúcia,...” (2Cor 11,3), que, conforme podemos concluir, atribui à própria serpente, e não a satanás, a culpa de ter enganado a Eva.
Não há como aludir a serpente com satanás, pois satã - significa "o adversário", "o acusador". O termo "acusador” existia no Império Persa, cuja função era a de percorrer secretamente o reino Persa e fiscalizar tudo o que estava sendo feito de mal no sentido de apresentar denúncias diante do imperador, que mandava chamar os funcionários faltosos e os castigava. Com a evolução da doutrina religiosa judaica, satã acabou se convertendo, de um acusador dos pecados dos homens, num deus secundário, oposto a Javé. Satã não é Lúcifer mencionado em Isaías 14,12, pois se referia ao Rei da Babilônia, já que a narrativa da passagem inicial do capítulo quatorze, assim diz que: Sentençaque, numa visão, recebeu Isaías, filho de Amoz, contra a Babilônia. (Is 14,1). Sentença que se referia contra a Babilônia e não a um anjo que, inclusive, já houvera caído, segundo os que se apegam à letra que mata. Ele, satã, não é um anjo que se revoltou contra o Senhor. Ele é apenas um acusador, ou seja, um dos olhos do Senhor, que anda pela Terra e comparece perante o Senhor para acusar e não se opor contra Javé.
Não poderemos deixar de citar uma outra passagem interessante onde, segundo o relato bíblico, o próprio Deus recomenda que se coloque num poste a imagem de uma serpente. Quem quiser comprovar é só ler Nm 21,8-9. Naquela ocasião, ainda no deserto, os hebreus chegaram a uma região infestada de serpentes venenosas, que ingenuamente atribuíram a um castigo de Deus. A serpente de bronze feita por Moisés, segundo recomendação divina, serviu como meio de cura das pessoas que foram mordidas, que, após olharem para a serpente de bronze, ficavam curadas. Essa imagem da serpente de bronze foi objeto de adoração pelo período de cerca de 700 anos. Esta mesma serpente, levantada no deserto por Moisés, veio a ser mencionada por Jesus, quando este esteve com o Sacerdote Nicodemos “... E do modoporque Moisés levantou a serpente no deserto, assim importa que o Filho do Homem seja levantado,” (João 3:14), fazendo a alusão de que Ele, Jesus, viria a ser elevado no madeiro, predizendo a sua crucificação.
Curiosamente ela é o símbolo da medicina, que é representado por duas serpentes enroladas num poste e o da farmácia que é uma serpente enrolada numa taça; em ambos representa o poder da cura.
 
 
 
 
Referência bibliográfica
Bíblia Pastoral – São Paulo: Paulus, 1990.
KARDEC, A. A Gênese, Araras – SP: IDE, 1993.
publicado por SÉRGIO RIBEIRO às 00:16

Quinta-feira, 04 de Fevereiro de 2010

 

Vemos tantos líderes religiosos afirmarem a existência do inferno que ocorreu-nos perguntar: quando foi que Deus criou o inferno?

No livro Gênesis, encontramos Deus criando os "céus e a terra". Mas, qual a razão de não ter também criado o inferno neste momento? Céus, segundo se acreditava, era a morada de Deus.

A primeira vez que a palavra inferno aparece na Bíblia Católica é no Salmo 41:9, e significava o lugar para onde iriam todos os mortos, tanto os bons quanto os maus. Não é o conceito que temos hoje dessa palavra, foi modificado após a influência cultural dos persas, passando a ser um lugar só para os maus. Na Bíblia Protestante, curiosamente, aparece em maior número de vezes, está aí a razão de se falar tanto nele nesse meio.

Por qual motivo Deus, ao instituir os Dez Mandamentos, não disse que iriam para o inferno todos que não os cumprissem. Não seria esse o momento para se criá-lo? Por outro lado, isso não seria uma injustiça? Afinal, os que viveram antes desse código não tinha o inferno como "castigo", somente os que vieram depois. Que justiça é essa? Justiça desse tipo só mesmo produzida pela ignorância humana, que ainda não percebeu que Deus "não faz acepção de pessoas". Ora, as penas instituídas aos infratores nada têm a ver com inferno, mas com situações terrenas, ou seja, todas elas estão relacionadas com coisas do dia a dia. Isso prova que o inferno, na verdade, é uma criação humana. Até mesmo porque se Deus "não repreende perpetuamente, nem conserva para sempre a sua ira"- Salmo 103:9-, não há como se falar em inferno eterno.

O Instituto Vox Populi, ao final de 2001, realizou uma pesquisa sobre a religiosidade dos brasileiros, por encomenda da Revista Veja:

 

Perguntas

Católicos

Evangélicos

Acreditam no diabo

44%

81%

Crêem na vida eterna no Paraíso

84%

96%

 

A crença do diabo está intimamente ligada a do inferno. Entretanto, a maioria não admite que irá para lá. "(...) A pesquisa Vox Populi encontrou uma realidade surpreendente: muitos brasileiros (34%) acreditam que irão para o céu. Uns poucos, 11%, que passarão um período de penitência no purgatório. Mas nem um só admitiu a possibilidade de ir para o inferno", concluiu a revista Veja. Qual é a utilidade prática, se ninguém admite ir para lá?

Se Jesus voltasse hoje, não temos dúvida , novamente "expulsaria os vendilhões do templo" e diria a muitas instituições religiosas: "Vá vende tudo o que tens, e dá-o aos pobres, depois vem e segue-me".

Apesar das transformações acontecerem a passos de tartaruga, um dia mudarão esse discurso. Vejamos o que diz na Revista Veja: "Desde o Concílio Vaticano II, a Igreja Católica retirou discretamente de seus ensinamentos as terríveis histórias de punição após a morte. Há dois anos, o Papa João Paulo II decidiu que o inferno não é um lugar físico, onde as pessoas seriam cozidas em fogo eterno, como se apregoou durante séculos, mas um ‘estado da alma’, em que o sofrimento do pecador seria causado não mais pelas chamas e sim pela ausência de Deus". Parabéns para a Igreja Católica pela mudança de rumo, e, mesmo que agindo discretamente, esperamos que as igrejas evangélicas possam um dia conhecer essa verdade.

Mas, qual o interesse em manter essa idéia? Tudo leva a crer que é apenas para dominar os fiéis. Pois ameaçando-os com as labaredas do "fogo do inferno", tiram-lhes o dízimo, disfarçado em "doação", como forma de pagamento, em "suaves prestações", do seu lugar no "céu". Passam a seus fiéis a idéia de que é "uma forma de retribuir por tudo que Deus nos dá", frase afixada dentro de um templo religioso.



Depois desse estudo respiramos mais aliviados, pois agora, com mais absoluta certeza, sabemos que não iremos para o inferno, lugar para onde, segundo o desejo de muitos, irão os espíritas.

 

 

 

 

 

Revista Veja, Editora Abril, edição 1731, ano 34, nº 50 de 19/12/2001.

 

 

Bibliografia

 

A Bíblia Anotada, Trad. Carlos Oswaldo Cardoso Pinto, São Paulo: Mundo Cristão, 1994.

 

publicado por SÉRGIO RIBEIRO às 00:04

Quarta-feira, 03 de Fevereiro de 2010

 



Muitos líderes religiosos só querem mesmo é pregar doutrinas inerentes aos seus interesses profanos e não as do reino dos céus, que são as que nos fazem realmente evoluir na busca da perfeição do Pai.

A verdadeira religião é a que nos leva a sermos servidores de nossos semelhantes. Esse é um dos ensinos nucleares do Evangelho de Jesus. “Eu não vim para ser servido, mas para servir” (Mateus 20,28). E serve-se a Deus, servindo-se ao próximo. De fato, é a prática do amor que nos leva à senda da perfeição.“Conhecem-se os meus discípulos por se amarem eles uns aos outros” (São João 13, 34 e 35).

Certas doutrinas religiosas do cristianismo (catolicos e evangélicos), e suas cerimônias e rituais -embora devamos respeitá-los - servem mais é para dar prestígio e lucro material para os líderes espirituais, sendo isso uma das causas do êxodo de fiéis para outras religiões. Não foi, pois, à toa que o Mestre proclamou que o amor ao próximo é superior a essas coisas. Segundo Ele, se nós estivermos no altar fazendo oferendas a Deus e lembrarmo-nos de que não estamos bem com um nosso semelhante, devemos interrompê-las e reconciliar-nos, primeiro, com o nosso semelhante, e só, então, poderemos voltar às oferendas (Mateus 5,24). Jesus nos lembra, pois, que o amor ao próximo é mais importante do que as ofertas a Deus, prescindíveis para Ele, enquanto que a reconciliação e a paz entre nós são-nos imprescindíveis para sermos verdadeiramente felizes.

O amor a Deus é fácil, mas é difícil amarmo-nos incondicionalmente uns aos outros, como proclama o Nazareno. Assim, portanto, a religião, que dá primazia a doutrinas e a práticas estranhas às ensinadas pelo seu Evangelho, não traz salvação para ninguém, salvação essa que fica, pois, para uma outra vida futura, graças à verdade incontestável da misericórdia e amor infinitos do Pai para com todos nós, os quais são os fundamentos em que se apóiam não só os pilares da Teologia Cristã, mas também, da de todas as demais religiões!
 
publicado por SÉRGIO RIBEIRO às 23:59

 

O autor francês Léon Denis, no livro O Problema do Ser do Destino e da Dor, no capítulo XIV, intitulado as Vidas Sucessivas - Provas Experimentais, apresenta diversos relatos de regressão hipnótica em indivíduos sensitivos, denominados pelos pesquisadores “sujets”. As mais interessantes e volumosas pesquisas comentadas pelo autor são de Albert de Rochas que escreveu a preciosa obra Les Vies Sucessives.

 

Nas experiências desenvolvidas pelo pesquisador, conseguiu-se retroagir os “sujets” a diversas encarnações pretéritas e colher vasto material em termos de documentação.

 

Ian Stevenson catedrático de neurologia e psiquiatria na Universidade de Virgínia, EUA, escreveu a obra Twenty Cases Sugestive of Reincarnation. Na citada obra, o autor investiga inúmeros casos, mas seleciona vinte mais evidentes em termos do renascimento. Observamos o título cauteloso de “casos sugestivos...”

Na realidade, em todos os continentes, em dezenas de Universidades ou em instituições científicas de parapsicologia, psicobiofísica e outras áreas, se estuda e documenta a reencarnação.

 

O psicólogo clínico norte-americano Morris Netherton desenvolveu uma técnica denominada Terapia das Vidas Passadas. Há por parte de muitos psicólogos, inclusive do Brasil, a preferência pelo nome terapia de vivências passadas, para desvincular filosoficamente ou mesmo religiosamente do conceito de reencarnação. Isto por que os terapeutas têm como absolutamente desnecessário ou indiferente crer ou não crer nas vidas pretéritas para que o tratamento beneficie o paciente.

 

O Dr. Netherton, apesar da reação cética de muitos segmentos da Psicologia, tem logrado obter inúmeros adeptos entre profissionais sérios e competentes.

 

No Brasil, foi fundado o Instituto Nacional de Terapia de Vivências Passadas (INTVP), entidade de caráter científico-cultural, sem conotação ou vínculo religioso e filosófico de qualquer espécie.

 

A Terapia Regressiva de Vivências Passadas, para adaptarmos a denominação preferida pelo órgão oficial (INTVP), é um recurso psicoterápico que utiliza como método a regressão de memória, pelo qual o paciente permite que superficialize, ao seu consciente atual, ocorrências traumáticas do passado recente ou remoto (isto é, desta ou de outras encarnações), que estavam arquivadas ou bloqueadas no seu inconsciente gerando-lhe distúrbios psicológicos.

 

“A evidência das vidas passadas e sucessivas é facilmente detectável por esta técnica terapêutica”.

 

A TVP tem embasamento científico que é reconhecido por grande número de terapeutas, médicos ou psicólogos, conceituados e idôneos, do exterior e do Brasil.

 

Na realidade, regressão de memória já era praticada pelos egípcios 3000 anos antes de nossa era. No entanto, só após os trabalhos de Morris Netherton esta abordagem terapêutica se divulgou. No Brasil, só a partir de 1980 foi introduzida pelo casal Prieto Perez, através de ciclos de estudos, seminários para profissionais e Work-Shops realizados por Netherton, bem como a publicação do seu livro em português, “Vidas Passadas, em Terapia”.

 

O INTVP visa elaborar cursos de especialização para médicos, e psicólogos graduados no mínimo há um ano, devidamente registrados em seus Conselhos de Classe. Forma profissionais de alto nível, que atuam com conhecimentos sólidos na área de regressão de memória exclusivamente para fins terapêuticos.

 

Todo médico consciente está atento às conquistas que possam ampliar seus recursos técnicos. A existência de um novo método terapêutico obtendo resultados expressivos passa a chamar a atenção. Isto vem ocorrendo com a TVP.

 

Nesta terapia, observa-se que todo trauma psicológico o paciente associa a um dano físico ocorrido na vida anterior ou a um sofrimento psíquico que vivenciou em estâncias pretéritas, muitas vezes longínquas. Espírito ou mente com o corpo interagem constantemente e os registros permanecem nos arquivos espirituais ou seja, arquivos do inconsciente.

 

A evidência das vidas passadas e sucessivas é facilmente detectável por esta técnica terapêutica.

 

Quase invariavelmente, os pacientes chegam à conclusão de que seus tomentos mentais atuais podem ser explicados com precisão por uma situação física de uma encarnação pretérita.

 

Exemplificando: uma pessoa que possua importante fobia por alturas descobrirá, recorrendo a vidas passadas, situações em que sofreu muito ou morreu em decorrência de acidentes por queda de locais altos. As quedas das vidas anteriores poderiam ser interpretadas como criações ou fantasias do inconsciente,mas a evidência palingenésica maior está em função dos dados minuciosos fornecidos pelo paciente. À medida que ele descreve a situação não o faz maquinalmente, mas vivenciando intensamente, de forma emocional, em pratos, gemidos ou até gritos em certos casos.

 

O paciente regredido descreve a época, o lugar, as condições e a linguagem envolvendo os fatos ocorridos na vida anterior. Como os detalhes podem ser importantes no processo terapêutico, há riqueza de dados que podem ser recolhidos por esta técnica.

 

Todos os casos do livro Vidas Passadas, em Terapia são belíssimos, tanto do ponto de vista do aspecto palingenésico (reencanacionista), como sob o ponto de vista clínico. Citaremos, de passagem, apenas o caso de Henry Aiken, no capítulo 6, intitulado: Problemas Sexuais Masculinos. Trata-se de um caso, aliás muito comum, de ejaculação precoce. O paciente atribuía, inclusive, seus dois divórcios e a sua atual crise de casamento a esta dificuldade.

 

Durante as sessões de TVP, ficou evidenciada a sensação inconsciente, ou medo, de ser observado por outrem no momento do ato sexual. De forma aparentemente irracional, parecia que as relações necessitavam de ser rápidas, embora conscientemente não as desejasse desta forma.

 

Henry Aiken, regredido a vidas anteriores, vê-se como escravo negro, traficado na África e comprado na América, onde é escolhido como reprodutor. Obrigado a inúmeras relações sexuais por dia, rápidas e sob a ameaça de feitor, escuta a frase: Rápido! Rápido! Faz se quer continuar vivendo! Há, no relato do autor, uma infinidade de dados e correlacionamentos estabelecidos entre as situações psicológicas de Henry Aiken com seus traumas vivenciados nas vidas anteriores. Deixaremos ao leitor a surpresa de constatar os detalhes da história ao ler o livro citado. São surpreendentes e lógicos.

 

Há quem se refira à Parapsicologia como uma ciência que representaria uma outra tese a respeito da reencarnação. A Parapsicologia surgiu como herdeira histórica da Metapsíquica, cujo expoente máximo foi Prêmio Nobel de Medicina e Fisiologia, Charles Richet, até o momento da premiação, considerado gênio. Posteriormente, pelo fato de seus trabalhos possibilitarem provar as realidades do mundo espiritual, a sobrevivência e a comunicabilidade dos espíritos, passou a ser considerado “precipitado” em suas conclusões.

 

A prudência e o temor à opinião do meio científico fez com que a Parapsicologia, ao retomar as investigações dos fenômenos inabituais e não explicáveis pelos nossos sentidos convencionais, criasse termos frios, sem qualquer conotação filosófica ou emocional para designar o que estava sendo investigado.

 

“Indivíduos travestidos de parapsicólogos dizerem às crédulas ovelhas, ingenuamente pastoreadas por eles, que a Reencarnação é “explicada” pela Parapsicologia.”

 

Assim, todos os fenômenos são englobados sob a designação de fenômenos psi ou paranormais. Psi é a letra grega escolhida como nomenclatura básica, nada mais. Os fenômenos foram inicialmente subdivididos e agrupados em dois blocos, até o surgimento de um tipo incômodo de fenômeno, que parecia perturbar os investigadores; os fenômenos ligados à morte ou aos mortos. Criou-se então um terceiro grupo para estudá-los.

 

O primeiro grupo de fenômenos Psi, os chamados Psigama, compreende aqueles que se caracterizam por efeitos mentais e não de manifestações físicas. São incluídos neste grupo de fenômenos todos aqueles que relacionam uma mente à outra, ou simplesmente percepções extra-sensoriais a nível mental. É usada a sigla ESP que significa Extra-Sensorial Perception .

 

Os fenômenos ESP são classificados em Psigama Tp ou Telepatia, Psigama Cv ou clarividência e Psigama Pcg ou Precognição, também conhecido como Premonição. Os fenômenos paralelos à Premonição são os de Retrocognição, que comentaremos mais adiante. Voltamos a chamar a atenção para uso das letras do alfabeto grego para as denominações técnicas, sempre na intenção de evitar conotações religiosas ou emocionais nos termos criados. Assim, Psigama é simplesmente a junção da letra psi à letra gama.

 

O segundo grupo dos fenômenos compreende aqueles ligados a efeitos físicos e recebe a designação de fenômenos Psikapa, nome resultante da fusão das letras psi e kapa, simplesmente. Os fenômenos do grupo Psikapa são basicamente a Psicocinesia ou Telecinesia, que seria a ação da mente sobre a matéria. A movimentação de objetos pela ação da força mental seria um exemplo. Cinesia é relativo a movimento. Tele, do grego, é relativo à distância e Psico se relaciona com mente ou alma.

 

O terceiro grupo que mencionamos se refere aos fenômenos ligados à morte ou aos mortos. Tanatologia é a ciência ou mais precisamente a disciplina científica que estuda os fenômenos da morte. A palavra Tanatos do grego se refere à morte, em função disto foi escolhida a letra Theta para este grupo de fenômenos, criou-se assim o termo Psitheta.

 

No entanto, a parapsicologia, apesar de denominar, classificar os fenômenos e ter contribuído muito para provar aos céticos a existência dos mesmos, demonstrando que não são produtos da imaginação de mentes férteis, no sentido pejorativo, nem da ingenuidade crédula, ou ainda simplesmente pura fraude ou engodo, não consegue explicá-los satisfatoriamente. A parapsicologia na realidade ainda engatinha, buscando se posicionar melhor.

 

“Este inconsciente coletivo, tal qual um saco de Papai Noel onde cabe potencialmente tudo que existe e existiu, realmente é demais para uns “pobres limitados” como nós”.

 

Cada fenômeno psi é apenas uma conseqüência, que deve ter uma causa responsável por ele. Como não se logrou obter uma causa claramente identificável, os parapsicólogos criaram o termo “função psi” para responsabilizar ou seja para dar uma causa a cada fenômeno.

 

Assim, é muito simples tapar o sol do esclarecimento com a “peneira furada” das denominações técnicas. Vejamos por exemplo a “explicação” parapsicológica para o fato de alguém ter lido a página de um livro trancado à chave em uma gaveta. Que fenômeno é este? Ora nos respondem os doutos, trata-se “apenas” de um fenômeno psigama do tipo clarividência. Mas o que é clarividência? Simples, trata-se da visão sem ser pelos órgãos visuais, extra-sensorial. Ela existe, está perfeita e cientificamente comprovada por testes que é um fenômeno real como todos os psigama.

 

Até aí concordamos plenamente. E quando fazemos a pergunta chave: A que se deve este fenômeno? Vem a resposta decepcionante: Deve-se “simplesmente” à função psi mais precisamente uma função de clarividência...

 

Quem escuta, parece estar tudo tão bem esclarecido como se cada fenômeno paranormal tivesse já uma causa definida. Não queremos ser excessivamente mordazes em nossa referência a Parapsicologia, e reconhecemos que há inúmeros cientistas sérios e dedicados, percorrendo a árdua trilha das investigações paranormais.

 

Paralelamente, no entanto, o que não podemos deglutir são indivíduos travestidos de parapsicólogos dizerem às crédulas ovelhas, ingenuamente pastoreadas por eles, que a Reencarnação é “explicada” pela Parapsicologia.

 

Assim como no exemplo da clarividência, onde o fenômeno já é aceito cientificamente, há apenas hipóteses parapsicológicas para as causas, as chamadas funções psi, responsáveis pelo mesmo.

 

No que tange à reencarnação, tivemos o espanto de escutar de passagem, um curioso diálogo:

 

- Como os parapsicólogos explicam a reencarnação?

- Muito simples, trata-se de um fenômeno do inconsciente.

- Como assim?

- O que ocorre é um fenômeno psigama, já estudado pela Parapsicologia. Mais precisamente, um fenômeno Rcg ou de Retrocognição, quando um indivíduo retroage mentalmente no tempo, ele capta algum tipo de informação que os adeptos da reencarnação dizem ter sido uma outra vida.

_ Por que ocorre este fenômeno, ou seja, qual a causa do mesmo?

- Simplesmente, devido a uma função parapsicológica chamada função psi. Esta função é mais precisamente uma função psigama Rcg.

- E como são obtidas as informações das vidas passadas?

- Fantasias do Inconsciente.

-Mas quando elas são tão minuciosas e precisas, podendo ser inclusive documentadas as vidas passadas? Ou ainda, quando fornecem dados preciosos e precisos sobre outras pessoas ou locais que não são do conhecimento de nenhum dos presentes?

- Todos nós temos o Inconsciente coletivo (?) que, como o nome indica, é intercomunicado a todos os outros inconscientes coletivos da humanidade de todos os tempos da história , permitindo que qualquer informação possa nos chegar. Até a vida de uma outra pessoa, existente em época remota pode ser captada e reproduzida em detalhes...

-(?)

 

Pois é... Depois somos nós os reencarnacionistas que vivemos em castelos imaginários!

 

Este Inconsciente coletivo, tal qual um saco de Papai Noel onde cabe potencialmente tudo que existe e existiu, realmente é demais para uns “pobres limitados” como nós.

 

Para alguns, nos porões do inconsciente temos um gênio oculto e adormecido que, se sacudido, o dorminhoco pode elaborar maravilhas... (Que saudades do jornalista Herculano Pires que assim já se expressava) !!!

 

A Retrocognição é considerada como um fenômeno paralelo à precognição. No tempo, tem o sentido inverso. Quando se profetiza, ou se prevê um acontecimento, está se projetando em nosso consciente algo de uma dimensão de tempo mais adiante, ocorrendo a premonição.

 

Na Retrocognição a mente sintoniza com os arquivos energéticos de fatos pretéritos seus e acessa os mesmos trazendo a nível do consciente atual as informações. Graças à retrocognição há uma infinidade de autores que passam a recolher dados concretos sobre a reencarnações passadas.

 

A Parapsicologia, portanto, longe está de ser a adversária temida pelos reencarnacionistas. Pelo contrário, temos muito a agradecer à ciência (séria ) pela documentação cada vez maior dos casos de reencarnação estudados.

 

A propósito, estes agradecimentos e louvores não são extensivos a todos aqueles que manipulam a terminologia técnica da Parapsicologia com finalidades outras que não as de esclarecer...

 

publicado por SÉRGIO RIBEIRO às 14:48

 

Tentaremos fazer uma pesquisa sobre esse tema, para ver se realmente tal ser existe ou não. Primeiramente devemos buscar saber de sua origem.

No livro "A História da Bíblia", Hendrik Willem Van Loon, com tradução de Monteiro Lobato, Ed. Cultrix, Cap. XVIII - Judéia, Província Grega, pág. 122, encontramos:

"Durante a longa residência na Pérsia, os judeus travaram conhecimento com um novo sistema religioso. Os persas seguiam um grande mestre de nome Zaratustra, ou Zoroastro".

Informação importantíssima, nos traz Hendrik, pois agora sabemos que a cultura persa acabou por influenciar os nossos antepassados no tocante a existência de satanás. (letra minúscula é proposital).

A primeira vez que essa palavra aparece na Bíblia é em 1 Crônicas 21,1. Entretanto a esse respeito podemos colocar as observações do Dr. Severino Celestino da Silva, autor do livro Analisando as Traduções Bíblicas, que fala o seguinte:

"Uma outra observação interessante é que o livro de Samuel foi escrito antes da influência persa no ano de 622 a.C e, no II livro de Samuel em seu capítulo 24:1, você lê com relação ao Recenseamento de Israêl o seguinte: ‘A cólera de IAHVÉH se inflamou novamente contra Israêl e excitou David contra eles, dizendo-lhe; Vai recensear Israêl e Judá’".

"Agora veja esta mesma passagem no I livro das Crônicas, que foi escrito no começo do ano 300 a.C, portanto, já sob a influência do Zoroastrismo persa, com o já conhecimento de ‘Ahriman’ – ‘Satanás’. No capítulo 21:1 desse livro, está escrito: Recenseamento: ‘e levantou-se Satã contra Israêl, e excitou David a fazer o recenseamento de Israêl’. Portanto, o que era IAHVÉH no livro de Samuel aparece agora no livro das Crônicas como SATANÁS. (Confira em sua Bíblia)".

"Assim, está evidenciado que Satanás não é um conceito original da Bíblia, e sim, introduzido nela, a partir do Zoroastrismo Persa".

Desta forma, a prova da incorporação da cultura religiosa persa se nos apresenta de maneira clara. E a título de informação o domínio persa sobre os judeus se deu no período de 539 a 400 a.C.

Seguindo, vamos encontrá-lo novamente no livro de Jó 1,6-12, que narra:

"Certa vez, foram os filhos de Deus apresentar-se ao Senhor; entre eles veio também Satanás. O Senhor, então, disse a Satanás: ‘Donde vens?’ –‘Dei umas voltas pela terra, andando a esmo’, respondeu ele. O Senhor lhe disse: ‘Reparastes no meu servo Jó? Na terra não há outro igual: é um homem íntegro e reto, teme a Deus e se agasta do mal’. Satanás respondeu ao Senhor: ‘Mas será por nada que Jó teme a Deus? Porventura não levantaste um muro de proteção ao redor dele, de sua casa e de todos os seus bens? Abençoastes seus empreendimentos e seus rebanhos cobrem toda a região. Mas estende a mão e toca em todos os seus bens: eu te garanto que te lançará maldições em rosto!’ Então o Senhor disse a Satanás: ‘Pois bem, tudo o que ele possui, eu o deixo em teu poder, mas não estendas a mão contra ele!’ Mas Satanás saiu da presença do Senhor".

Informa-nos os tradutores da Bíblia Sagrada (publicação da Editora Vozes), em nota de rodapé, que "Satanás não é o demônio da concepção cristã, mas mero personagem funcional da narrativa". Do que deduzimos, pela informação, que não se trata, portanto, de um ser.

Por volta do ano 520 a.C, em pleno domínio persa, aparece no cenário bíblico o profeta Zacarias. Em seu livro (3,1), encontramos mais uma vez referência a satanás, vejamos: "Ele me fez ver o sumo Sacerdote Josué, que estava de pé diante do anjo do Senhor, e Satã, que estava de pé à sua direita para acusá-lo".

Os mesmos tradutores citados há pouco nos dão a seguinte informação: "Satã não é ainda o Espírito do Mal ou o Demônio da concepção cristã. Não é uma pessoa, mas antes alguém que exerce uma função, a de contradizer a Deus; só aos poucos é visto como um ser pessoal". Confirmam o que disseram anteriormente, mas agora de uma maneira ainda mais clara que não permite outro tipo de interpretação.

 

É muito comum citarem a passagem de Isaías 14,12-14, como uma referência a satanás. Vejamo-la: "Como caíste do céu, ó estrela d’alva, filho da aurora! Como foste atirado à terra, vencedor das nações! E, no entanto, dizias no teu coração: ‘Subirei até o céu, acima das estrelas de Deus colocarei o meu trono, estabelecer-me-ei na montanha da Assembléia, nos confins do norte. Subirei acima das nuvens, tornar-me-ei semelhante ao Altíssimo’. E, contudo, foste precipitado ao Xeol, nas profundezas do abismo". Na publicação Mundo Novo, Bíblia usada pelos protestantes, nós encontramos, em nota de rodapé dos tradutores, que seria uma referência a satanás. Já na Bíblia Sagrada publicação Editora Vozes, de orientação católica, a nota diz que essa passagem é "provavelmente uma alusão a um mito cananeu. Há diversos paralelismos com textos da literatura ugarítica, descobertos em Rãs-Shamra". Esse trecho pode estar relacionado ao mito cananeu, entretanto, o mais importante é que ele, na verdade, é uma sátira que Deus manda Isaías fazer ao rei da Babilônia, conforme podemos verificar no início do texto (13,1 e 14,2-4). Assim o contexto não autoriza ninguém a atribuir tal referência a ninguém a não ser ao rei da Babilônia.

Igual procedimento fizeram em relação a Ezequiel 28, 11-15, que também, não se refere a satanás, mas a uma lamentação que Deus ordena que se faça contra o rei de Tiro.

A idéia inicial de que satanás quer dizer adversário, podemos confirmar em Mateus 16, 21-23: "E Jesus começou a mostrar aos seus discípulos que devia ir a Jerusalém, e sofrer muito da parte dos anciãos, dos chefes dos sacerdotes e dos doutores da Lei, e que devia ser morto e ressuscitar ao terceiro dia. Então Pedro levou Jesus para um lado, e o repreendeu, dizendo: ‘Deus não permita tal coisa, Senhor! Que isso nunca te aconteça!’ Jesus, porém, voltou-se para Pedro, e disse: ‘Fique longe de mim, Satanás! Você é uma pedra de tropeço para mim, porque não pensa as coisas de Deus, mas as coisas dos homens!’".

Por essa passagem podemos ver que Cristo não estava dizendo que Pedro estava com satanás, mas que ele estava sendo seu adversário, que é o significado literal dessa palavra. Podemos até ressaltar que em momento algum Jesus expulsou satanás de alguém, mas somente "demônios", ou seja, espíritos maus, provando desta forma que ele não é um ser como querem os teólogos.

Vejamos, agora, a análise mais completa que Dr. Severino Celestino faz em seu livro Analisando as Traduções Bíblicas []:

"Satanás"

 

Endossamos essas últimas palavras do Dr. Severino.

Somente pessoas retrógradas ou de mente fechada é que podem acreditar na existência de duas potências – a do bem e a do mal - a lutar perpetuamente pela "posse" das almas. De duas uma, ou Deus é tudo ou não é nada. Como não admitimos a segunda hipótese, temos convicção que Deus é tudo. E tudo o que existe é criação sua, e como Deus não criaria o mal, pressupomos que o mal é temporário. Por outro lado, não poderia criar um ser perfeito que posteriormente viesse a decair, pois teríamos pressupor que não o teria criado perfeito. Ora, sendo Deus a perfeição absoluta, tudo que faz é perfeito por natureza e origem.

Mas o homem ainda não compreendendo a grandeza de Deus vem, infelizmente, perpetuando esse dualismo entre o bem e o mal, principalmente no meio das religiões cristãs tradicionais. Erro teológico, que a nosso ver é grave, pois é com esse pensamento que sustentam uma pedagogia negativa, querendo que seus fiéis façam o bem somente por medo do "tridente de satanás", ao invés, do que seria obvio e lógico, fazer o bem por amor à Deus.

 Satanás é uma figura muito controvertida na Bíblia. A palavra ‘Satã’ significa acusador".

"Aparece, pela primeira vez no livro de Jó, sendo como um promotor celestial. A sua intimidade com Deus e o direito de entrar no ‘Céu’, de ir e vir livremente e dialogar com Ele, torna-o uma figura de muito destaque. Veja o livro de Jó 1:6 ‘Um dia em que os filhos de Deus se apresentaram diante do Senhor, veio também Satanás entre eles’".

"O livro de Jó foi escrito depois do Exílio Babilônico. Sabemos que o povo judeu, tendo retornado a Israel com a permissão de Ciro, rei persa, no ano de 538 a.C., assimilou muitos costumes dos persas. Isso ocorreu devido à simpatia e apoio que receberam do rei, que inclusive permitiu a construção do Segundo Templo judaico e ainda devolveu muitos de seus tesouros, que haviam sido roubados".

"A religião dos persas, o Zoroastrismo, influenciou sobremaneira o judaísmo".

"No Zoroastrismo, existe o Deus supremo ‘Ahura-Mazda’ que sofre a oposição de uma outra força poderosa, conhecida como ‘Angra Mainyu, ou Ahriman’, ‘o espírito mau’. Desde o começo da existência, esses dois espíritos antagônicos têm-se combatido mutuamente".

"O Zoroastrismo foi uma das mais antigas religiões a ensinar o triunfo final do bem sobre o mal. No fim, haverá punição para os maus, e recompensa para os bons".

"E foi do Zoroastrismo que os judeus aprenderam a crença em um ‘Ahriman’, um diabo pessoal, que, em hebraico, eles chamaram de ‘Satanás’. Por isso, o seu aparecimento na Bíblia só ocorre no livro de Jó e nos outros livros escritos após o exílio Babilônico, do ano de 538 a.C. para cá. Nestes livros, já aparece a influência do Zoroastrismo persa. Observe ainda que a tentação do Adão e Eva é feita pela serpente e não por Satanás, demonstrando assim, que o escritor do Gênesis não conhecia Satanás. Os sábios judaicos interpretando o Eclesiastes 10:11, afirmam (Pirkei de Rabi Eliezer 13), que na verdade, a cobra que seduziu Adão e Eva era o Anjo Samael que apareceu na terra sob forma de serpente. E que Ele é conhecido como o ‘dono da língua’. A Anjo Samael, que apareceu sob a forma de serpente, usou sua língua, e este poder pode ser usado somente para dominar o sábio. Ele não pode prevalecer sobre um ignorante".

"Uma outra observação interessante é que o livro de Samuel foi escrito antes da influência persa no ano de 622 a.C e, no II livro de Samuel em seu capítulo 24:1, você lê com relação ao Recenseamento de Israêl o seguinte: ‘A cólera de IAHVÉH se inflamou novamente contra Israêl e excitou David contra eles, dizendo-lhe; Vai recensear Israêl e Judá’".

"Agora veja esta mesma passagem no I livro das Crônicas, que foi escrito no começo do ano 300 a.C, portanto, já sob a influência do Zoroastrismo persa, com o já conhecimento de ‘Ahriman’ – ‘Satanás’. No capítulo 21:1 desse livro, está escrito: Recenseamento: ‘e levantou-se Satã contra Israêl, e excitou David a fazer o recenseamento de Israêl’. Portanto, o que era IAHVÉH no livro de Samuel aparece agora no livro das Crônicas como SATANÁS. (Confira em sua Bíblia)".

"Assim, está evidenciado que Satanás não é um conceito original da Bíblia, e sim, introduzido nela, a partir do Zoroastrismo Persa".

"Passa a existir a partir daí, ‘uma lenda’ entre o povo judeu de que Satanás é considerado como o rei dos demônios, que se rebelara contra Deus sendo expulso do céu. Ao exilar-se do céu, levou consigo uma hoste de anjos caídos, e tornou-se seu líder. A rebelião começou quando ele, Satanás, o maior dos anjos, com o dobro de asas, recusou prestar homenagem a Adão. Afirmam ainda que esteve por trás do pecado de Adão e Eva, no Jardim do Éden, mantendo relação sexual com Eva, sendo portanto, pai de Caim. Ajudou Noé a embriagar-se com vinho e tentou persuadir Abraão a não obedecer a deus no episódio do sacrifício do seu filho Isaac".

"Muitas pessoas acreditam no poder de Satanás e até o enaltecem em suas igrejas, razão pela qual, acharmos que seriam fechadas muitas igrejas se os seus dirigentes deixassem de acreditar em Satanás".

 

 

"Zaratustra considerava a vida como uma eterna luta entre o Bem e o Mal. O deus do Bem, Ormuzd, estava sempre em guerra com o deus do Mal e da ignorância - Ariman. Ora, isto era uma idéia nova para a maior parte dos judeus".

"Até então haviam eles reconhecido a um senhor único, ao qual deram o nome de Jeová. Quando as coisas corriam mal, quando eles eram derrotados nas batalhas ou assolados por moléstias, invariavelmente atribuíam o desastre à falta de devoção do povo. A idéia de que o pecado proviesse de interferência dum espírito do mal, nunca lhes ocorrera. A própria serpente no Paraíso parecia-lhes menos culpada que Adão e Eva, os quais conscientemente haviam desobedecido à vontade divina".

"Sob a influência das doutrinas de Zaratustra, os judeus começaram a crer na existência dum espírito que procurava desfazer a obra de Jeová. E esse adversário deram o nome de Satã".

"Passaram a odiá-lo e temê-lo, e no ano 331 convenceram-se de que Satã andava pela terra".

publicado por SÉRGIO RIBEIRO às 00:26

Terça-feira, 02 de Fevereiro de 2010

        Uma questão que prejudica muito o cristianismo é que quase tudo que os teólogos afirmam é mistério. Não gosto de ver o cristianismo caracterizado como sendo a “religião dos mistérios”, pois mistério para mim é outra maneira de dizer que a doutrina é insustentável.

         O Espírito Santo só foi instituído oficialmente no Concílio Ecumênico de Constantinopla (381), ao qual a Bíblia foi adaptada. E a sua teologia foi bem montada por stº Agostinho e stº Tomás de Aquino. Lingüística, semântica e etimologicamente falando, em alemão “heilig” (santo) é um termo derivado de “heil” (total). E, em inglês, “holy” (santo) vem de “whole” (total). É o Jesuíta Huberto Rohden (“O Sermão da Montanha”, pág. 136, Ed. Martin Claret, São Paulo, SP), quem nos  mostra essas derivações. E para Rohden - como o demonstrei também na minha coluna anterior -, “total” na etimologia das duas palavras alemã e inglesa significa “universal”, porque o homem total, santo, por estar numa sintonia total com Deus e o universo, é universal. E o espírito humano, por ser derivado de Deus, é santo por natureza, embora ainda o seja só em estado potencial ou de semente. Daí que, no hebraico do Velho Testamento, temos “Ruach ha Kodesh” (Espírito do Santo) e no grego do Novo Testamento, “Pneuma Hagion” (Espírito Santo ou Santo Espírito). O sentido dessa expressão é o Espírito do Santo (homem e não Deus) ou o Espírito Santo do homem. “Farei levantar-se entre vós um homem de um Espírito Santo chamado Daniel” (Daniel 13,45, da Bíblia Católica, pois a protestantes vai só até o capítulo 12). Também são Paulo, que ainda não conhecia o Espírito Santo trinitário, disse: “Nós somos templos de um Espírito Santo”. Os tradutores colocaram o artigo definido “o” em vez do indefinido “um”, para se entender o Espírito Santo da Trindade (nosso livro “A Face Oculta das Religiões”, capítulo 7, EBM Ed., Santo André, SP).

         O Espiritismo não nega o Espírito Santo, apenas O interpreta como sendo o conjunto de todos os espíritos, ou seja, de conformidade com o sentido original bíblico. Que o Pai, eu e vocês (o Espírito Santo) sejamos todos um, ensinou o Mestre!

 


         O escritor, teósofo e biblista espírita José Reis Chaves é autor dos livros, entre outros, “A Reencarnação na Bíblia e na Ciência”, 7a edição, e “A Face Oculta das Religiões”, 5a edição, (antes pela Ed. Martin Claret e agora pela EBM Ed., Sto André, SP).

 

 

publicado por SÉRGIO RIBEIRO às 01:31

 

A maior ignorância é a que não sabe e crê saber, pois dá origem a todos os erros que cometemos com nossa inteligência. (SÓCRATES).
Tão surpreendente quanto a naturalidade das pessoas em emitirem juízo sobre algo que pouco sabem, é seu desinteresse em melhor informarem-se. (LOEFFLER).
Se não se convencem pelos fatos, menos o fariam pelo raciocínio. (KARDEC).
Introdução
            Dentre vários outros, a comunicação com os chamados mortos é um dos princípios básicos do Espiritismo, inclusive podemos dizer que é um dos fundamentais, pois foi de onde surgiu todo o seu arcabouço doutrinário.
               Na conclusão de O Livro dos Espíritos, Kardec argumenta que:
“Esses fenômenos ... não são mais sobrenaturais que todos os fenômenos aos quais a Ciência hoje dá a solução, e que pareceram maravilhosos numa outra época. Todos os fenômenos espíritas, sem exceção, são a conseqüência de leis gerais e nos revelam um dos poderes da Natureza, poder desconhecido, ou dizendo melhor, incompreendido até aqui, mas que a observação demonstra estar na ordem das coisas”. (p. 401).
            Essa abordagem de Kardec é necessária, pois apesar de muitos considerarem tais fenômenos como sobrenaturais, enquanto que inúmeros outros os quererem como fenômenos de ordem religiosa, as duas teses são incorretas. A origem deles é espontânea e natural e ocorrem conforme as leis Naturais que regem não só o contato entre o mundo material e o espiritual, mas toda a complexa interação que mantém o equilíbrio universal. Por isso não precisaríamos relacioná-los, nem mesmo buscar comprovação de sua realidade, entre as narrativas bíblicas.       
             A Bíblia, apesar de merecer de todos nós o devido respeito, por ser um livro considerado sagrado por várias correntes religiosas, não é, nunca foi e jamais será um livro que contém todas as leis que regem o Universo, nem tão pouco o que acontece em função das leis naturais, portanto, divinas, já desvendadas pelo homem.
            A Ciência vem, ao longo dos tempos, demonstrando a impossibilidade de serem verdadeiros certos fatos narrados pelos autores da Bíblia, como também, trazendo outros que nem supunham existir. A Terra como o centro do Universo, Adão e Eva como o primeiro casal humano, entre inúmeros outros pontos da Bíblia, que não poderão ser mais considerados como verdades, uma vez que a Ciência provou o contrário. A fertilização in vitro, a ida do homem ao espaço, a clonagem, o transplante de órgãos, esse computador com o qual estamos escrevendo, como milhares de outras maravilhas descobertas pela Ciência não se encontram profetizadas, em uma linha sequer, nas Escrituras Sagradas.
            Apesar disso tudo, estaremos desenvolvendo esse estudo com a finalidade de constatar que a comunicação dos mortos está na Bíblia, não por nós, mas por aqueles que insistem em relacionar esses fenômenos como de cunho religioso e que, para serem verdadeiros, teriam que constar na Bíblia.
Passagens bíblicas para comprovação
            A primeira coisa que teremos que buscar para apoio é algo que venha nos dar uma certeza da sobrevivência do espírito, pois ela é a peça fundamental nas comunicações. Leiamos:
<!--[if !supportLists]-->·        <!--[endif]-->Quanto a você, irá reunir-se em paz com seus antepassados e será sepultado após uma velhice feliz. (Gn 15,15).
<!--[if !supportLists]-->·        <!--[endif]-->Quando Jacó acabou de dar instruções aos filhos, recolheu os pés na cama, expirou e se reuniu com seus antepassados. (Gn 49,33).
<!--[if !supportLists]-->·        <!--[endif]-->Eu digo a vocês: muitos virão do Oriente e do Ocidente, e se sentarão à mesa no Reino do Céu junto com Abraão, Isaac e Jacó. (Mt 8,11).
<!--[if !supportLists]-->·        <!--[endif]-->E, quanto à ressurreição, será que não leram o que Deus disse a vocês: “Eu sou o Deus de Abraão, o Deus de Isaac e o Deus de Jacó”? Ora, ele não é Deus dos mortos, mas dos vivos. (Mt 22,31-32).
            Podemos concluir dessas passagens que há no homem algo que sobrevive à morte física. Não haveria sentido algum dizer que uma pessoa, após a morte, irá se reunir com seus antepassados, se não se acreditasse na sobrevivência do espírito. Além disso, para que ocorra a possibilidade de alguém poder “sentar à mesa no Reino do Céu junto com Abraão, Isaac e Jacó” teria que ser porque esses patriarcas estão tão vivos quanto nós. A não ser que Jesus tenha nos enganado quando disse, em se referindo a esses três personagens, que Deus é Deus de vivos.
            Os relatos bíblicos nos dão conta que o intercâmbio com os mortos eram fatos corriqueiros na vida dos hebreus. Por outro lado, quase todos os povos, com quem mantiveram contato, tinham práticas relacionadas à evocação dos espíritos para fins de adivinhação, denominada necromancia. O Dicionário Bíblico Universal nos dá a seguinte explicação sobre ela:
     Meio de adivinhação interrogando um morto. Babilônios, egípcios, gregos a praticavam. Heliodoro, autor grego do III ou do século IV d.C., relata uma cena semelhante àquela descrita em 1Sm (Etíope 6,14). O Deuteronômio atribui aos habitantes da Palestina “a interrogação dos espíritos ou a evocação dos mortos” (18,11). Os israelitas também se entregaram a essas práticas, mas logo são condenadas, particularmente por Saul (1Sm 28,3B). Mas, forçado pela necessidade, o rei manda evocar a sombra de Samuel (28, 7-25): patético, o relato constitui uma das mais impressionantes páginas da Bíblia. Mais tarde, Isaías atesta uma prática bastante difundida (Is 8,19): parece que ele ouviu “uma voz como a de um fantasma que vem da terra” (29,4). Manasses favoreceu a prática da necromancia (2Rs 21,6), mas Josias a eliminou quando fez sua reforma (2Rs 23,24). Então o Deuteronômio considera a necromancia e as outras práticas divinatórias como “abominação” diante de Deus, e como o motivo da destruição das nações, efetuada pelo Senhor em favor de Israel (18,12). O Levítico considera a necromancia como ocasião de impureza e condena os necromantes à morte por apedrejamento (19,31; 20,27). (Pág. 556).
            Iremos ver, no decorrer desse estudo, algumas dessas passagens, mas, por hora, apenas destacaremos:
<!--[if !supportLists]-->·        <!--[endif]-->Não se dirijam aos necromantes, nem consultem adivinhos, porque eles tornariam vocês impuros. Eu sou Javé, o Deus de vocês. (Lv 19,31).
<!--[if !supportLists]-->·        <!--[endif]-->Quem recorrer aos necromantes e adivinhos, para se prostituir com eles, eu me voltarei contra esse homem e o eliminarei do seu povo. (Lv 20,6).
<!--[if !supportLists]-->·        <!--[endif]-->Quando entrares na terra que o Senhor teu Deus te der, não apreenderás a fazer conforme as abominações daqueles povos. Não se achará entre ti quem faça passar pelo fogo o seu filho ou a sua filha, nem adivinhador, nem prognosticador, nem agoureiro, nem feiticeiro; nem encantador, nem necromante, nem mágico, nem quem consulte os mortos; pois todo aquele que faz tal cousa é abominação ao Senhor; e por tais abominações o Senhor teu Deus os lança de diante de ti. Perfeito serás para com o Senhor teu Deus. Porque estas nações, que hás de possuir, ouvem os prognosticadores e os adivinhadores; porém a ti o Senhor teu Deus não permitiu tal cousa. (Dt 18,9-14).
            As três passagens acima dizem respeito à adivinhação e à necromancia – que é um tipo de adivinhação, conforme explicação, já citada, do dicionário –, devemos observar que elas se encontram entre as proibições. A preocupação central era proibir qualquer tipo de coisa relacionada à adivinhação, não importando por qual meio fosse realizada, como fica claro pela última passagem onde se diz “... estas nações, .... ouvem os prognosticadores e os adivinhadores...”, reunindo assim todas as práticas a essas duas.
            Por outro lado, a grande questão a ser levantada é: os mortos atendiam às evocações ou não? Se não, por que da proibição? Seria ilógico proibir algo que não acontece. Teremos que tentar encontrar as razões de tal proibição. Duas podemos destacar. A primeira é que consideravam deuses os espíritos dos mortos, mais à frente iremos ver sobre isso, quando falarmos de 1Sm 28. Levando-se em conta que era necessário manter, a todo custo, a idéia de um Deus único, Moisés, sabiamente, institui a proibição de qualquer evento que viesse a prejudicar essa unicidade divina. As consultas deveriam ser dirigidas somente a Deus, daí, por forças das circunstâncias, precisou proibir todas as outras. A segunda estaria relacionada ao motivo pelo qual iam consultar-se aos mortos. Normalmente, eram para coisas relacionadas ao futuro, como no caso de Saul que iremos ver logo à frente, ou para situações até ridículas, quando, por exemplo, do desaparecimento das jumentas de Cis, em que Saul, seu filho, procura um vidente, para que ele dissesse onde poderiam encontrá-las.
            A figura do profeta aparece como sendo a pessoa que tinha poderes para fazer consultas a Deus, ou receber da divindade as revelações que deveriam ser transmitidas ao povo. Em razão de querer a exclusividade das consultas a Deus, por meio dos profetas, é que Moisés disse que: “Javé seu Deus fará surgir, dentre seus irmãos, um profeta como eu em seu meio, e vocês o ouvirão”. (Dt 18,15). Elucidamos essa questão com o seguinte passo: “Em Israel, antigamente, quando alguém ia consultar a Deus, costumava dizer: 'Vamos ao vidente'. Porque, em lugar de 'profeta', como se diz hoje, dizia-se 'vidente'”. (1Sm 9,9). O que é vidente senão quem tem a faculdade de ver os espíritos? Poderá, em alguns casos, ver inclusive o futuro, daí a idéia de que poderia prever alguma coisa, uma profecia, derivando-se daí, então, o nome profeta. Podemos confirmar o que estamos dizendo aqui nesse parágrafo, pela explicação dada à passagem Dt 18,9-22:
     “Contrapõem-se nitidamente duas formas de profetismo ou de mediação entre os homens e Deus. O profetismo de tipo cananeu, com suas práticas para conhecer o futuro, ou vontade dos deuses (v.9-14), visava controlar a divindade, tornado-a favorável ao homem. Contra isso o Dt estabelece a mediação do ‘profeta como Moisés’ (v.15-22; cf. Ex 20,18-21), a cuja palavra, pronunciada em nome de Deus, o israelita deve obedecer”. (Bíblia Sagrada, Ed. Vozes, pág. 217).
            É interessante que, neste momento, venhamos a dizer alguma coisa sobre profeta. Buscaremos as informações com Dr. Severino Celestino, que nos diz:
     A palavra profeta, em hebraico, significa “Navi”, no plural, “Neviim”. Apresenta ainda outros significados como “roê” (videntes). Veja I Samuel 9:9: “antigamente em Israel, todos os que iam consultar IAHVÉH assim diziam: vinde vamos ter com o vidente (roê); porque aquele que hoje se chama profeta (navi), se chamava outrora vidente (roê)”.
     A palavra vidente, em hebraico, também significa (chozê), pois, consultando o texto original, encontramos citações que usam o termo (roê) sendo que outras citam (chozê), como veremos adiante. O vidente era, portanto, o homem a ser interrogado quando se queria consultar a Deus ou a um espírito e sua resposta era considerada resposta de Deus.
     O termo profeta chegou ao português, derivado do grego (???) “prophétes” que significa “alguém que fala diante dos outros”. No hebraico, o significado é bem mais amplo, possui uma raiz acádica que significa “chamar”, “falar em voz alta”, e interpretam-no como “orador, anunciador”. (Analisando as Traduções Bíblicas, pp. 259-260). (Grifos do original).
Dito isso, podemos agora concluir que Moisés não era totalmente contra o profetismo (mediunismo), apenas era contrário ao uso indevido que davam a essa faculdade. Podemos, inclusive, vê-lo aprovando a forma com que dois homens a faziam, conforme a seguinte narrativa em Nm 11, 24-30:
Moisés saiu e disse ao povo as palavras de Iahweh. Em seguida reuniu setenta anciãos dentre o povo e os colocou ao redor da Tenda. Iahweh desceu na Nuvem. Falou-lhe e tomou do Espírito que repousava sobre ele e o colocou nos setenta anciãos. Quando o Espírito repousou sobre eles, profetizaram; porém, nunca mais o fizeram.
Dois homens haviam permanecido no acampamento: um deles se chamava Eldad e o outro Medad. O Espírito repousou sobre eles; ainda que não tivessem vindo à Tenda, estavam entre os inscritos. Puseram-se a profetizar no acampamento. Um jovem correu e foi anunciar a Moisés: “Eis que Eldad e Medad”, disse ele, “estão profetizando no acampamento”. Josué, filho de Nun, que desde a sua infância servia a Moisés, tomou a palavra e disse: “Moisés, meu senhor, proíbe-os!” Respondeu-lhe Moisés: “Estás ciumento por minha causa? Oxalá todo o povo de Iahweh fosse profeta, dando-lhe Iahweh o seu Espírito!” A seguir Moisés voltou ao acampamento e com ele os anciãos de Israel.
Fica claro, então, que pelo menos duas pessoas faziam dignamente o uso da faculdade mediúnica (profeta), daí Moisés até desejar que todos fizessem como eles.
Outro ponto importante que convém ressaltar é a respeito da palavra Espírito, que aparece inúmeras vezes na Bíblia. Mas afinal o que é Espírito? Hoje sabemos que os espíritos são as almas dos homens que foram desligadas do corpo físico, pelo fenômeno da morte. Assim, podemos perfeitamente aceitar que fora às vezes que atribuem essa palavra ao próprio Deus, todas as outras estão incluídas nessa categoria.
Tudo, na verdade, não passava de manifestações dos espíritos, que muitas vezes eram tomados à conta de deuses, devido a ignorância da época, coisa absurda nos dias de hoje.
Isso fica tão claro que podemos até mesmo encontrar recomendações de como nos comportar diante deles, para sabermos suas verdadeiras intenções. Citamos: “Amados, não acrediteis em qualquer espírito, mas examinai os espíritos para ver se são de Deus,...” (1 Jo 4, 1).
Disso pode-se concluir que era comum, àquela época, o contato com os espíritos. De fato, já que podemos confirmar isso com o Apóstolo dos gentios, que recomendou sobre o uso dos “dons” (mediunidade), conforme podemos ver em sua primeira carta aos Coríntios (cap. 14). Nela ele procura demonstrar que o dom da profecia é superior ao dom de falar em línguas (xenoglossia), pois não via nisso nenhuma utilidade senão quando, juntamente, houvesse alguém com o dom de interpretá-las.
Ao lado dos espíritos, também vemos inúmeras manifestações do demônio. Sobre ele, encontramos a seguinte informação, citada pela Dra. Edith Fiore, sobre o pensamento do historiador hebreu Flávio Josefo: “Os demônios são os espíritos dos homens perversos” (Possessão Espiritual, p. 29). Com isso as manifestações espirituais se ampliam, pois agora se nos apresentam os demônios como espíritos de seres humanos desencarnados, ficando, portanto, provado que os fenômenos mediúnicos são repletos na Bíblia. Onde há mediunidade haverá, conseqüentemente, manifestação espiritual, pouco importa a denominação que venha se dar aos que se apresentam aos encarnados,por essa via.
Vejamos, então, um caso específico relatado sobre uma consulta aos mortos. Chamamos a sua atenção para o motivo da consulta, que não poderá passar despercebido, visto o termos citado como uma das causas da proibição de Moisés. Leiamos:
Samuel tinha morrido. Todo o Israel participara dos funerais, e o enterraram em Ramá, sua cidade. De outro lado, Saul tinha expulsado do país os necromantes e adivinhos. Os filisteus se concentraram e acamparam em Sunam. Saul reuniu todo o Israel e acamparam em Gelboé. Quando viu o acampamento dos filisteus, Saul teve medo e começou a tremer. Consultou a Javé, porém Javé não lhe respondeu, nem por sonhos, nem pela sorte, nem pelos profetas. Então Saul disse a seus servos: "Procurem uma necromante, para que eu faça uma consulta". Os servos responderam: "Há uma necromante em Endor". Saul se disfarçou, vestiu roupa de outro, e à noite, acompanhado de dois homens, foi encontrar-se com a mulher. Saul disse a ela: "Quero que você me adivinhe o futuro, evocando os mortos. Faça aparecer a pessoa que eu lhe disser". A mulher, porém, respondeu: "Você sabe o que fez Saul, expulsando do país os necromantes e adivinhos. Por que está armando uma cilada, para eu ser morta?" Então Saul jurou por Javé: "Pela vida de Javé, nenhum mal vai lhe acontecer por causa disso". A mulher perguntou: "Quem você quer que eu chame?" Saul respondeu: "Chame Samuel". Quando a mulher viu Samuel aparecer, deu um grito e falou para Saul: "Por que você me enganou? Você é Saul!" O rei a tranqüilizou: "Não tenha medo. O que você está vendo?" A mulher respondeu: "Vejo um espírito subindo da terra". Saul perguntou: "Qual é a aparência dele?" A mulher respondeu: "É a de um ancião que sobe, vestido com um manto". Então Saul compreendeu que era Samuel, e se prostrou com o rosto por terra. Samuel perguntou a Saul: "Por que você me chamou, perturbando o meu descanso?" Saul respondeu: "É que estou em situação desesperadora: os filisteus estão guerreando contra mim. Deus se afastou de mim e não me responde mais, nem pelos profetas, nem por sonhos. Por isso, eu vim chamar você, para que me diga o que devo fazer". Samuel respondeu: "Por que você veio me consultar, se Javé se afastou de você e se tornou seu inimigo? Javé fez com você o que já lhe foi anunciado por mim: tirou de você a realeza e a entregou para Davi. Porque você não obedeceu a Javé e não executou o ardor da ira dele contra Amalec. É por isso que Javé hoje trata você desse modo. E Javé vai entregar aos filisteus tanto você, como seu povo Israel. Amanhã mesmo, você e seus filhos estarão comigo, e o acampamento de Israel também: Javé o entregará nas mãos dos filisteus". (1Sm 28,3-19)
Inicialmente, se diz que Saul consultou a Javé, como não obteve resposta, resolveu então procurar uma necromante para que, pessoalmente , pudesse consultar-se com um espírito. Isso foi o que dissemos sobre uma das razões da proibição de Moisés. Saul diante da necromante foi taxativo: quero que adivinhe o futuro evocando um morto. Aqui é o próprio rei que vai consultar-se com um morto, pelo motivo de querer saber o futuro. Se os mortos nunca tivessem revelado o futuro, estaria o rei numa situação ridícula dessa?
Mas Saul não desejava consultar-se com qualquer um espírito, queria especificamente a presença de Samuel. Após a evocação da mulher, o relato confirma que a necromante viu Samuel-espírito aparecer. Sem margem a nenhuma dúvida. Quando descreve o que vê o próprio Saul reconhece ser o profeta Samuel que estava ali. Fato confirmado, por está dito que Samuel fez uma pergunta a Saul. Após a resposta de Saul, novamente, Samuel responde ao que veio o rei saber.
Algumas Bíblias ao invés de “vejo um espírito subindo da terra” traduzem por “vejo um deus subindo da Terra”. A frase dessa maneira nos é explicada:
“A palavra hebraica para significar Deus, também designa os seres supra-humanos e, como neste caso, o espírito dos mortos. Havia a convicção de que os espíritos dos mortos estavam encerrados no sheol, e este se situaria algures por baixo da terra” (Bíblia Sagrada, Ed. Santuário, pág. 392).
Com isso, fica fácil entender por que Saul, após certificar-se de que Samuel-espírito estava ali, se prostra diante dele (v. 14). Atitude própria de quem endeusava os espíritos e, conforme já o dissemos anteriormente, esse foi um dos motivos pelo qual Moisés proibiu a comunicação com os mortos.
A frase “Javé fez com você o que já lhe foi anunciado por mim” tem a seguinte tradução em outras Bíblias: “O Senhor fez como tinha anunciado pela minha boca”, do que podemos concluir que naquele momento não estava falando pela sua boca, usava a boca da mulher, pela qual confirmou o que tinha falado a Saul quando vivo, não deixando então nenhuma dúvida que era mesmo Samuel-espírito quem estava ali. Estamos dizendo isso, porque com algumas interpretações distorcidas, bem à moda da casa, querem insinuar que quem se manifestou foi o demônio. A isso, poderemos, além do que já dissemos, colocar para corroborar nosso pensamento uma explicação dada a 28,15-19:
O narrador, embora não aprove o proceder de Saul e da mulher (v. 15), acredita que Samuel de fato apareceu e falou com Saul: isso Deus podia permitir. Logo, não é preciso pensar em manobra fraudulenta da mulher ou em intervenção diabólica.... (Bíblia Sagrada, Ed. Vozes, pág. 330).
Por outro lado, ninguém conseguirá provar que em algum lugar da Bíblia está dizendo que os demônios aparecem no lugar dos espíritos evocados. Assim, de modo claro e inequívoco, temos essa questão de que não são os demônios como definitivamente resolvida. Não bastasse isso, a própria Bíblia confirma o ocorrido quando falando a respeito de Samuel está dito: Mesmo depois de sua morte, ele profetizou, predizendo ao rei o seu fim. Mesmo do sepulcro, ele levantou a voz, numa profecia, para apagar a injustiça do povo”. (Eclo 46,20). Sabemos que os protestantes não possuem esse livro, mas como os católicos também afirmam que sua Bíblia não contém erros, pegamos a deles para a confirmação dessa ocorrência.
            Ao que parece, a consulta aos mortos era fato tão corriqueiro, que, às vezes, era esperada, conforme podemos ver em Isaías:
Quando disserem a vocês: ‘Consultem os espíritos e adivinhos, que sussurram e murmuram fórmulas; por acaso, um povo não deve consultar seus deuses e consultar os mortos em favor dos vivos?’, comparem com a instrução e o atestado: se o que disserem não estiver de acordo com o que aí está, então não haverá aurora para eles”. (Is 8,19-20).
            Isaías até sabia o que iriam dizer, realidade da época, com certeza. Quanto à expressão seus deuses, explicam-nos que equivale a os espíritos dos antepassados (Bíblia Sagrada, Ed. Ave Maria, pág. 950). O que vem reforçar a justificativa para a proibição de Moisés, que buscava fazer o povo hebreu aceitar o Deus único. Interessante que essa passagem irá nos remeter a uma outra, que fala exatamente dos antepassados, como uma explicação que nos ajudará a entendê-la. Vejamo-la:
Consulte as gerações passadas e observe a experiência de nossos antepassados. Nós nascemos ontem e não sabemos nada. Nossos dias são como sombra no chão. Os nossos antepassados, no entanto, vão instruí-lo e falar a você com palavras tiradas da experiência deles”. (Jó 8,8-10).
            Considerando que à época não se tinha muita coisa escrita, e se tivesse talvez pouco adiantaria, pois poucos sabiam ler, só poderemos entender essa passagem como sendo uma consulta direta às gerações passadas. O que em bom Português significa que isso ocorria através da consulta aos seus deuses, em outras palavras, aos espíritos dos antepassados, que pessoalmente viam transmitir suas experiências. É notável que exatamente isso que está ocorrendo nos dias de hoje com os Espíritos, que, mesmo sem que tenham sido evocados para serem consultados, vêm livremente, com a permissão de Deus, é claro, nos passar as suas experiências pessoais, para que possamos aprender com elas, de modo que podemos evitar erros já cometidos por ignorância das leis divinas.
            Uma coisa nós podemos considerar. Se ocorriam manifestações naquela época, por que não as aconteceria nos dias de hoje? Veremos agora a mais notável de todas as manifestações de espíritos que podemos encontrar na Bíblia, pois ela acontece, nada mais nada mesmos do que, com o próprio Cristo. Leiamos:
Seis dias depois, Jesus tomou consigo Pedro, os irmãos Tiago e João, e os levou a um lugar à parte, sobre uma alta montanha. E se transfigurou diante deles: o seu rosto brilhou como o sol, e as suas roupas ficaram brancas como a luz. Nisso lhes apareceram Moisés e Elias, conversando com Jesus. Então Pedro tomou a palavra, e disse a Jesus: "Senhor, é bom ficarmos aqui. Se quiseres, vou fazer aqui três tendas: uma para ti, outra para Moisés, e outra para Elias." Pedro ainda estava falando, quando uma nuvem luminosa os cobriu com sua sombra, e da nuvem saiu uma voz que dizia: "Este é o meu Filho amado, que muito me agrada. Escutem o que ele diz." Quando ouviram isso, os discípulos ficaram muito assustados, e caíram com o rosto por terra. Jesus se aproximou, tocou neles e disse: "Levantem-se, e não tenham medo." Os discípulos ergueram os olhos, e não viram mais ninguém, a não ser somente Jesus. Ao descerem da montanha, Jesus ordenou-lhes: "Não contem a ninguém essa visão, até que o Filho do Homem tenha ressuscitado dos mortos".(Mt 17,1-9).
            Ocorrência inequívoca de comunicação com os mortos, no caso, os espíritos Moisés e Elias conversam pessoalmente com Jesus. E aí afirmamos que se fosse mesmo proibida por Deus, Moisés-espírito não viria se apresentar a Jesus e seus discípulos, já que foi ele mesmo, quando vivo, quem informou dessa proibição, e nem Jesus iria infringir uma lei divina. Portanto, a proibição de Moisés era apenas uma proibição particular sua ou de sua legislação de época. Os partidários do demônio ficam sem saída nessa passagem, pois não podem afirmar que foi o demônio quem apareceu para eles, já que teriam que admitir que Jesus foi enganado pelo “pai da mentira”.
            Podemos ainda ressaltar que, depois desse episódio, Jesus não proibiu a comunicação com os mortos, só disse aos discípulos para não contassem a ninguém sobre aquela “sessão espírita”, até que acontecesse a sua ressurreição. E se ele mesmo disse: “tudo que eu fiz vós podeis fazer e até mais” (Jo 14,12) os que se comunicam com os mortos estão seguindo o exemplo de Jesus. Os cegos até poderão ficar contra, mas os de mente aberta não verão nenhum mal nisso.
            Já encontramos pessoas que querendo fugir do inevitável afirmaram que Moisés e Elias não morreram, foram arrebatados. A coisa é tão séria, que, no afã de se justificarem, desvirtuam a realidade mudando até mesmo narrativas bíblicas, pois, até onde sabemos, existe a passagem falando da morte e sepultura de Moisés, o que poderá ser comprovado em Dt 34,5-8. Quanto a Elias é que se diz ter sido arrebatado. Acredite quem quiser. Mas o que faremos com o corpo físico na dimensão espiritual? “O espírito é que dá vida a carne de nada serve” (Jo 6,63), “a carne e o sangue não podem herdar o reino do céu” (1Cor 15,50). São passagens que contradizem peremptoriamente um suposto arrebatamento de Elias de corpo e alma.
            Por várias vezes, Jesus apresentou a seus discípulos ensinamentos por meio de parábolas. Há uma que poderemos citar, pois nela encontramos algo que poderá nos ajudar naquilo que propomos. Vejamos:
Havia um homem rico que se vestia de púrpura e linho fino, e dava banquete todos os dias. E um pobre, chamado Lázaro, cheio de feridas, que estava caído à porta do rico. Ele queria matar a fome com as sobras que caíam da mesa do rico. E ainda vinham os cachorros lamber-lhe as feridas. Aconteceu que o pobre morreu, e os anjos o levaram para junto de Abraão. Morreu também o rico, e foi enterrado. No inferno, em meio aos tormentos, o rico levantou os olhos, e viu de longe Abraão, com Lázaro a seu lado. Então o rico gritou: 'Pai Abraão, tem piedade de mim! Manda Lázaro molhar a ponta do dedo para me refrescar a língua, porque este fogo me atormenta'. Mas Abraão respondeu: 'Lembre-se, filho: você recebeu seus bens durante a vida, enquanto Lázaro recebeu males. Agora, porém, ele encontra consolo aqui, e você é atormentado. Além disso, há um grande abismo entre nós: por mais que alguém desejasse, nunca poderia passar daqui para junto de vocês, nem os daí poderiam atravessar até nós'. O rico insistiu: 'Pai, eu te suplico, manda Lázaro à casa de meu pai, porque eu tenho cinco irmãos. Manda preveni-los, para que não acabem também eles vindo para este lugar de tormento'. Mas Abraão respondeu: 'Eles têm Moisés e os profetas: que os escutem!' O rico insistiu: 'Não, pai Abraão! Se um dos mortos for até eles, eles vão se converter'. Mas Abraão lhe disse: 'Se eles não escutam a Moisés e aos profetas, mesmo que um dos mortos ressuscite, eles não ficarão convencidos'. (Lc 16,19-31).
            Poderemos tirar várias reflexões dessa parábola, mas nos restringiremos ao assunto desse estudo. Uma pergunta nos vem à mente: se não acreditassem na comunicação entre os dois planos, por que então o rico pede a Abraão para enviar Lázaro para alertar a seus irmãos? Da análise da resposta de Abraão podemos dizer que há a possibilidade da comunicação, entretanto, ela é completamente inútil, pois se nem aos vivos as pessoas deram ouvidos, que dirá aos mortos. Fato incontestável, que vem acontecendo até nos dias de hoje, já que a grande maioria prefere ignorar a comunicação dos mortos, que vêm nos alertar para que transformemos as nossas ações, de modo que beneficiem ao nosso próximo, a fim de evitar que, depois da morte física, tenhamos que ir para um lugar de tormentos.
A expressão “mesmo que um dos mortos ressuscite” significa que mesmo que algum dos mortos ressuscite na sua condição espiritual, para se comunicar, que eles não se convenceriam. Mas alguém pode objetar dizendo que esse texto implica na necessidade de uma ressurreição corpórea para que ocorra esta comunicação. Isto é um subterfúgio, já que na própria Bíblia encontramos indícios de que o termo ressurreição também era usado para indicar a influência dos mortos sobre os vivos (Mt 14,2; Mc 6,14-16).
            Quem já teve a oportunidade de ler a Bíblia, pelo menos uma vez, percebe que ela está recheada de narrativas com aparições de anjos. Na ocasião da ressurreição de Jesus algumas delas nos dão conta do aparecimento, junto ao sepulcro, de anjos vestidos de branco (Mt 28,2; Jo 20,12), enquanto que outras nos dizem ser homens vestidos de branco (Mc 16,5; Lc 24,4). Demonstrando que anjos, na verdade, são espíritos humanos de pessoas desencarnadas. Até mesmo os nomes dos anjos são nomes dados a seres humanos: Gabriel, Rafael, Miguel, etc. Vejamos se isso é coerente.
            Nesse tempo, o rei Herodes começou a perseguir alguns membros da Igreja, e mandou matar à espada Tiago, irmão de João. Vendo que isso agradava aos judeus, decidiu prender também Pedro. Eram os dias da festa dos pães sem fermento. Depois de o prender, colocou-o na prisão e o confiou à guarda de quatro grupos de quatro soldados cada um. Herodes tinha a intenção de apresentar Pedro ao povo logo depois da festa da Páscoa. Pedro estava vigiado na prisão, mas a oração fervorosa da Igreja subia continuamente até Deus, intercedendo em favor dele. Herodes estava para apresentar Pedro. Nessa mesma noite, Pedro dormia entre dois soldados. Estava preso com duas correntes, e os guardas vigiavam a porta da prisão. De repente, apareceu o anjo do Senhor, e a cela ficou toda iluminada. O anjo tocou o ombro de Pedro, o acordou, e lhe disse: "Levante-se depressa." As correntes caíram das mãos de Pedro. E o anjo continuou: "Aperte o cinto e calce as sandálias." Pedro obedeceu, e o anjo lhe disse: "Ponha a capa e venha comigo." Pedro acompanhou o anjo, sem saber se era mesmo realidade o que o anjo estava fazendo, pois achava que tudo isso era uma visão. Depois de passarem pela primeira e segunda guarda, chegaram ao portão de ferro que dava para a cidade. O portão se abriu sozinho. Eles saíram, entraram numa rua, e logo depois o anjo o deixou. Então Pedro caiu em si e disse: "Agora sei que o Senhor de fato enviou o seu anjo para me libertar do poder de Herodes e de tudo o que o povo judeu queria me fazer." Pedro então refletiu e foi para a casa de Maria, mãe de João, também chamado Marcos, onde muitos se haviam reunido para rezar. Bateu à porta, e uma empregada, chamada Rosa, foi abrir. A empregada reconheceu a voz de Pedro, mas sua alegria foi tanta que, em vez de abrir a porta, entrou correndo para contar que Pedro estava ali, junto à porta. Os presentes disseram: "Você está ficando louca!" Mas ela insistia. Eles disseram: "Então deve ser o seu anjo!" Pedro, entretanto, continuava a bater. Por fim, eles abriram a porta: era Pedro mesmo. E eles ficaram sem palavras. (At 12,1-16).
            Com a prisão de Pedro por Herodes todos já esperavam que aconteceria com ele o mesmo destino de Tiago, seria morto. Mas um anjo o solta. Ele se dirige à casa onde os outros estavam reunidos, bate à porta. Rosa, que atende a porta, reconhece a voz de Pedro, corre para dentro a fim de contar aos outros. Entretanto, como supunham que Pedro havia morrido disseram a ela: “Então deve ser o seu anjo”. Isso vem dizer exatamente o que estamos querendo concluir, que anjo, na verdade, é um espírito de um ser humano que morreu, o que não contradiz a narrativa, antes ao contrário, lhe é extremamente coerente.
 
Conclusão
 
            Ao que podemos concluir, sem sombra de dúvidas, é que realmente a comunicação com os mortos está comprovada pela Bíblia, por mais que se esforce em querer tirar dela esse fato.
            Apenas para reforçar tudo o quanto já dissemos poderemos ainda citar, para ratificar o que encontramos como prova, as pesquisas que estão sendo realizadas com a comunicação dos espíritos por aparelhos eletrônicos: a Transcomunicação Instrumental – TCI.
            A pesquisadora Sonia Rinaldi, em seu livro Espírito – O desafio da Comprovação, traz gravações de vozes paranormais. Muitas possuem a particularidade de terem sido gravadas também, e simultaneamente, no lado reverso da gravação normal. Isso vem colocar as coisas num nível bem próximo da prova científica, pois não temos tecnologia humana para produzir gravações desse tipo. Resta-nos esperar que cientistas, menos compromissados com dogmas religiosos, se disponham a realizar essas pesquisas com o rigor científico, com todo o controle e instrumentação técnica necessária para se chegar a uma conclusão final e definitiva.
 
 
 
Referências bibliográficas:
Bíblia de Jerusalém, 1ª ed. São Paulo: Paulus, 2002.
Bíblia Sagrada – Edição Pastoral, s/e. São Paulo: Paulus, 1990.
Bíblia Sagrada, 5ª ed. Aparecida-SP: Santuário, 1984.
Bíblia Sagrada, 8ª ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 1989.
Bíblia Sagrada, 68ª ed. São Paulo: Ave Maria, 1989
FIORE, E., Possessão Espiritual, São Paulo: Pensamento, 1995.
MONLOUGOU L.; DU BUIT, F.M. Dicionário Bíblico Universal, Aparecida-SP: Santuário; Petrópolis-RJ: Vozes, 1996.
RINALDI, S. Espírito – O desafio da Comprovação. São Paulo: Elevação, 2000.
 
publicado por SÉRGIO RIBEIRO às 01:23

Segunda-feira, 01 de Fevereiro de 2010

As dez maiores religiões, as que mais agregam adeptos no mundo, seus santuários mais importantes e algumas curiosidades

Fonte:

pt.wikipedia.org/wiki/Principais_grupos_religiosos

  • Catolicismo - com seus 2.106.962.000 de adeptos, fica em primeiro lugar da lista. Em 1858 Bernadette Soubirous, 14 anos, teve uma visão da Virgem Maria na gruta de Massabielle, sudoeste da França. Desde então o santuário de Nossa Senhora de Lourdes é um dos mais visitados no mundo, recebendo cerca de 6 milhões de peregrinos por ano.
  • Islão - com cerca de 1,5 bilhão a 1,8 bilhão de adeptos segue em segundo lugar. Cidade de nascimento do profeta Maomé (fundador do Islã): Meca (local mais sagrado para os muçulmanos). Segundo o Alcorão, todo fiel deve visitá-la pelo menos uma vez na vida (se tiver condições para isso). [1][2][3]
  • Hinduísmo - com seus 851.291.000 de adeptos vem um pouco atrás, em terceiro lugar. Angkor Wat, no Camboja, é considerado o maior complexo arquitetônico religioso do planeta com seus 2,1 km² de área, o equivalente a 300 campos de futebol.
  • Religiões populares chinesas - com cerca de 402.065.000 de seguidores vem em quarto lugar. Nesta categoria estão várias crenças professadas principalmente na China, reunidas como cultos ancestrais, ética confucionista, xamanismo e elementos taoístas e budistas. Em Pequim, há o Templo do Céu.
  • Budismo - com cerca de 375.440.000 de praticantes vem em quinto lugar. O impressionante templo de Borobudur fica no meio de uma floresta em Java, ilha da Indonésia. A estrutura de 55 mil metros quadrados foi erguida em forma de pirâmide e possui 6 andares e 3 terraços circulares.
  • Sikhismo - com seus 24.989.000 de participantes vem bem mais atrás, em sexto lugar. Religião indiana que mistura elementos do hinduísmo e islamismo, foi fundada em época de conflitos entre adeptos dessas religiões.
  • Espiritismo - com 15.000.000 de adeptos vem em sétimo lugar. O Brasil apresenta o maior número de adeptos da religião. A maioria dos espíritas se diz cristão (por seguir os ensinamentos de Jesus), mas este artigo vale apenas para os seguidores do espiritismo sistematizado pelo francês Allan Kardec.
  • Judaísmo - com seus 14.990.000 de praticantes vem em oitavo. O Muro das Lamentações, é a única estrutura remanescente do Templo de Herodes, construído por Salomão, filho do rei Davi, e destruído pelos romanos em 70 d.c..
  • Fé Bahá'í - com seus 7.496.000 participantes vem em nono lugar. Surgiu na antiga Pérsia, atual Irã, em 1844, e não possui dogma]s, rituais, clero ou sacerdócio, baseando-se na crença pela unidade da humanidade, busca pela verdade e fim dos preconceitos. Seu fundador foi enterrado na Mansão de Bahjí, tornando o santuário um dos mais importante para os crentes dessa religião.
  • Confucionismo - com 6.447.000 adeptos fica em último lugar. Nesta categoria estão os confucionistas não chineses. Os praticantes chineses já foram considerados antes na lista.
 
publicado por SÉRGIO RIBEIRO às 20:51

 

A teologia dogmática, baseando-se em interpretações equivocadas ou, algumas vezes, na opinião dos próprios autores bíblicos, sustenta que Jesus morreu na cruz para nos salvar. Entretanto, a verdade é bem diferente, pois foram os chefes dos sacerdotes e os doutores da Lei, que o levaram a essa morte ignominiosa. Talvez eles mesmos, para se safarem de serem incriminados, espalharam que Jesus teria morrido para nos salvar.

Esses líderes religiosos fizeram de tudo para indispô-lo contra as autoridades constituídas. Estavam sempre à procura de alguma situação para que pudessem realizar esse desejo. Jesus mesmo lhes conhecendo as intenções, não os apontava como os que o levariam à morte, quando nos colóquios íntimos com seus discípulos.

A oportunidade enfim chegou, quando Judas, talvez, segundo dizem algumas pessoas, pensando que Jesus fosse o Messias que libertaria os hebreus do jugo dos romanos, combina com essas aves de rapina a entrega do seu Mestre, achando que, com isso, se desencadearia uma revolução, liderada por Jesus com o apoio do povo o que resultaria no fim dessa situação de submissão.

Além de subornarem Judas, ainda procuram encontrar um falso testemunho contra Jesus para o condenarem à morte. E na opção entre Barrabás e Jesus, incentivaram o povo a pedir pela liberdade do criminoso e pela crucificação do inocente, conforme nos contam os evangelistas.

Não bastasse tudo isso, ainda juntaram-se ao povo que zombava do Mestre, quando se encontrava em plena agonia pregado à cruz.

E por fim, subornam os guardas que se encontravam junto ao túmulo, para dizerem que os discípulos haviam roubado o corpo de Jesus, já que não admitiam que ele houvesse ressuscitado.

Mas o que mais choca é que, de certa forma, vemos isso nos dias de hoje, quando a liderança religiosa de nossos dias (seria ela a de outrora reencarnada?), usa de todos os expedientes para combater o Espiritismo. Não poderemos deixar de salientar que essa liderança, numa interpretação de conveniência, deturpou os ensinamentos de Jesus, para manter sob seu domínio os fiéis temerosos, que ficam sob constantes ameaças de caírem nas garras de satanás, que os levariam para o inferno, onde no “lago de fogo” ficariam pelo resto da eternidade.

Ensinamentos que não se coadunam com um Pai misericordioso, o que nos apresentou Jesus, Aquele que “quer que todos sejam salvos” (1Tm 2,4). E mais convictos ficamos de que todos nós seremos salvos, pela seguinte passagem: “... Os chefes dos sacerdotes e os anciãos do povo... Jesus lhes disse: ‘Pois eu garanto a vocês: os cobradores de impostos e as prostitutas vão entrar antes de vocês no Reino do Céu’”. (Mt 21,31).

Observar bem essa frase de Jesus. Ele sabia, desde o princípio, que os sacertodes-chefes e os anciãos do povo o levariam à morte, que para isso lançariam mão de subterfúgios, e mesmo assim Jesus afirma que essa “raça de víboras” entraria no Reino do Céu. Entretanto, antes deles chegariam os cobradores de impostos e as prostitutas, considerados como gente de má vida, que, por sua vez, também lá chegariam. Isso acontece porque todos somos filhos de Deus: “o Pai que está no céu não quer que nenhum desses pequeninos se perca”. (Mt 18,14). E, para reforçar, completamos com: “o bom pastor dá a vida por suas ovelhas” (Jo 10,11), que “deixa as noventa e nove ovelhas para procurar aquela que se perdeu” (Mt 18,12), que afirmou “tenho outras ovelhas que não são desse aprisco” (Jo 10,16) e, que ao final arremata “haverá um só rebanho e um só pastor” (Jo 10,16).

Assim, de onde essa liderança religiosa tira ensinamentos que entram em conflito com esses.

As interpretações são algumas vezes equivocadas devido a ignorância, outras, por mais se apegarem à letra e por fim, pelo mau-caráter de alguns, já que, para esses, se for preciso “subornam” a verdade para conseguirem seus objetivos.

A evidência de que todos chegarão ao reino do céu, é cristalina, apesar de que dizem ser somente os fiéis que os seguem: “São cegos guiando cegos. Ora, se um cego guia outro cego, os dois cairão num buraco”. (Mt 15,14).

 

Textos Bíblicos da Bíblia Sagrada Edição Pastoral, Ed. Paulus, São Paulo, 43ª ed., 2001.

publicado por SÉRGIO RIBEIRO às 19:39

Meus filhos:

Prossegue o Brasil na sua missão histórica de “Pátria do Evangelho” colocada no “Coração do Mundo”.

Nem a tempestade de pessimismo que avassala, nem a vaga de dúvida que açoita os corações da nacionalidade brasileira impedirão que se consume o vaticínio da Espiritualidade quanto ao seu destino espiritual. Apesar dos graves problemas que nos comprometem em relação ao porvir – não obstante o cepticismo que desgoverna as mentes em relação aos dias do amanhã – o Brasil será pulsante coração espiritual da Humanidade, encravado na palavra libertadora de Jesus, que fulge no Evangelho restaurado pelos Benfeitores da Humanidade.

Não se confunda missão histórica do País com a competição lamentável, em relação às megalópoles do mundo, que triunfam sobre as lágrimas das nações vencidas e escravizadas pela política financeira e econômica internacional.

Não se pretenda colocar o Brasil no comando intelectual do Orbe terrestre, através de celebrações privilegiadas que se encarreguem de deflagrar as guerras de aniquilamento da vida física.

Não se tenham em mente a construção de um povo, que se celebrize pelos triunfos do mundo exterior, caracterizando-se como primeiro no concerto das nações.

Consideremos a advertência de Jesus, quando se reporta que “os primeiros serão os últimos e estes serão os primeiros”.

Sem dúvida, o cinturão da miséria sócio-econômica que envolve as grandes cidades brasileiras alarma a consciência nacional. A disputa pela venda de armas, que vem colocando o País na cabeceira da fila dos exportadores da morte, inquieta-nos. Inegável a nossa preocupação ante a onda crescente de violência e de agressividade urbana...

Sem dúvida, os fatores do desrespeito à consciência nacional e a maneira incorreta com que atuam alguns homens nas posições relevantes e representativas do País fazem que o vejamos, momentaneamente, em uma situação de derrocada irreversível.

Tenha-se, porém, em mente que vivemos uma hora de enfermidades graves em toda a Terra, na qual, o vírus da descrença gera as doenças do sofrimento individual e coletivo, chamando o homem a novas reflexões.

A História se repete!...

As grandes nações do passado, que escravizaram o mundo mediterrâneo, não se eximiram à derrocada das suas edificações, ao fracasso dos seus propósitos e programas; assírios e babilônios ficaram reduzidos a pó; egípcios e persas guardam, nos monumentos açoitados pelos ventos ardentes do deserto, as marcas da falência pomposa, das glórias de um dia; a Hélade, de circunferência em torno das suas ilhas, legou, à posteridade, o momento de ilusório poder, porém, milênios de fracassos bélicos e desgraças políticas.

As maravilhas da Humanidade reduziram-se a escombros: o Colosso de Rodes foi derrubado por um terremoto; o Túmulo de Mausolo arrebentou-se, passados os dias de Artemísia; o Santuário de Zeus, em Olímpia, e a estátua colossal foram reduzidos a poeira; os jardins suspensos de Semíramis arrebentaram-se e ficaram cobertos da sedimentação dos evos e das camadas de areia sucessivas da história. Assim, aconteceu com outros tantos monumentos que assinalaram uma época, porém foram fogos-fátuos de um dia ou névoa que a ardência da sucessão dos séculos se encarregou de demitizar e de transformar. Mas, o Herói Silencioso da Cruz, de braços abertos, transformou o instrumento de flagício em asas para a libertação de todas as criaturas, e a luz fulgurou no topo da cruz converteu-se em perene madrugada para a Humanidade de todos os tempos.

O Brasil recebeu das Suas mãos, através de Ismael, a missão de implantar no seu solo virgem de carmas coletivos, com pequenas exceções, a cruz da libertação das consciências de onde o amor alçará o vôo para abraçar as nações cansadas de guerras, os povos trucidados pela violência desencadeada contra os seus irmãos, os corações vencidos nas pelejas e lutas da dominação argentaria, as mentes cansadas de perquirir e de negar, apontando o rumo novo do amor para re restaurem no coração a esperança e a coragem para a luta de redenção.

Permaneçam confiantes, os espíritas do Brasil, na missão espiritual da “Pátria do Cruzeiro”, silenciando a vaga do pessimismo que grassa e não colocando o combustível da descrença, nem das informações malsãs, nas labaredas crepitantes deste fim de século prenunciador de uma madrugada de bênçãos que teremos ensejo de perlustrar.

Jesus, meus filhos, confia em nós e espera que cumpramos com o nosso dever de divulgá-lO, custe-nos o contributo do sofrimento silencioso e das noites indormidas em relação à dificuldade para preservar a pureza dos nossos ideais, ante as licenças morais perturbadoras que nos chegam, sutis e agressivas, conspirando contra nossos propósitos superiores.

Divulgá-lO, vivo e atuante, no espírito da Codificação Espírita, é compromisso impostergável, que cada um de nós deve realizar com perfeita consciência de dever, sem nos deixarmos perturbar pelos hábeis sofistas da negação e pelas arengas pseudo-intelectuais dos aranzéis apresentados pela ociosidade dourada e pela inutilidade aplaudida.

Em Jesus temos “o ser mais perfeito que Deus nos ofereceu para servir-nos de modelo e guia”; o meio para alcançar o Pai, Amorável e Bom; o exemplo de quem, renunciando-se a si mesmo, preferiu o madeiro de humilhação à convivência agradável com a insensatez; de quem, vindo para viver o amor, fê-lo de tal forma que toda a ingratidão de quase vinte séculos não lhe pôde modificar a pulcridade dos sentimentos e a excelsitude da mensagem. Ser espírita é ser cristão, viver religiosamente o Cristo de Deus em toda a intensidade do compromisso, caindo e levantando, desconjuntando os joelhos e retificando os passos, remendando as carnes dilaceradas e prosseguindo fiel em favor de si mesmo e da Era do Espírito Imortal.

Chamados para essa luta que começa no país da consciência e se exterioriza na indimensionalidade geográfica, além das fronteiras do lar, do grupo social, da Pátria, em direção do mundo, lutais para serdes escolhidos. Perseverai para receberdes a eleição de servidores fiéis que perderam tudo, menos a honra de servir; que padeceram, imolados na cruz invisível da renúncia, que vos erguerá aos páramos da plenitude.

Jesus, meus filhos – que prossegue crucificado pela ingratidão de muitos homens – é livre em nossos corações, caminha pelos nossos pés, afaga com nossas mãos, fala em nossas palavras gentis e só vê beleza pelos nossos olhos fulgurantes como estrelas luminíferas no silêncio da noite.

Levai esta bandeira luminosa: “Deus, Cristo e Caridade” insculpida em vossos sentimentos e trabalhai pela Era Melhor, que já se avizinha, divulgando o Espiritismo Libertador onde quer que vos encontreis, sem o fanatismo dissolvente, mas, sem a covardia conivente, que teme desvelar a verdade para não ficar mal colocada no grupo social da ilusão.

Agora, quando se abrem as portas para apresentar a mensagem do Cristo e de Kardec ao mundo, e logo mais, preparai-vos para que ela seja vista em vossa conduta, para que seja sentida em vossas realizações e para que seja experimentada nas Casas que momentaneamente administrais, mas que são dirigidas pelo Senhor de nossas vidas, através de vós, de todos nós.

O Brasil prossegue, meus filhos, com a sua missão histórica de “Coração do Mundo e Pátria do Evangelho”, mesmo que a descrença habitual, o cinismo rotulado de ironia, o sorriso em gargalhada estrídula e zombeteira tentem diminuir, em nome de ideologias materialistas travestidas de espiritualismo e destrutivas em nome da solidariedade.

Que nos abençoe Jesus, o Amigo de ontem – que já era antes de nós -, o Benfeitor de hoje – que permanece conosco -, e o Guia para amanhã – que nos convida a tomar do Seu fardo e receber o Seu jugo, únicos a nos darem a plenitude e a paz.

Muita paz, meus filhos!

São os votos do servidor humílimo e paternal de sempre,

BEZERRA DE MENEZES

publicado por SÉRGIO RIBEIRO às 19:28

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Excelente texto. Parabéns!
É como você mesmo colocou no subtítulo do seu blog...
Ok, Sergio.O seu e-amil é só esse: oigres.ribeiro@...
Ok, desejaria sim.
Ola, Sérgio.Gotaria de lhe fazer um convite:Gostar...
Obrigado e abraços.
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