TODO AQUELE QUE CRÊ NUM DOGMA, ABDICA COMPLETAMENTE DE SUAS FACULDADES. MOVIDO POR UMA CONFIANÇA IRRESISTÍVEL E UM INVENCÍVEL MEDO DOENTIO, ACEITA A PÉS JUNTOS AS MAIS ESTÚPIDAS INVENÇÕES.

Terça-feira, 16 de Março de 2010

 

 

A Bíblia diz que Elias foi para o céu eu vida.  A mesma Bíblia diz que ninguém jamais subiu ao céu? Qual é a verdade?

SUBIU...
"E, indo eles caminhando e conversando, eis que um carro de fogo, com cavalos de fogo, os separou um do outro; e Elias subiu ao céu num redemoinho" (II Reis, 2: 11).

OU NÃO?
"Ora, ninguém subiu ao céu, senão o que desceu do céu, o Filho do homem." (João, 3:13).
E aí? Onde está a verdade?

“’Não há confirmação irrefutável de que o homem Jesus tenha vivido’, diz Robert Funk, teólogo da Universidade de Montana e um dos bravos acadêmicos do Seminário de Jesus. ‘Existem argumentos propondo que Jesus é a somatória de várias personagens, ou que sua pessoa possa ter sido inflada até chegar à condição de mito’, diz. De fato é preciso se entregar a uma formidável devoção ao fundamentalismo para se acreditar piamente no que a Bíblia contém sobre o assunto. As Escrituras são contraditórias e incompletas. Na verdade, mais simbólicas do que documentais.” (Istoé, 20/12/2000, pág. 60). Aí não é um ateu, mas um teólogo, que reconhece as contradições das escrituras sagradas.
Observe a genealogia de Jesus registrada por Mateus e a escrita por Lucas. Se uma estiver certa, a outra estará errada. Se uma pode estar errada, a outra também pode. Como aceitar que essa palavra divina seja verdade? A palavra inspirada não poderia contradizer-se. Se se contradiz tem tanta segurança como a minha palavra ou a sua, que deve ser verificada. Eu posso pensar que estou dizendo a verdade e estar enganado. Entretanto, tenho a prova de que pelo menos um dos dois evangelistas estava enganado; e com base e muitos estudos realizados,
afirmo que todas as duas genealogias são mitos.

publicado por SÉRGIO RIBEIRO às 21:32

 

 

QUEM ESCREVEU OS DEZ MANDAMENTOS NAS DUAS TÁBUAS DE PEDRA? -- 23/04/2009

 

 

 

Quem escreveu os dez mandamentos nas duas tábuas de pedra foi Moisés ou foi Yavé?

Alguém dos que escreveram Deuteronômio informou que Moisés disse ao seu povo:
"E o Senhor me deu as duas tábuas de pedra, escritas com o dedo de Deus; e nelas estavam escritas todas aquelas palavras que o Senhor tinha falado convosco no monte, do meio do fogo, no dia da assembléia" (Deuteronômio, 9: 10).

Um dos que escreveram o livro de Êxodo relatou:
"Disse mais o Senhor a Moisés: Escreve estas palavras; porque conforme o teor destas palavras tenho feito pacto contigo e com Israel. E Moisés esteve ali com o Senhor quarenta dias e quarenta noites; não comeu pão, nem bebeu água, e escreveu nas tábuas as palavras do pacto, os dez mandamentos" (Êxodo, 34: 27, 128).

Paulo Cristiano, presbítero da Igreja Evangélica Assembléia de Deus, deu uma explicação de que Deus escreveu as primeiras tábuas, que foram quebradas, e Moisés escreveu as novas que as substituíram; mas isso é negado também no texto de Deuteronômio.

"É interessante notar" – diz o presbítero – "que as primeiras tábuas foram escritas por Deus, mas as segundas por Moisés, pelo menos é o que diz o texto de Êxodo 31.27-28" (http://www.cacp.org.br/adv-decalogo-superior.htm).

O texto referido diz isso mesmo. Entretanto, o texto de Deuteronômio nega essa versão:

"Naquele mesmo tempo me disse o Senhor: Alisa duas tábuas de pedra, como as primeiras, e sobe a mim ao monte, e faze uma arca de madeira. Nessas tábuas escreverei as palavras que estavam nas primeiras tábuas, que quebraste, e as porás na arca. Assim, fiz uma arca de madeira de acácia, alisei duas tábuas de pedra, como as primeiras, e subi ao monte com as duas tábuas nas mãos. Então o Senhor escreveu nas tábuas, conforme a primeira escritura, os dez mandamentos, que ele vos falara no monte, do meio do fogo, no dia da assembléia; e o Senhor mas deu a mim" (Deuteronômio, 10: 1-4).

Aí está clara a divergência entre Êxodo e Deuteronômio. Em Êxodo, as primeiras tábuas eram "obra de Deus" e as segundas de Moisés, sendo ele que "escreveu". Em Deuteronômio, as segundas tábuas foram preparadas por Moisés, mas quem escreveu foi Yavé.

Estudiosos atuais, como os mais avançados recursos modernos de estudo do passado, concluíram que os cinco livros atribuídos a Moisés compõem-se de reunião de textos escritos por várias pessoas. As diversas contradições existentes, como a mencionada acima, são um testemunho dessa pluralidade de escritores.

Resta agora aos que insistem que tudo que está na Bíblia é verdade decidir se os dez mandamentos foram escritos por Moisés ou pelo próprio Yavé. Todavia, se foi Yavé, o autor do Êxodo não disse a verdade. Se foi Moisés, Deuteronômio contém informação falsa. Conseqüentemente, a Bíblia não diz a pura verdade.

publicado por SÉRGIO RIBEIRO às 21:23

 

 

 

 

 

RESPOSTA A MARIA HELENA SOBRE O AUMENTO DA POPULAÇÃO MUNDIAL

 

“Há várias moradas na Casa de meu Pai” – João 14, 2.

O nosso conceito de que Deus fez a terra e tudo que nela há, o sol, a lua e as estrelas para nós é falso e é isto que vem nos deixando com idéias arraigadas não nos permitindo enxergar mais além. Esta visão é bastante egoísta e presunçosa, não há como admitir, nos dias de hoje, que Deus tenha criado tudo para o gozo, contemplação e delícia do ser humano, que na verdade não passa de mais um dos seres da criação divina, cuja diferença para com os animais é ter o raciocínio contínuo. Entretanto mostra, em algumas situações, mais irracional que os próprios animais. Para podermos nos situar, vejamos a grandeza do cosmo. Ao depararmos com sua magnitude chegaremos à conclusão de nossa extrema insignificância perante o Universo.

O cosmo conhecido tem por diâmetro 40.000.000.000 anos-luz. E para quem quiser mensurar o que representa este número, basta multiplicá-lo por 9.467.280.000.000 km, número este que equivale a um ano-luz. Ora, dentro desta extraordinária grandeza não há como pensar que somente a terra, talvez nem um minúsculo grão de areia neste contexto, tenha vida humana. A ciência avança gradativamente e algumas nações gastam fortunas para tentar captar sons de outras galáxias, instrumentos cada vez mais potentes e sensíveis são direcionados para o céu em busca do contato com inteligências extraterrestres. Pode até parecer ficção científica, mas é a nossa pura realidade nos dias de hoje.

Perguntaríamos: Dada a grandeza do cosmo com seus bilhões e bilhões de planetas porque pensar que apenas a terra teria vida? Não poderia Deus ter criado tantos planetas sem que tivessem alguma outra utilidade a não ser iluminar nossas noites escuras? Tem que haver forçosamente, dentro de um senso lógico, vidas em outros planetas. Para se ter uma idéia somente a Via Láctea possui cerca de 200.000 planetas semelhantes a terra. Se há vida na terra porque não poderia haver nestes outros planetas semelhantes ao nosso? Não podemos fugir desta grande possibilidade de que possa haver vidas em outros planetas.

Suponhamos que um homem é colocado num foguete e lançado à Marte, desce lá e se não vê vida humana não quer dizer necessariamente que não há vida em Marte, o que podemos afirmar é que em Marte não há vida igual ou semelhante à da terra. Poderia ocorrer, talvez, que a vida em Marte não seria captada pelos nossos sentidos, como por exemplo, numa gota d’água não enxergamos, a olho nu, os micróbios que nela vivem, mas se colocarmos esta gota diante de um microscópio veremos uma infinidade de seres vivendo nesta gota, ou seja, se tivermos um instrumento apropriado poderíamos deslumbrar com a vida naquele planeta.

E aí as palavras de Jesus, em João 14, 2, “há muitas moradas na casa de meu Pai”, parecem fazer sentido. Não estaria ele falando dos vários planetas habitados?

Preocupado com esta questão Allan Kardec questiona aos espíritos superiores, conforme consta do Livro dos Espíritos, o seguinte:

Pergunta 55 – Todos os globos que circulam no espaço são habitados?

Resposta – Sim, e o homem da terra está longe de ser, como crê, o primeiro em inteligência, em bondade e perfeição. Todavia, há homens que se crêem muitos fortes, que imaginam que somente seu pequeno globo tem o privilégio de abrigar seres racionais. Orgulho e vaidade! Julgam que Deus criou o Universo só para eles.

Pergunta 56 – A constituição física dos mundos é a mesma?

Resposta – Não, eles não se assemelham de modo algum.

Pergunta 67 – A constituição física dos mundos não sendo a mesma para todos, seguir-se-ão tenham organização diferentes os seres que os habitam?

Resposta – Sem dúvida, como para vós os peixes são feitos para viverem na água e os pássaros no ar.

publicado por SÉRGIO RIBEIRO às 20:25

 

 

"Não verá o Reino dos Céus aquele que não nascer de novo" - (João, 3:7)

Existe uma incompatibilidade entre a crença na Reencarnação e na unicidade das existências.

A Reencarnação guarda íntima relação com a misericórdia infinita de Deus.

Ora, se Deus é justo, equitativo, soberanamente bom e misericordioso, jamais poderia fazer com que seus filhos tivessem somente uma existência em corpo físico, pois, se se tornasse aceitável essa teoria, seria sumamente difícil explicar as anomalias que ocorrem na vida do ser humano.

Na verdade, o Pai Celestial não seria justo, se não concedesse à criatura recalcitrante, pecadora, a oportunidade de novas vidas, para resgatar o passado delituoso e retomar a senda do progresso, através da qual se aproximaria, cada vez mais, do seu Criador. Pela unicidade das existências ficariam sem explicação, representando uma anomalia na Justiça Divina, os seguintes casos:

Por que um indivíduo nasce abastado, na riqueza terrena, e outro não tem sequer "o pão de cada dia"?

Por que um Espírito encarna no corpo de uma pessoa que desfruta da melhor saúde, e outra nasce e, desde o berço, torna-se portadora de uma doença incurável, da Aids, por exemplo?

Qual a razão por que um Espírito encarna num centro civilizado, e outro nasce oriundo de uma tribo selvagem?

Por que uma criatura desfruta de uma vida de 60 ou 70 anos, passando por todas as tribulações, todos os tropeços da vida, ao passo que outra desencarna com poucos meses, ou anos, sem ter sequer enfrentado nenhum gênero de problema?

Qual a razão de um indivíduo nascer com uma in­teligência incomparável e outro nascer um néscio? Por que um aluno de determinada escola aprende tudo com invejável rapidez, e, outro enfrenta as maiores dificuldades para perfazer o currículo de sua escola?

Por que um pode frequentar a melhor Universidade, formando-se na profissão desejada, e outro nem pode frequentar uma simples escola?

Aquele que foi avarento, perdulário, poderá nascer mendigo ou em deplorável estado de pobreza. Aquele que malbaratou a saúde em viciações, orgias, poderá nascer com uma saúde bastante precária.

Aquele que foi racista poderá renascer no seio do povo ou raça que repudiou. Todas essas discrepâncias são explicáveis à luz da Lei da Reencarnação, e jamais encontram razoáveis explicações na teoria da unicidade das existências.

Além de tudo o que foi exposto, apelamos para os Evangelhos de Jesus, a fim de sentirmos o que o Mestre pensava sobre a Reencarnação:

No Evangelho segundo João (3:4) Jesus diz a Nicodemos: "Ninguém verá o Reino dos Céus, se não nascer de novo." Em João (9:1-3), "ao depararem com um cego de nascença, os Apóstolos indagam de Jesus: Quem pecou para que ele nascesse cego? Este ou seus pais? Ora, se fosse ele, somente poderia ter pecado em existências pretéritas, uma vez que era cego desde o berço.

O Mestre não verberou os Apóstolos por terem feito uma pergunta desse gênero. Apenas, limitou-se a dizer que nem ele nem seus pais haviam pecado. Que ele nasceu cego, para que nele fossem manifestadas as obras de Deus".

Em Mateus (17:10-13), "os Apóstolos presenciaram a comunicação de Jesus com os Espíritos de Moisés e Elias, no alto do monte Tabor. Ora, se as Escrituras afirmavam que Elias viria à frente de Jesus, e Elias era um Espírito desencarnado, como se explicar o fato? Jesus respondeu: Elias veio primeiro e os homens não o conheceram e fizeram dele tudo o que quiseram. Então, os Apóstolos compreenderam que ele falava de João Batista.

Elias havia reencarnado em João Batista e realmente foi o PRECURSOR DE JESUS".

Em Mateus (11:13-14) "o pronunciamento de Jesus foi: "Se queres dar crédito, João Batista era o Elias que havia de vir". Acreditamos que não possa haver melhor testemunho que o do próprio Jesus Cristo em favor da Reencarnação.

A REENCARNAÇÃO possibilita ao Espírito que pecou em uma ou mais vidas, dando-lhe a oportunidade do resgate e a volta ao caminho certo, para isto, ser-lhe-á dada tantas quantas reencarnações forem necessárias.

Paulo A. Godoy

publicado por SÉRGIO RIBEIRO às 05:49

 

 

"O meu Pai trabalha até agora, e eu trabalho também." - (João, 5:17)

"Ninguém jamais viu a face do Pai, senão o Filho". - (João, 6:46)

"Ninguém jamais viu a Deus". - (João, 1:18)

"Ninguém conhece o Pai senão o Filho, e ninguém conhece o Filho senão o Pai e aquele a quem o Filho quiser revelar". - (Lucas, 10:22)

Algumas teologias apregoam que a entrada no Reino dos Céus depende tão-somente de a pessoa ter fé em Deus, frequentar os bancos das Igrejas e obedecer aos preceitos por ela ensinados.

Algumas dessas religiões concebem mesmo que Deus tem os seus escolhidos, os seus eleitos, e estes merecerão a graça de terem acesso ao Paraíso sem maiores esforços.

Muitos cristãos vivem na convicção de que o Reino dos Céus é um lugar de repouso eterno, que as almas que ali são admitidas passarão a levar uma vida de contemplação beatífica, por toda a Eternidade, convivendo com os anjos e com os santos, sob o olhar paternal de Deus e de Jesus Cristo.

Acreditam, assim, que o Reino dos Céus é uma estância de descanso e de inação. Por isso, aqui, na Terra, quando o corpo de alguém é sepultado, costuma-se colocar na lápide tumular: "Descansa em paz".

Entretanto, Jesus Cristo deixou bem claro no Evangelho que o Pai Celestial trabalha, incessantemente, e o Filho também, que a face de Deus jamais foi vista por alguém (João, 1:18), salvo, naturalmente, pelos Espíritos da mais elevada hierarquia espiritual, tais como Jesus e outros luminares do Universo.

Nada está estático no mundo espiritual. Ali tudo é vibração e sente-se a verdadeira vida num franco processo de trabalho. Deus, Senhor do Céu e da Terra, trabalha, incessantemente, na grandiosa obra de dirigir o Universo Infinito; para isso, conta com colaboradores dedicados e profundos conhecedores de suas leis e de sua vontade soberana.

Seria enfadonho viver toda a Eternidade num estado de estagnação, sem fazer nada. Se, na Terra, muito pouca gente se deleita com a ociosidade, e aqui os homens ficam, apenas, algumas dezenas de anos, que se dirá em relação a toda a Eternidade, considerando-se que os Espíritos mais puros e esclarecidos se ufanam de poderem cooperar na obra de Deus, que abrange todo o Universo Infinito.

A situação se torna ainda mais grave se analisarmos o dogma da vida única do Espírito na carne, como apregoam algumas religiões. Com a lei das reencarnações a coisa muda de figura, porque, pelo menos, os Espíritos desfrutam de numerosas vidas, quando, então, podem aprimorar suas qualidades e se reajustarem perante a Justiça do Criador, resgatando os seus deslizes e aprendendo a amar ao próximo como a si mesmos.

Assim como Deus e Jesus trabalham sem cessar, os Espíritos também, qualquer que seja o seu grau evolutivo, têm diante de si um vasto campo de trabalho, cooperando na portentosa obra de aprimoramento das Humanidades que habitam as muitas moradas da Casa do Pai, ou seja, a multidão de mundos que giram no espaço infinito.

Para melhor elucidação vamos apelar para "O Livro dos Espíritos", (Capítulo X, Livro Segundo), de Allan Kardec, o qual encerra os seguintes ensinamentos:

"Os Espíritos concorrem para a harmonia do Universo, executando a vontade de Deus, cujos ministros eles são.

A vida espírita é uma ocupação constante, mas nada tem de penosa, como é a vida na Terra, porque não há fadiga corporal, nem as angústias das necessidades".

"Todos os Espíritos, mesmo os inferiores e os imperfeitos, têm deveres a cumprir."

"A ociosidade eterna seria um eterno suplício".

"Os Espíritos encarnados têm ocupações inerentes às suas existências corpóreas. No estado de erraticidade ou desmaterialização, tais ocupações são adequadas ao grau de adiantamento deles.

Os Espíritos mais adiantados se ocupam com o progresso, dirigindo os acontecimentos e sugerindo idéias que lhes sejam próprias.

Assistem os homens de gênio que concorrem para o adiantamento da Humanidade. Outros se encarnam com uma missão de progresso.

Outros tomam sob a sua tutela os indivíduos, as famílias, as reuniões, as cidades e os povos dos quais se constituem os gênios protetores e os Espíritos familiares.

Outro presidem os fenômenos da Natureza, dos quais se fazem os agentes diretos."

Paulo A. Godoy

publicado por SÉRGIO RIBEIRO às 05:44

 

 

A imortalidade - disse Pascal - importa-nos de tal forma, e tão profundamente nos toca, que é preciso ter perdido todo o senso, para ficar indiferente ao seu conhecimento.

A necessidade de perscrutar nosso destino tem sido a preocupação de inumeráveis gerações, pois as grandes revoluções que transformaram as sociedades foram feitas por chefes religiosos. Entretanto, em nossos dias, reina a incerteza na maioria de nossos contemporâneos, a respeito de tão importante assunto, porque a Religião perdeu grande parte de sua autoridade moral e viu diminuir seu poder sugestivo.

Com os filósofos espiritualistas, a alma, ávida de verdade, erra, atônita, nos obscuros dédalos de uma metafísica abstrata, muitas vezes contraditória, e por vezes incompreensível.

O último século foi notável pelo extraordinário desenvolvimento das pesquisas psíquicas, em todos os ramos da Ciência. Os novos conhecimentos que adquirimos revolucionaram nossas condições de existência e melhoraram nossa vida material, em proporções que pareceriam inverossímeis a nossos antepassados. Entretanto, pôde-se acusar a Ciência de ter iludido todas as nossas esperanças, porque, se ela triunfa no domínio da matéria, fica voluntariamente estranha ao que mais nos importa saber, isto é, se temos uma alma imortal, e, na afirmativa, o em que se tornará ela depois da morte, e, com mais forte razão, se existe antes do nascimento. Mas se a Ciência foi incapaz de edificar, tornou-se poderoso instrumento de destruição.

Os descobrimentos da Astronomia, da Geologia e da Antropologia levantaram o véu de nossas origens, e, à luz dessas grandiosas revelações naturais, as ficções religiosas sobre a origem da Terra e a do homem desvaneceram-se, como aconteceu às lendas, diante da História.

Por outra parte, a crítica intensa dos exegetas tirou à Bíblia seu caráter de revelação divina, de sorte que muitos espíritos sinceros recusam submeter-se, agora, à sua autoridade. Essa ruína da fé resulta, também, do antagonismo que existe entre o ensino religioso e a Razão. As antigas concepções do Céu e do Inferno caducaram, porque não mais se compreende a eternidade do sofrimento como punição de uma existência, que, em relação à imensidade do tempo, é menos de um segundo, assim como não se concebe a felicidade ociosa e beata, cuja eterna monotonia seria um verdadeiro suplício.

Para trazer novas luzes a assunto tão longamente controvertido, como o da existência da alma, é preciso abandonar, resolutamente, o terreno das estéreis discussões filosóficas, as quais, na maioria dos casos, chegam, apenas, a soluções contraditórias, e aportar ao assunto pela observação e pela experiência.

A alma existe substancialmente; se ela, de fato, é diferente do corpo, deve ser possível encontrar-lhe, nas manifestações, provas de sua independência para com o organismo. Ora, essas provas existem e fácil é convencer-nos, estudando imparcialmente os fatos hoje classificados sob as denominações de clarividência, telepatia, premonição, exteriorização da sensibilidade ou da motricidade e desdobramento do ser humano.

Durante muito tempo, a Ciência permaneceu céptica em face dos fenômenos em que não acreditava, e foram necessários os esforços perseverantes dos espiritistas, há mais de 70 anos, para orientar, em tão recentes vias, os pesquisadores independentes.

Soou, enfim, a hora da justiça, desde que o Prof. Charles Richet depôs na mesa dos trabalhos da Academia de Ciências, no mês de março de 1922, seu "Tratado de Metapsíquica", que é um reconhecimento formal da indiscutível realidade dos fenômenos de que falamos acima. Se o célebre fisiologista se conserva, ainda, em oposição à teoria espirítica dos fatos, é timidamente, apenas, que cambate essa explicação. Muitas sábios ilustres não tiveram tais escrúpulos, visto que Crookes, Alfred Russel, Wallace, Myers, Sir Oliver Lodge, Lombroso e vários outros, aceitam, plenamente, para explicar os mesmos fatos, a teoria espirítica, que é a única que a eles se poderá adaptar. A "Sociedade Inglesa de Pesquisas Psíquicas", composta de homens de ciência de primeira ordem e de psicólogos eminentes, tem feito, desde 1882, milhares de observações, tem instituído experiências irreprocháveis, e, graças à vulgarização dos processos hipnóticos, o público letrado começa a familiarizar-se com esses casos, que revelam, em nós, a presença da alma humana.

Não basta, porém, estabelecer que o ser pensante é uma realidade; é necessário, também, provar que sua individualidade sobrevive à morte, e isto, com o mesmo fluxo de demonstrações positivas como as que tornam certa sua existência durante a vida.

Os espiritistas responderam a essa expectativa, mostrando que as relações entre as vivos e os mortos se realizam sob formas muito variadas da escrita, da tiptologia, da vidência, da audição, etc. Eles empregam a fotografia, a balança, as impressões e as moldagens para estabelecer a objetividade dos fantasmas, que aparecem nas sessões de materialização, e a corporeidade temporária dessas aparições é irrecusável, desde que todos aqueles documentos subsistem depois que os fantasmas se desvanecem.

As objeções de fraudes, alucinações e outras foram refutadas diante das reiteradas investigações empreendidas no mundo inteiro pelos sábios mais qualificados; e, em face da massa de provas acumuladas, pode-se, agora, afirmar que a materialidade dos fatos não é mais contestável. Sem dúvida, a luta contra os preconceitos ainda será longa, porque vemos unidos, em coligação heteróclita, os padres e os materialistas, ambos igualmente ameaçados por esta ciência nova; é tão grande, porém, a força demonstrativa do Espiritismo, que já conquistou ele milhões de aderentes, em todas as classes da sociedade, e viceja sobre as ruínas do passado.

Não nos podendo estender em tão variadas demonstrações, reenviamos o leitor, desejoso de instruir-se, às obras já publicadas.
Temos como irrecusável que a alma humana possui uma existência certa durante a vida, que sobrevive à desagregação do corpo, e que leva para o Além as faculdades e os poderes que possuía aqui.

Impõe-se, agora, a questão de saber se ela existia antes do nascimento e quais as provas que é possível reunir para apoiar a teoria da preexistência. São elas de duas espécies:

1.° - Argumentos filosóficos;
2.° - Observações científicas.

Examinemos, rapidamente, estes dois aspectos da questão, A crença na pluralidade das existências foi admitida pelos espíritos mais eminentes da Antigüidade, sob formas, a princípio, um tanto obscuras, mas que, com o tempo, se precisaram de maneira compreensível. Tendo o Cristianismo repelido tal teoria, os homens de hoje se familiarizaram pouco com essa idéia eminentemente racional. Veremos que há argumentos irresistiveis em seu favor, se quisermos conciliar as desigualdades intelectuais e morais que existem entre os homens, com uma justiça imanente.

Se admitirmos que a alma do homem não vem à Terra pela primeira vez, que sua aparíção não é súbita, seremos levados a supor, remontando até à origem da Humanidade, que ela passou, anteriormente, pelo reino animal, que o percorreu todo, desde a origem da vida no Globo.

Veremos que os descobrimentos da Ciência estejam fortemente essa opinião, porque é possível verificar, pela filiação dos seres vivos, uma correlação progressivamente crescente entre os organismos materiais e as formas cada vez mais desenvolvidas das faculdades psíquicas.

É nesse momento que fazemos intervir as experiências de Espiritismo, buscando dar a essa teoria filosófica uma base experimental, ou seja, procurando fazê-la entrar na Ciência.

Eis, ligeiramente resumidos, os pontos mais notáveis dessa demonstração.

A experiência nos mostra que a alma é inseparável de um corpo fluídico, chamado perispírito. Esse invólucro contém em si todas as leis que presidem a organização e a manutenção do corpo material, e, ao mesmo tempo, as que regem o funcionamento psicológico do Espírito.

As manifestações dos Espíritos fazem ver, objetivamente, esse poder formador e plástico, e nos fazem supor que aquilo que sucede, momentânea e anormalmente, em uma sessão espíritica, produz-se, lenta e naturalmente, no instante do nascimento. Desde então, cada ser traz consigo o poder de desenvolvimento, e só a forma, isto é, o tipo estrutural interno e externo é modificado pelas leís de hereditariedade, que lhe podem perturbar, mais ou menos, o funcionamento.

Tentei um esboço dessa demonstração há 30 anos, no meu livro "A Evolução Anímica", e em uma memória apresentada em 1898 ao Congresso Espiritualista de Londres.

Se os fatos precedentes são exatos, devemos encontrar na série animal os mesmos fenômenos que no ser humano e poderemos fiscalizá-los experimentalmente. Exporei as provas fisiológicas e psicológicas que possuímos a esse respeito e ver-se-á que, se os documentos ainda não são em número suficiente para impor uma convicção absoluta, possuem, entretanto, bastante valor para obrigar-nos a tê-los na maior conta.

Outra série de argumentos pode ser extraída do testemunho dos Espíritos, e terei o máximo cuidado em não esquecer essa fonte de informações, fazendo as necessárias reservas sobre o valor que devemos atribuir às afirmações dessa natureza.

Existe, com efeito, divergência assaz sensível sobre este ponto, entre os Espíritos que se manifestam nas diferentes partes do mundo. Os seres desencarnados dos países latinos ensinam, quase unanimemente, as vidas sucessivas; graças a eles adotou Allan Kardec esta teoria, à qual se opunha anteriormente. Nos países saxônios, pelo contrário, a maioria dos Espíritos rejeita essa hipótese. Não nos espantemos com esse desacordo, porque, assim no Espaço que na Terra, as opiniões sobre as grandes leis da Natureza estão divididas, e entre os Espíritos, como entre nós, não são os mais instruídos, ou os mais evolvidos, os que acabam por demonstrar o bom fundamento de suas idéias.

Verifica-se, agora, que há vinte anos a reencarnação vem sendo admitida por grande número de Espíritos, na Inglaterra e nos Estados Unidos, e daí concluímos que essa teoria teria sido, até então, posta de lado pelos Guias espirituais, para não chocar rudemente as crenças antigas e comprometer, por isso o desenvolvimento do Espiritismo.

Hoje, que essa doutrina conta milhões de adeptos no Novo Mundo, já não existe o perigo, e a teoria das vidas sucessivas ganha terreno cada vez mais.

Podem-se encontrar nas comunicações espiríticas duas espécies de provas da reencarnação:

1.°, as que provêm de Espíritos, que afirmam lembrar-se de suas vidas anteriores;
2.°, aquelas nas quais os Espíritos anunciam, de antemão, quais serão suas reencarnações aqui, com a especificação do sexo, dos caracteres particulares pelos quais poderão ser reconhecidos.

Discutiremos, cuidadosamente, esses documentos e ver-se-à muitos resistem a todas as críticas.

Há, ainda, duas séries de provas concernentes às vidas sucessivas: são, a princípio, as fornecidas pelos seres humanos quais se lembram de ter vivido na Terra. Nessa matéria uma comparação entre esses fenômenos e a paramnésia, permitir-nos-á conservar tão-somente documentos inatacáveis. Seguem-se as que se deduzem da existência dos meninos-prodigio. A hereditariedade psíquica é inadmissível, visto como sabem: que a alma não é fabricada pelos pais, assim, a reencarnação, única explicação lógica das anomalias aparentes.

Esses fatos, tão negligenciados, até agora, pelos filósofos, têm considerável importância: se os quisermos examinar atentamente e deduzir-lhes as conseqüências, chegaremos com quase certeza da teoria das vidas sucessivas e compreenderemos a grandiosa evolução da alma humana, desde as formas inferiores até os graus mais elevados da vida normal e moral.

Essa doutrina tem um alcance filosófico e social de considerável importância para o futuro da Humanidade, porque estabelece as bases de uma psicologia integral, que maravilhosamente se adapta a todas as ciências contemporâneas, em suas mais altas concepções.

Estudemo-la, pois, com imparcialidade, e veremos que é ela mais que uma teoria científica, porque uma verdade imponente, irrecusável.

Gabriel Delanne

publicado por SÉRGIO RIBEIRO às 02:29

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É como você mesmo colocou no subtítulo do seu blog...
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