"Não verá o Reino dos Céus aquele que não nascer de novo" - (João, 3:7)
Existe uma incompatibilidade entre a crença na Reencarnação e na unicidade das existências.
A Reencarnação guarda íntima relação com a misericórdia infinita de Deus.
Ora, se Deus é justo, equitativo, soberanamente bom e misericordioso, jamais poderia fazer com que seus filhos tivessem somente uma existência em corpo físico, pois, se se tornasse aceitável essa teoria, seria sumamente difícil explicar as anomalias que ocorrem na vida do ser humano.
Na verdade, o Pai Celestial não seria justo, se não concedesse à criatura recalcitrante, pecadora, a oportunidade de novas vidas, para resgatar o passado delituoso e retomar a senda do progresso, através da qual se aproximaria, cada vez mais, do seu Criador. Pela unicidade das existências ficariam sem explicação, representando uma anomalia na Justiça Divina, os seguintes casos:
Por que um indivíduo nasce abastado, na riqueza terrena, e outro não tem sequer "o pão de cada dia"?
Por que um Espírito encarna no corpo de uma pessoa que desfruta da melhor saúde, e outra nasce e, desde o berço, torna-se portadora de uma doença incurável, da Aids, por exemplo?
Qual a razão por que um Espírito encarna num centro civilizado, e outro nasce oriundo de uma tribo selvagem?
Por que uma criatura desfruta de uma vida de 60 ou 70 anos, passando por todas as tribulações, todos os tropeços da vida, ao passo que outra desencarna com poucos meses, ou anos, sem ter sequer enfrentado nenhum gênero de problema?
Qual a razão de um indivíduo nascer com uma inteligência incomparável e outro nascer um néscio? Por que um aluno de determinada escola aprende tudo com invejável rapidez, e, outro enfrenta as maiores dificuldades para perfazer o currículo de sua escola?
Por que um pode frequentar a melhor Universidade, formando-se na profissão desejada, e outro nem pode frequentar uma simples escola?
Aquele que foi avarento, perdulário, poderá nascer mendigo ou em deplorável estado de pobreza. Aquele que malbaratou a saúde em viciações, orgias, poderá nascer com uma saúde bastante precária.
Aquele que foi racista poderá renascer no seio do povo ou raça que repudiou. Todas essas discrepâncias são explicáveis à luz da Lei da Reencarnação, e jamais encontram razoáveis explicações na teoria da unicidade das existências.
Além de tudo o que foi exposto, apelamos para os Evangelhos de Jesus, a fim de sentirmos o que o Mestre pensava sobre a Reencarnação:
No Evangelho segundo João (3:4) Jesus diz a Nicodemos: "Ninguém verá o Reino dos Céus, se não nascer de novo." Em João (9:1-3), "ao depararem com um cego de nascença, os Apóstolos indagam de Jesus: Quem pecou para que ele nascesse cego? Este ou seus pais? Ora, se fosse ele, somente poderia ter pecado em existências pretéritas, uma vez que era cego desde o berço.
O Mestre não verberou os Apóstolos por terem feito uma pergunta desse gênero. Apenas, limitou-se a dizer que nem ele nem seus pais haviam pecado. Que ele nasceu cego, para que nele fossem manifestadas as obras de Deus".
Em Mateus (17:10-13), "os Apóstolos presenciaram a comunicação de Jesus com os Espíritos de Moisés e Elias, no alto do monte Tabor. Ora, se as Escrituras afirmavam que Elias viria à frente de Jesus, e Elias era um Espírito desencarnado, como se explicar o fato? Jesus respondeu: Elias veio primeiro e os homens não o conheceram e fizeram dele tudo o que quiseram. Então, os Apóstolos compreenderam que ele falava de João Batista.
Elias havia reencarnado em João Batista e realmente foi o PRECURSOR DE JEUS".
Em Mateus (11:13-14) "o pronunciamento de Jesus foi: "Se queres dar crédito, João Batista era o Elias que havia de vir". Acreditamos que não possa haver melhor testemunho que o do próprio Jesus Cristo em favor da Reencarnação.
A REENCARNAÇÃO possibilita ao Espírito que pecou em uma ou mais vidas, dando-lhe a oportunidade do resgate e a volta ao caminho certo, para isto, ser-lhe-á dada tantas quantas reencarnações forem necessárias.
Paulo A. Godoy