A Reencarnação, do ponto de vista demográfico, é um assunto pouco mencionado pelas comunicações espirituais confiáveis. No livro Roteiro, publicado em 1952, Emmanuel cita que a população espiritual mundial de desencarnados conscientes era de mais de 20 bilhões de espíritos. Nesta época, a população mundial de encarnados estava em torno de 3 bilhões.
Assim como ocorre em um país de encarnados, a população do planeta (encarnados e desencarnados) é dinâmica, pode aumentar, diminuir ou estabilizar-se, e depende de seus índices de natalidade, mortalidade, emigração e imigração. Como somos eternos, não temos propriamente mortalidade; mas, temos geralmente o restante, embora natalidade seja mais comum em mundos mais primitivos.
Compartilhamos o universo com uma pluralidade de mundos menos e mais evoluídos (geralmente mais), temos, portanto, um fluxo permanente de emigração e imigração ordinárias com estes mundos, e, eventualmente, extraordinárias em massa. Quanto à emigração ordinária de espíritos, ocorre usualmente em três situações: aqueles que evoluíram o suficiente para merecer mundos melhores; aqueles que persistiram tanto no erro que ficaram muito para trás em relação ao nível médio do planeta e, por conseguinte, são transferidos para mundos inferiores; e por último, em muito menor escala, os que vão ser missionários em mundos ainda inferiores por opção. Este último ocorre com maior freqüência nos orbes mais evoluídos do que nos de expiação e provas, como a nossa ínfima Terra. A imigração se faz de forma análoga: recebemos os emigrados de mundos melhores por missão e/ou por retardo evolutivo, ou ainda os promovidos de mundos inferiores.
A proporção entre encarnados e desencarnados não é fixa, varia conforme permitirmos um maior reencarne de nossos irmãos do plano espiritual. A população desencarnada deve variar mais de acordo com a natalidade e mortalidade da encarnada do que propriamente com a emigração e imigração para outros orbes. Os espíritos revelam que em planetas mais evoluídos passa-se pouco tempo na vida desencarnada, pois a população, consciente da necessidade de progresso, quer encarnar e evoluir o mais rápido possível, e lá a vida de encarnado não é tão sofrida como aqui. Provavelmente, à medida que a população encarnada da Terra cresce, reencarna-se mais rapidamente após a passagem para o plano espiritual.
Atualmente somos aproximadamente 6 bilhões de encarnados (em primeiro de julho de 1998: 5.925.158.495). Aliás, verifiquem os sites http://www.census.gov/cgi-bin/ipc/popclockw e http://sunsite.unc.edu/lunarbin/worldpop que mostram a população mundial atualizada diariamente.
Éramos cerca de 1,5 bilhão na época da codificação e estima-se que atingiremos pelo menos 11 bilhões no ano de 2100, sendo a maior parte na África e Ásia. A população da Europa está diminuindo e a das Américas e Oceania tendem a se estabilizar em poucas décadas. Isso se não houver um desencarne em massa devido a catástrofes de alcance mundial.
Hoje, apesar da alardeada preocupação com a explosão demográfica (teoria de Malthus), precisamos nos organizar para recebermos com mais amor e justiça os reencarnantes de amanhã (que seremos provavelmente nós e outros). Há motivo sim para medidas urgentes, principalmente de maior honestidade e justiça social. Sabemos que nunca tivemos tanta capacidade de proporcionar bem estar, casa, educação e alimento à todos, embora nunca tivéssemos tantos desabrigados, famintos e principalmente carentes de educação. Esta contradição é própria do nível moral inferior de nossa sociedade. E é nesse aspecto que a Doutrina Espírita é revolucionária, pois promove um senso maior de fraternidade, unidade e caridade.
Fonte: Boletim GEAE Nº 297 – junho/1998