TODO AQUELE QUE CRÊ NUM DOGMA, ABDICA COMPLETAMENTE DE SUAS FACULDADES. MOVIDO POR UMA CONFIANÇA IRRESISTÍVEL E UM INVENCÍVEL MEDO DOENTIO, ACEITA A PÉS JUNTOS AS MAIS ESTÚPIDAS INVENÇÕES.

Domingo, 14 de Março de 2010

 

 

"Quem é, pois, o despenseiro fiel e prudente, ao qual o Senhor confiará a direção de sua casa, para que em tempo devido distribua o alimento? Bem-aventurado aquele servo a quem o seu senhor, quando vier, achar assim fazendo! Em verdade vos digo que lhe confiará todos os seus bens. Mas se aquele servo disser no seu coração: Meu senhor tarda em vir, e começar a espancar os criados e as criadas, a comer, a beber, e a embriagar-se, virá o senhor daquele servo no dia em que o não espera e numa hora que ele não sabe, e separá-lo-á e porá a sua parte com os infiéis.

E aquele servo, que soube a vontade do senhor, e não se preparou, nem fez conforme à sua vontade, será castigado com muitos açoites; aquele, porém, que não a soube, e fez coisas que mereciam castigos, será punido com poucos açoites. A todo aquele a quem muito é dado, muito lhe será requerido; e a quem muito é confiado, mais ainda lhe será exigido!"

(Mateus, XXIV, 45-51 - Lucas - XII, 42-48)

Este ensino, que se constitui em verdadeiro mandamento para o "servo vigilante", deixa transparecer bem claramente aos olhos de todos, quais são os servos bons e quais os servos maus que operam na seara divina. Não são os que vivem da Religião, comendo e bebendo, que se salientam como obreiros do bem e da verdade! Não são os que repudiam, condenam e excomungam seus semelhantes, que o Senhor escolheu para seus verdadeiros servos, mas, sim, os que são fiéis à sua palavra e prudentes no cumprimento de seus deveres!

Quem só trabalha pelo numerário, não pode interpretar o pensamento íntimo do Mestre; não pode, por isso, ser sábio, prudente e fiel. O bom servo só faz os desejos e a vontade de seu senhor; o mau servo faz o que lhe apraz. Aquele trabalha para cumprir seus deveres; este, por vil interesse e para satisfazer desejos bastardos. Acresce ainda a circunstância de que os servos bons trabalham sempre, trabalham sem cessar, pois sabem que o trabalhador da última hora não é o que chega por último, mas sim o que trabalha até a última hora, e não regateia esforços para que todos os bens que lhe foram concedidos sejam postos em ação, estejam em movimento para vencerem juros.

O que nos foi confiado, não o foi para ser enterrado ou guardado, como aconteceu ao "talento" entregue ao mau operário, porém, sim, para ser por nós aproveitado e aproveitado pelos nossos semelhantes! Por isso, cada um é responsável pelo que lhe é dado; a quem muito é dado, muito se lhe pedirá; a quem pouco é dado, pouco se lhe pedirá. Todas as parábolas de Jesus são exortações, convites, conselhos, mandamentos para a observância dos seus ensinos, mas exclusivamente dos seus ensinos, desembaraçados dos exertos humanos e dos preceitos e mandamentos das igrejas de pedra.

O dia do Senhor é sempre hoje, e sua palavra está sempre guiando e ensinando aos que ele se chegam com boa vontade pra aprenderem suas inestimáveis lições! O que disser, pois, "meu senhor tarda a vir", não é um Homem-Espírito, mas, sim um ser animal que ainda não pode ultrapassar as barreiras que separam o instinto da inteligência, a vida do corpo, a vida da alma, o Reino do Mundo, do Reino de Deus.

Finalmente, os servos bons distinguem-se dos servos maus como se distinguem as laranjas pela sua doçura.

CAIRBAR SCHUTEL

publicado por SÉRGIO RIBEIRO às 06:33

 Nós espíritas não somos versados em Bíblia, nem mantemos muita preocupação com as diversas traduções que fazem dos livros, considerados por muitos, sagrados. Também não temos o hábito de analisar ou combater o pensamento dos outros, respeitando o direito que todas as pessoas têm de entender o mundo à sua maneira e, adorar a Deus, ou ao seu Deus, da forma como lhes convier. Mas, temos, sim, o direito de nos defender, defendendo a doutrina espírita quando ela é vítima de golpes baixos e vis.

Vejamos uma tradução da Bíblia, pertencente a uma determinada seita, feita com evidente má fé por "aqueles que gostam da mentira e a praticam":
"Tradução do Novo Mundo das Escrituras Sagradas"; Watchtower Bible and Tract Society of New York, Inc.; New York, U.S.A.; 1ª Edição Brasileira, 1967:
Gálatas, 5:19-21 - Ora, as obras da carne são manifestas, as quais são fornicação, impureza, conduta desenfreada, idolatria, prática de espiritismo, inimizades, rixa, ciúme, acessos de ira, contendas, divisões, seitas, invejas, bebedeiras, festanças e coisas semelhantes a estas.
Revelação, 22:15 - Lá fora estão os cães e os que praticam o espiritismo, e os fornicadores, e os assassinos, e os idólatras, e todo aquele que gosta da mentira e a pratica
Levítico, 20:6 – Quanto à alma que se vira para os médiuns espíritas e para os prognosticadores profissionais de eventos, a fim de ter relações imorais com eles, certamente porei minha face contra essa alma e a deceparei dentre seu povo.
Levítico, 20:27 - E quanto ao homem ou à mulher em quem se mostre haver um espírito mediúnico ou um espírito de predição, sem falta devem ser mortos. Devem atirar neles pedras até morrerem.
Agora, comparemos com os mesmos trechos na tradução clássica em língua portuguesa:
"A Bíblia Sagrada", traduzida em português por João Ferreira de Almeida; Imprensa Bíblica Brasileira; Rio de Janeiro; 32ª Impressão; 1975:
Gálatas, 5:19-21 - Porque as obras da carne são manifestas, as quais são: prostituição, impureza, lascívia, idolatria, feitiçarias, inimizades, porfias, emulações, iras, pelejas, dissenções, heresias, invejas, homicídios, bebedices, glutonarias, e coisas semelhantes a estas, ...
Apocalipse, 22:15 - Ficarão de fora os cães e os feiticeiros, e os que se prostituem, e os homicidas, e os idólatras, e qualquer que ama e comete a mentira.
Levítico, 20:6 - Quando uma alma se virar para os adivinhadores e encantadores, para se prostituir após deles, eu porei a minha face contra aquela alma, e a extirparei do meio do seu povo.
Levítico, 20:27 - Quando pois algum homem ou mulher em si tiver um espírito adivinho, ou for encantador, certamente morrerão; com pedras se apedrejarão.
Em qualquer tradução clássica, de qualquer língua, mesmo nos textos mais antigos, vamos encontrar sempre as palavras feiticeiro e feitiçaria, encantadores e adivinhos. Mesmo porque seria impossível aos autores originais - no caso Paulo, o Apóstolo, João, o Evangelista e, principalmente, Moisés -, terem usado os termos espiritismo e médium espírita. Não existia ainda o conceito de espiritismo, muito menos a palavra correspondente. Estes neologismos - espiritismo e espírita -, foram introduzidos na cultura universal por Allan Kardec, em 1857, como modificação das palavras espiritualismo e espiritualista, justamente para definir aqueles espiritualistas que aderem à Doutrina Espírita, por ele codificada.
Quem quer que, sem segundas intenções, sem, repetimos, "gostar da mentira e a praticar", queira usar corretamente o vernáculo, vai descobrir que em todos os dicionários existe uma diferenciação muito grande entre feitiçaria e espiritismo. Ainda que a base fenomênica possa ser a mesma, a feitiçaria é praticada dentro de um contexto mágico, místico e, ás vezes, segundo alguns dicionaristas, até maléfico. Já o Espiritismo surgiu precisamente para retirar dessa fenomenologia - hoje chamada de paranormal -, qualquer laivo de magia, misticismo e superstição. Seus estudos são sempre feitos dentro de rigorosos critérios científicos, e sua prática é inspirada na moral cristã. Basta se estudar, ainda que de forma insipiente, a Doutrina Espírita, para se constatar isto. É bom lembrar, porém, que o Espiritismo, apesar de esclarecer as coisas, não combate a feitiçaria, pois respeita, democraticamente, o direito que tem qualquer pessoa de praticar qualquer coisa, desde que não faça mal a si ou a outrem.
O que há de verdadeiramente criminoso nisso tudo, e passível até de processo judicial, é que está se disseminando entre certas seitas um costume muito perigoso de se eleger o Espiritismo como "bode expiatório" dos fracassos e frustrações de seus adeptos. O princípio é mais ou menos este: "Deus é um senhor muito rigoroso que quer as coisas assim ou assado (o "pastor" ou "ministro" sempre sabe como são), e nos pune porque alguns dentre o povo praticam espiritismo, umbanda ou idolatria". A insuflação de ódio conseqüente a esse pensamento atingiu o paroxismo no episódio dos chutes a uma imagem de Nossa Senhora por um "ministro" de seita (pretenso combate à idolatria), e do ataque e espancamento, também liderado por "pastores", dos umbandista que faziam seus inocentes, típicos e, até turísticos, despachos na praia de Copacabana numa passagem de ano.
Os ataques aos espíritas atingem um grau até maior de sutileza e crueldade. Recentemente, num programa religioso de rádio, um desses "pastores" atendia, ao vivo, telefonemas de fiéis que lhes traziam seus problemas. A certa altura, uma mulher liga reclamando que sua loja vai mal apesar de ela ser crente. Ao invés de ajudá-la procurando melhorar os índices de eficiência de seu empreendimento, o "pastor" começou a procurar culpados por outros caminhos. Perguntou-lhe se ela ia regularmente ao templo, se fazia todas as práticas recomendadas pela seita e, principalmente se pagava regularmente o dízimo. A resposta foi positiva. Ele continuou procurando, pois sua teologia prega que se cumprirmos tudo que "deus" nos exige, as coisas só têm que ir bem. Se vão mal, algum "pecado" cometemos. Estendeu a pergunta: "E seus empregados aí da loja, também são crentes, fazem suas orações, vão ao templo?" A resposta: "Fazem... vão... quer dizer... orações sim, quanto a ir ao templo, tem um deles que não vai; ele é... espírita". O "pastor" emitiu um grunhido histérico de vitória: "Pronto, taí, as coisas vão mal prá você, minha irmã, porque tem um espírita aí no meio..." "Quer dizer que devo mandá-lo embora?" - pergunta a inocente que não sabe pensar por si mesma. Aí o "pastor" vascilou, pois sabe das possibilidades jurídicas de uma indenização trabalhista em casos semelhantes: "Não, não lhe digo nada! Você minha irmã é quem tem que saber o que fazer.. afinal você está em dificuldade, quer que sua loja vá bem..." E não é preciso ser adivinho para saber que o pobre rapaz perderia o emprego por ser espírita!
A história tem nos demonstrado as terríveis conseqüências do fanatismo, da perseguição a minorias, da prática vil de se escolher "bodes expiatórios" para as dificuldades coletivas. Todas as pessoas têm o direito de crerem no que quiserem, mas o risco do fundamentalismo é levar os crentes a crerem legítima até mesmo a eliminação dos que pensam diferente. Eliminação física ou de suas fontes de sobrevivência.
O que eu mais estranho é que essa tradução mentirosa da Bíblia foi feita num país democrático e líder na defesa dos direitos individuais. Será que esses traduttori traditori têm coragem de destilar o mesmo veneno por lá, ou esse ódio é só para exportação?
publicado por SÉRGIO RIBEIRO às 06:02

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Últ. comentários
Excelente texto. Parabéns!
É como você mesmo colocou no subtítulo do seu blog...
Ok, Sergio.O seu e-amil é só esse: oigres.ribeiro@...
Ok, desejaria sim.
Ola, Sérgio.Gotaria de lhe fazer um convite:Gostar...
Obrigado e abraços.
www.apologiaespirita.org
Ola, Sérgio.Gostei de sua postagem, mas gostaria s...
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