TODO AQUELE QUE CRÊ NUM DOGMA, ABDICA COMPLETAMENTE DE SUAS FACULDADES. MOVIDO POR UMA CONFIANÇA IRRESISTÍVEL E UM INVENCÍVEL MEDO DOENTIO, ACEITA A PÉS JUNTOS AS MAIS ESTÚPIDAS INVENÇÕES.

Domingo, 24 de Outubro de 2010

É inadmissível, que nos dias atuais, às vésperas do 3º milênio, quer através da imprensa escrita, falada e televisiva, vejamos "fiéis" de determinadas religiões desenvolverem verdadeiras batalhas contra profitentes de outras crenças. Alguns, para alcançarem seus objetivos - aniquilar o inimigo - não titubeiam em lançar mão dos argumentos mais descabidos, até mesmo da mentira, se necessário for. Aqui comigo penso: se os religiosos, que pregam o entendimento, o perdão e paz, agem dessa maneira, imaginem os demais ...

Não há nenhum constrangimento em que sejam expostas as mazelas do próximo nos programas de TV, para depois então, mostrar a "religião salvadora". A dor e os problemas das pessoas são tratados como "produtos" na busca de conversões, num "marketing" proselitista sem pudor nem antecedentes, verdadeiro comércio da fé.

É lamentável que os homens "ainda sejam tão crianças no entendimento", como no dizer de São Paulo, perdendo tempo com discussões improdutivas, que não conduzem a lugar algum. Esquecem-se, que mais importante do que o rótulo é o conteúdo; mais importante que as aparências, são as atitudes. Depois, cada um tem o direito - inclusive assegurado pela Constituição do nosso país -,  no que diz respeito às crenças e cultos, de seguir o caminho que bem entender, de acreditar no que bem quiser.

Por uma questão de respeito à liberdade de pensamento, temos o dever de aceitar o posicionamento religioso dos outros; se não por isto, pelo menos por educação. Afinal, o preconceito e a discriminação já fizeram milhões e milhões de vítimas ao longo da história da humanidade.

A Idade Média ficou para trás, graças a Deus. Os tempos das "cruzadas" e da "santa inquisição", quando  tentavam impor "verdades" à custa de ferro e fogo, fazem parte apenas de um período obscuro e lamentável da nossa historicidade.

Os habitantes da Terra, lá para o final do 3º milênio, custarão a acreditar que um dia, homens foram escravos de outros homens; que existiu segregação racial nos Estados Unidos, motivo de vergonha para a maior "democracia" do mundo; que uns, por terem nascidos judeus, foram perseguidos e dizimados pelo Reich alemão; que outros, por serem arábes, foram vistos com desconfiança; que na Irlanda, católicos e protestantes, travaram uma guerra secular, sangrenta e desumana, pela disputa do poder em nome do Cristo. E, que ainda se achavam civilizados ...

Chega! É preciso que alguém grite, chamando todos a uma profunda reflexão, revendo conceitos e valores. De que valeram - é bom que se pergunte - os exemplos de Jesus, Buda, Krisna, Francisco de Assis e tanto outros iluminados que passaram pela Terra? De que valeram os sacrifícios de Ghandi, Martin Luther King e outros que ofereceram voluntariamente a própria vida em nome dos direitos humanos, de uma sociedade mais justa e da paz? De que têm valido os ensinamentos vivos que nos foram legados por Albert Schweitzer (evangélico), Madre Teresa de Calcutá e Irmã Dulce (religiosas católicas) e por Chico Xavier (espírita), todos desenvolvendo incansáveis tarefas humanitárias?

Numa entrevista concedida à Revista Planeta, um dos grandes pensadores dos nossos dias, Frei Leonardo Boff, cita uma frase creditada ao Dalai Lama, líder espiritual do Tibet que, acredito, pode ser uma luz a clarear o entendimento dos religiosos ortodoxos: "A melhor religião é a que te faz melhor."

Entretanto, cada um quer ser dono da verdade, se possível, com exclusividade reconhecida. E, isso, convenhamos, é uma tola presunção de quem quer impor seus pontos de vista. Quem tenta convencer ao outro é aquele que ainda não conseguiu convencer a si mesmo.

Geralmente, os que já percorreram o caminho e já atingiram o objetivo, são serenos, justos, e neles, a humildade é um estado natural. Não criticam nem julgam, porque têm a consciência de que aqueles que vem atrás, mesmo tropeçando e caindo, também chegarão ao objetivo desejado, independente do caminho que tenham escolhido. Sabem, que a Luz não se impõe - é conquista de cada um.

Nem mesmo Jesus, em toda a sua sabedoria, quando questionado por Pilatos, se arriscou a definir a Verdade, preferindo silenciar. Talvez, porque a Verdade não deva ser conceituada, mas sim, vivenciada em toda a sua plenitude, através de uma busca incessante, de um constante caminhar, como no dizer de Sérgio de Souza Carvalho, em o Mestres da Terra: "O caminho dever ser percorrido e não discutido. A compreensão vem do fazer e não do falar:"

"Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará" - afirmou Jesus - mas, não a definindo, deixou claro que cada um terá que encontrar sua própria Verdade, escolher sua trajetória particular para poder atingi-la. Assim, a coragem libertará o medroso; a cura libertará o doente; a educação libertará o ignorante; a reparação da falta libertará o criminoso; a esperança libertará o pessimista; a hulmidade libertará o orgulhoso e, desse modo, cada um encontrará a "sua verdade", ao seu modo, tempo e lugar. Portanto, ninguém tem o direito de querer "impor" a sua verdade - ou o que julga ser verdade -, a quem quer que seja.

Se ainda não somos sábios o suficiente para fazermos nossas as palavras de Sócrates, "Só sei que nada sei", ao menos sejamos educados, respeitando as convicções de cada um. É o mínimo exigido pelo bom senso.

publicado por SÉRGIO RIBEIRO às 00:01

Sábado, 23 de Outubro de 2010

Desde os tempos mais remotos, o ser humano tem sido atraído para o Foco divino por meio das variadas manifestações religiosas.

Essa atração resulta do pulsar da centelha de luz divina que existe em cada alma humana, da mais rudimentar à mais sublime, aperfeiçoando-se no evolver das vidas sucessivas.

Como filho de Deus, somos herdeiros de sua divindade e, por conseguinte, somos imortais. É o próprio Jesus que nos esclarece, quando cita o Salmo 81: 6, conforme se lê em João,10:34:“Eu disse: vós sois deuses, sois todos filhos do Altíssimo.” E complementa mais adiante: “Aquele que crê em mim fará as obras que faço, e fará ainda maiores que estas (...).” (João 14:12).

Nós somos deuses; todavia ainda não conseguimos vislumbrar a grandeza dessa revelação do Mestre. Vivenciamos o apogeu da ciência e da tecnologia, saturados das filosofias que se “desmancham no ar”, neste final de milênio; contudo não nos detivemos para avaliar a profundidade dessa formosa lição.

Dentro de nós refulge a fagulha que nos permite “acessar” Deus: a consciência, no seu incessante caminhar rumo à perfeição. “Portanto, sede perfeitos assim como vosso Pai celeste é perfeito.”(Mt, 5:48)  Se tal nos fosse impossível, Jesus não nos teria feito essa exortação. Somos perfectíveis. Renascemos com essa capacidade, esse poder. Por que então ignorá-lo? Para tanto, o Cristo  nos mostrou  o  Caminho  da Verdade e da Vida: o seu  próprio exemplo. Basta segui-Lo.

“Andai como filhos da luz”, proclama o apóstolo Paulo (Efésios,5:8). “Assim brilhe vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras, e glorifiquem vosso Pai que está nos céus”, aconselha-nos Jesus (Mt,5:16). Sejamos como a candeia que ilumina, queimando o seu próprio óleo.  Servindo-nos das palavras de Emmanuel (Vinha de Luz ,p. 12): “ofereçamos a instrumentalidade de nossa vida aos imperativos da perfeição, para que o ensinamento do Senhor se revele, por nosso intermédio, aclarando a senda de nossos semelhantes”.

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publicado por SÉRGIO RIBEIRO às 13:45

Quarta-feira, 13 de Outubro de 2010

 

Gênesis 15:18 Deus prometeu a Abrão (Abraão) que seus descendentes, os judeus, receberiam toda a terra desde o Rio do Egito (o Nilo) até o Rio Eufrates.

Josué 1:3-4 O território israelita se estenderá até o rio Eufrates.

Mas o território israelita nunca se estendeu até o Eufrates e é muito duvidoso que (dado as condições político-diplomático da atualidade) ele se estenda até mesmo para o Nilo.

Gênesis 17:3-8 Deus dá todo o país de Canaã para Abraão e seus descendentes, para habitarem-no para sempre. (Veja também: Gênesis 13:15, Êxodo 32:13) Canaã era a terra a oeste do Rio Jordão e o Mar Morto, entre essas águas e o Mediterrâneo, a região mais tarde chamada Palestina. Por um problema histórico, os Judeus não receberam toda Canaã para uma posessão perpétua. Revoltas dos Judeus contra Roma em 132-135 D.C. levaram ao seu dispersamento pelo mundo. Por 18 séculos turcos, persas e árabes ocuparam a Palestina. Os Judeus começaram a retornar em número significativo apenas em 1921, um pouco antes da criação do moderno estado de Israel em 1948.

Veja Atos 7:5 e Hebreus 11:13, que admitem que a promessa ou profecia de Deus, neste caso, falhou.

Salmos 89:3-4 Deus prometeu a Davi que sua linhagem real e seu trono durariam "de geração em geração".

Salmos 89:35-37 Novamente Deus promete que a descendência de Davi será perpétua. Seu trono durará para sempre, como o sol e a lua.

Entretanto, depois de Zedekiah não houve rei Davidiano por 450 anos. A linhagem real foi finalmente restaurada com Aristobolus, da dinastia Hasmoneana, mas ela também acabou. De acordo com uma profecia do Novo Testamento, Jesus receberá o trono de Davi e reinará para sempre (Lucas 1:32-33), mas mesmo assim a linhagem real foi interrompida e a profecia falhou.

Isaías 17:1 A profecia da cidade de Damasco. Ela se tornará "um montão de ruínas". Mas Damasco, a capital da Síria, uma das cidades mais antigas do mundo, prospera hoje em dia. Ela tem sido continuamente habitada desde sua fundação. Nunca foi um montão de ruínas.

Isaías 34:8-10 Uma profecia que a terra de Edom (que fica entre o Mar Morto e o Golfo de Ácaba) se tornará "pez ardente". "As suas torrentes se converterão em pez, o pó do seu chão, em enxofre; a sua terra ficará reduzida a pez ardente, que não se apagará noite e dia; a sua fumaça subirá para sempre; de geração em geração subsistirá a ruína; pelos séculos dos séculos não haverá que passe por ela". Mas isso nunca aconteceu e pessoas continuam passando através de Edom até os dias de hoje.

Jeremias 9:11 Uma profecia que Jerusalém e as cidades de Judá se tornarão um monte de pedras, uma morada de chacais, desoladas, sem habitantes. Nem Jerusalém nem Judá alguma vez estiveram desoladas e sem habitantes em algum período (nem durante a dispersão dos Judeus) e o Novo Testamento prediz que Jerusalém será uma cidade eterna.

Jeremias 42:17 Todos os Judeus que retornarem para viver no Egito, lá morrerão pela espada, pela fome e pela peste. Ninguém sobreviverá. Mas muitos Judeus viveram no Egito pacificamente. Muitos vivem lá até hoje. Inclusive em Alexandria os Judeus estabeleceram um grande centro cultural no primeiro século D.C..

Jeremias 49:33 Hazor, uma antiga cidade de Israel, se tornará um abrigo de chacais (ou dragões). Um deserto para sempre. Ninguém viverá mais ali, homem algum habitará nela. Mas as pessoas jamais pararam de viver na cidade de Hazor, e continuam a viver lá até hoje.

Jeremias 51:24-26; 28-31; 40; 53-55; 58 Realces de uma longa profecia sobre o violento desaparecimento da Babilônia e todos os habitantes da Babilônia ou Caldéia. Muitos inimigos a atacarão: os muros da Babilônia serão derrubados, suas portas serão abrasadas pelo fogo: ela será um monte de chamas, uma desolação perpétua.

Isaías 14:23 Outra profecia da destruição da Babilônia. Ela se tornará morada de ouriços e um pântano. Será varrida com a vassoura do extermínio. Apologistas clamam que a pretensa realização desta profecia prova a veracidade literal da Bíblia. Entretanto a história mostra que a permanente e violenta destruição da Babilônia nunca ocorreu. O contexto da destruição profetizada indica que isto seria uma punição pelo domínio babilônico sobre os Israelitas, de 586 a 538 A.C.. Mas quando Babilônia finalmente morreu, foi pacificamente, não por um processo violento, no segundo século D.C., quando seus últimos habitantes a abandonaram, muito tempo depois que os cidadãos ainda poderiam ser considerados responsáveis pelo antigo tratamento que Babilônia deu à Israel.

Muitos inimigos marcharam contra Babilônia durante sua história, e de tempos em tempos um inimigo capturaria, ocuparia ou causaria algum dano, como ocorreu com a maioria das outras grandes cidades do período. Mas nunca houve um holocausto com danos permanentes. Em 538 A.C., por exemplo, os Persas conquistaram Babilônia. A cidade mais tarde se revoltou, então os Persas capturaram-na novamente, destruindo os muros da cidade no processo. Mas os muros foram reconstruídos e a cidade sofreu pouco dano. Em 330 A.C. Alexandre O Grande capturou Babilônia. A maioria dos seus habitantes se mudaram para a nova cidade de Selucia. Doravante, Judeus habitaram a cidade até o segundo século D.C., quando ela foi pacificamente abandonada. Babilônia é até mencionada no Novo Testamento (I Pedro 1:1; 5:13)

Ezequiel 26:3-4; 7-12; 27:32; 36; 28:19 A profecia da queda de Tiro. Rei Nabucodonosor da Babilônia virá com um exército, destruirá as muralhas e as torres, calcará todas as ruas com as patas de seus cavalos, matará todo o povo e lançará ao mar os escombros. Tiro terá um fim terrível e "nunca mais voltará a existir, para sempre". Apesar da profecia, e a despeito de muito esforço, Babilônia falhou em capturar e destruir Tiro. (A Bíblia admite, de fato, que o esforço falhou - então Deus deu o Egito para Nabucodonosor como compensação! Veja Ezequiel 29:18-19).

A conquista de Tiro foi um feito reservado para Alexandre O Grande, 240 anos depois. Novamente, apesar de toda profecia, Tiro foi reconstruída e o Novo Testamento até a menciona (Veja Lucas 10:13; Marcos 7:24, 31). Hoje em dia, Tiro (Sur) tem mais de 10.000 habitantes.

Ezequiel 29:9-12 Egito será uma desolação e uma ruína e nenhum homem ou animal passará por ele. Ficará desabitado por quarenta anos. Os egípcios serão dispersados entre as nações. Nada disto ocorreu e a história mostra que o Egito têm sido continuamente habitado desde os dias da profecia.

Ezequiel 29:15 Egito será diminuído e nunca mais dominará outras nações. Entretanto em 1820 o Egito conquistou e dominou o Sudão. E desde a década de 60 têm sido uma potência econômico-militar naquela região.

Ezequiel 30:4-16, 22-26 Rei Nabucodonosor destruirá as multidões do Egito. Etiópia, Líbia e "populações mistas", cairão com eles à espada. Os rios se tornarão secos, os egípcios serão espalhados por entre os povos e dispersados por entre as nações. Nunca mais haverá príncipe no Egito. Historicamente isto nunca ocorreu. Egípcios ainda vivem no Egito (a República Árabe do Egito): eles nunca foram espalhados ou dispersados. Nabucodonosor nunca destruiu o Egito ou conquistou a Etiópia, Libia ou Lídia. Príncipes continuaram a governar o Egito muito tempo depois da morte de Nabucodonosor. Os rios do Egito jamais secaram.

Miquéias 7:13 Sofonias 1:2-3, 18 Deus destruirá tudo sobre a Terra. Homens e gado, aves do céu e os peixes do mar. Toda a Terra será devorada, por causa dos atos perversos de seus habitantes. Naturalmente isto nunca ocorreu. E sob a luz das promessas do Novo Testamento, jamais ocorrerá!

publicado por SÉRGIO RIBEIRO às 14:51

Terça-feira, 12 de Outubro de 2010

 

         Estamos, novamente, diante dos argumentos contra o Espiritismo contidos no site: www.cicero.com.br. Iremos fazer este estudo buscando colocar os nossos contra-argumentos sobre o que dizem de nós.

         Como, de outras vezes, para darem um certo “ar” de que estão corretos colocam cópia de página dos Livros da Codificação. É uma pena que apesar de ter passado por suas mãos algo de extremo valor não conseguiram perceber isso por absoluta falta de compreensão ou por cegueira proveniente do fanatismo que de são revestidos.

         Continuaremos a colocar os textos, de que iremos falar, em itálico e entre barras.

 

O que diz o espiritismo? 

Diz que Deus cria os espíritos simples e ignorantes, e está sempre criando, e evoluem de diversas formas e em vários mundos, sendo que a maioria deles não tem nomes para nós. (Livro dos Espíritos - 57a Ed. - Introdução - Item XII - Pág. 36 e 37).

 

         Se os espíritos não fossem criados simples e ignorantes estaríamos diante da mais completa injustiça, pois não há como explicar o porquê das tantas diferenças existentes entre um ser humano e outro. No trato com suas criaturas, Deus para ser plenamente justo, terá que dar oportunidades iguais a todos, ninguém poderá ficar excluído.

         Suponhamos que não fosse assim, como entender um Deus justo dando a um de seus filhos uma coisa que não deu a outro? A título de exemplo, a genialidade de certas pessoas tais como:

-         Mozart compunha com apenas com 8 anos e tocava qualquer música aos 4;

-         Beethoven descobria a geometria plana aos 12 anos;

-         Rembrandt desenhava como verdadeiro artista antes de aprender a ler;

-         Miguel Ângelo era técnico perfeito aos 8 anos de idade;

-         Henecke sabia três línguas aos 13 anos;

-         Hamilton conhecia o Hebraico e mais 11 línguas aos 13 anos;

-         Ericson, aos 12 anos tinha sob a sua responsabilidade 600 homens como inspetor do canal marítimo de Suez;

-         Jaques Chrischton, o gênio monstruoso, discutia em latim, grego, hebraico ou árabe aos 15 anos,

seria apenas para estes “escolhidos”, o restante da humanidade não teria este direito. Ora um dos princípios básicos do Direito Humano é que todos são iguais perante a Lei, com o que todos nós concordamos por acharmos muito justo. Se sabemos que a justiça divina é muito superior à humana, então porque admitimos que ela possa não dar a todos indistintamente as mesmas oportunidades? Será que ainda continuaremos a agir como os hebreus, de outrora, que se consideravam “o povo eleito de Deus”, que na sua completa ignorância achavam isto justo?

            Mas como todos nós temos o mesmo ponto de partida, simples e ignorantes, que ao passarmos pelos ciclos de evolução, adquirimos a sabedoria, o conhecimento ou a genialidade através das várias oportunidades que Deus dá a cada um de nós, quando nos sujeita à Lei da Reencarnação. É a única explicação racional e lógica que podemos dar para a genialidade das pessoas que há pouco relacionamos.

 

Segundo o próprio espiritismo, existe ainda uma norma fácil e bem clara de como devemos distinguir os bons dos maus espíritos.

  “Distinguir os bons dos maus Espíritos é extremamente fácil. Os Espíritos superiores usam constantemente de linguagem digna, nobre, repassada da mais alta moralidade, escoimada de qualquer paixão inferior; a mais pura sabedoria lhes transparece dos conselhos que objetivam sempre o nosso melhoramento e o bem da Humanidade”. (Livro dos Espíritos - 57a Ed. - Introdução - Item VI - Pág. 26). 

 

Não somos os únicos a dizer ser fácil distinguir os bons dos maus espíritos, encontramos como devemos proceder na própria Bíblia, vejamos em 1 João 4, 1: Caríssimos, não acrediteis em qualquer espírito. Examinai primeiro se os espíritos são de Deus, (...), combinada com Mateus 7, 17-18: Assim, pois, toda árvore boa dá bons frutos e a árvore má dá maus frutos. Não pode a árvore boa dar maus frutos nem a árvore má dar bons frutos. Seguindo estas orientações não há como errar.

 

Entretanto, o espiritismo se contradiz, quando mostra em outro livro que os espíritos podem falsificar linguagens e assinaturas, e até mesmo imitar o próprio Cristo.

  “Há falsários no mundo dos Espíritos, como os há neste. Aí não se tem, pois, mais do que uma presunção de identidade, que só adquire valor pelas circunstâncias que a acompanhem. O mesmo ocorre com todos os sinais materiais, que algumas pessoas têm como talismãs inimitáveis para os Espíritos mentirosos. Para os que ousam perjurar o nome de Deus, ou falsificar uma assinatura, nenhum sinal material pode oferecer obstáculo maior. A melhor de todas as provas de identidade está na linguagem e nas circunstâncias fortuitas”.

  “261. Dir-se-á, sem dúvida, que, se um Espírito pode imitar uma assinatura, também pode perfeitamente imitar a linguagem. É exato; alguns temos visto tomar atrevidamente o nome do Cristo e, para impingirem a mistificação, simulavam o estilo evangélico e pronunciavam a torto e a direito estas bem conhecidas palavras: Em verdade, em verdade vos digo”. (Livro dos Médiuns - 29a Ed. - Cap. XXIV - Da Identidade dos Espíritos - Perguntas 260 e 261 - Pág. 273).

 

A contradição não é nossa, mas dos que leram Kardec e não entenderam nada. Ora, somente existiria contradição se a afirmação dele fosse de que apenas se manifestam os espíritos superiores. Mas Kardec já nos alertava que teríamos de distinguir os bons dos maus espíritos, tal como previu Jesus conforme podemos encontrar em Mateus 24, 23-24: (...) porque se levantarão falsos cristos e falsos profetas (...).

Kardec ao mostrar a falsificação de alguns espíritos estava confirmando o que tinha dito sobre a possibilidade de manifestação de bons ou maus espíritos. E conforme já previa Jesus, também apareceram os falsos Cristos nas manifestações espirituais.

 

Ficam então as perguntas:

.- Quem é o Jesus para o espiritismo, se um falso espírito pode imitá-lo?

 

Quanto à pergunta quem é Jesus para o Espiritismo, vamos responder, mas usaremos as próprias palavras dos Espíritos a Kardec, retiradas do Livro dos Espíritos:

Perg. 625: Qual é o tipo mais perfeito, que Deus ofereceu ao homem para lhe servir de guia e modelo?  Resposta: Vede Jesus

         Kardec fez o seguinte comentário a esta questão: Jesus é para o homem o modelo da perfeição moral que a Humanidade pode pretender sobre a Terra. Deus nô-lo oferece como o mais perfeito modelo e a doutrina que ensinou é a mais pura expressão da sua lei, porque ele estava animado de espírito divino e foi o ser mais puro que apareceu sobre a Terra.

         Se algum espírito pode imitá-lo? Responderá o próprio Jesus: Então se alguém vos disser: ‘Aqui está o Cristo’ ou ‘acolá’, não lhes deis crédito, porque se levantarão falsos cristos e falsos profetas e praticarão grandes sinais e prodígios, para enganarem, se possível fora, os próprios eleitos (Mateus 24, 23-24). Repetimos esta passagem para que não persista mais dúvida alguma, entretanto devemos ressaltar que mesmo querendo imitar a Jesus não será possível enganar “os próprios eleitos”.

Mas ao que parece não houve nenhuma preocupação do autor, dos textos citados, em estudar o Espiritismo, tinha apenas em mente encontrar neles alguma coisa que pudesse ser utilizada contra a própria Doutrina, tal e qual fizeram os fariseus com Jesus, conforme narra Mateus 22, 15: (...) entenderam-se entre si para enredá-lo com as suas próprias palavras, fosse o contrário, ele mesmo teria condições de responder a segunda parte da sua pergunta, principalmente se tivesse estudado o item 261 além do ponto que parou. Assim a seqüência deste trecho é: mas quando se estudou o conjunto, sem prevenção; quando se esquadrinhou o fundo do pensamento, a importância das expressões; quando ao lado de belas máximas de caridade se viram recomendações pueris e ridículas, fora preciso estar fascinado para iludir-se. Sim, certas partes da forma material da linguagem podem ser imitadas, mas não o pensamento; jamais a ignorância imitará o verdadeiro saber, e jamais o vício imitará a verdadeira virtude; sempre, em alguma parte, aparecerá o seu verdadeiro caráter, (...).

        

- Como ter certeza de que uma mensagem (falada ou escrita) do seu parente já falecido é verdadeira?

 

Não temos a mínima preocupação em provar nada para ninguém, quem estiver atrás de provas que procure até um perito em grafoscopia se for o caso. Numa mensagem a parentes são eles que poderão saber. E normalmente o sabem; pela linguagem, pela riqueza de detalhes e informações bem particulares que poucos conheciam, muitas vezes é citado nome de parente desencarnado que não era do conhecimento do espírito autor da mensagem, em alguns casos os próprios familiares também não sabem quem é. Enfim, tudo isso poderá levar o receptor da mensagem a saber se o autor é realmente quem diz ser.

 

O que diz o Cristianismo?

Diz que Deus fez primeiro o corpo e só então lhe deu o sopro da vida, que é o espírito.(Gênesis 2:7 e Zacarias 12:1)

A Bíblia do Cristianismo afirma ainda que o aperfeiçoamento do espírito se dá quando alguém aceita Jesus Cristo com único e suficiente Salvador, e que isso pode acontecer numa única vida, sem a necessidade de várias reencarnações. (Filipenses 1:6 e Hebreus 10:14).

 

         Se o nosso espírito fosse criado após o corpo físico como podemos interpretar esta passagem: Jeremias 1, 5; Antes mesmo de te formar no ventre materno, eu te conheci; antes que nascesses, eu te consagrei e te constituí profeta para as nações. Não é claro a preexistência da alma? Vejam também esta idéia em Sabedoria 8, 19-20: Fui criança bem dotada e recebera, como quinhão, uma alma boa. Ou antes, como era bom, vim a um corpo sem mancha; e em Jó 8, 9: Porque nós somos de ontem, e nada sabemos (...).

         Já falamos em outra oportunidade que se Deus criasse os espíritos depois do corpo físico estaria se sujeitando ao ser humano, ou seja, só poderia criar um espírito se um casal resolvesse ter um bebê. É um absurdo tal coisa.

Suponhamos que as passagens seguintes sejam como querem interpretá-las: Filipenses 1, 6: Estou persuadido de que aquele que entre vós iniciou a boa obra há de completá-la até o dia de Cristo Jesus; e Hebreus 10, 14: Com uma só oblação levou à perfeição definitiva os santificados. Se for realmente isso, como fica o “a cada um segundo suas obras” dito por Jesus? Ficaremos com Paulo ou com Jesus? Quem é o Mestre?

Por outro lado, se Jesus nos manda: Sede perfeitos, assim como o Pai celeste é perfeito ( Mateus 5, 48) é porque podemos atingir a mais alta perfeição, não é mesmo? Ora, pela violência, pelos crimes e vícios que ainda acontecem na humanidade, podemos afirmar que longe está o homem desta meta, assim pergunto: poderá numa só vida chegar à perfeição do Pai Celestial? Mesmo aqueles, a quem chamamos de santos seriam pouquíssimos na Terra, assim a esmagadora maioria não terá a perfeição que fala Jesus. Estão mais para inferno do que para o céu, não é mesmo?

         Concluindo, iremos deixar Kardec falar na explicação que coloca da pergunta 625, do Livro dos Espíritos, que comentamos um pouco atrás: Se alguns daqueles que pretenderam instruir o homem na lei de Deus, algumas vezes a extraviaram por meio de falsos princípios, foi por se deixarem dominar, eles mesmos, por sentimentos muito terrestre e por terem confundido as leis que regem as condições da vida da alma com aquelas que regem a vida do corpo. Vários deram como leis divinas o que não eram senão leis humanas criadas para servir às paixões e dominar os homens.

 

Paulo da Silva Neto Sobrinho

 

 

 

Bibliografia:

- A Bíblia Anotada = The Ryrie Study Bible/Texto bíblico: Versão Almeida, revista e atualizada, com introdução, esboço, referências laterais e notas por Charles Caldwell Ryrie; Tradução de Carlos Oswaldo Cardoso Pinto, - São Paulo: Mundo Cristão, 1994.

- Bíblia Sagrada, Editora Vozes, Petrópolis, RJ, 8ª edição, 1989.

- O Livro dos Espíritos, IDE, Araras, SP, 37ª edição, 1987.

- A Psiquiatria em face da Reencarnação, Dr. Inácio Ferreira, FEESP, São Paulo, SP, 1ª edição, 1987.

- O Evangelho Segundo o Espiritismo, FEB, Rio Janeiro, RJ, 85ª edição.

publicado por SÉRGIO RIBEIRO às 00:08

Sábado, 09 de Outubro de 2010

publicado por SÉRGIO RIBEIRO às 13:43

publicado por SÉRGIO RIBEIRO às 13:41

publicado por SÉRGIO RIBEIRO às 13:39

Sexta-feira, 01 de Outubro de 2010
publicado por SÉRGIO RIBEIRO às 22:25

 

“Havia um proprietário que plantou uma vinha, cercou-a com uma sebe, cavou aí um lagar, edificou uma torre e arrendou-a a uns lavradores e partiu para outro país. Ao aproximar-se o tempo dos frutos, enviou seus servos aos lavradores, para receber os frutos que lhe tocavam. Estes, agarrando os servos, feriram um, mataram outro e a outro apedrejaram. Enviou ainda outras servos em maior número; e trataram-nos do mesmo modo. Por último, enviou-lhes seu filho, dizendo: Terão respeito ao meu filho. Mas, os lavradores, vendo-o, disseram entre si: este é o herdeiro; vinde, matemo-lo e apoderemo-nos da sua herança: e, agarrando-o, lançaram-no fora da vinha e mataram-no. Quando, pois, vier o Senhor da vinha, que fará àqueles lavradores? Responderam-lhe: Fará perecer horrivelmente a estes malvados, e arrendará a vinha a outros, que lhe darão os frutos no tempo próprio.”

(Mateus, XXI, 33 – 42. – Marcos, XII, 1 – 9 – Lucas, XX, 9 – 16.)

 

A Parábola acima é a prova da inigualável presciência do Filho de Deus, assim como é a magistral sentença que se havia de cumprir no nosso século contra os “rendeiros infiéis”, que têm devastado a nossa seara.

 

Um proprietário plantou uma vinha, cercou-a com um tapume feito de ramos e troncos de árvores; assentou um lagar (local com todos os petrechos para a fabricação de vinho) e edificou uma “torre” (grande edifício com proteção contra os ataques inimigos).

 

De maneira que a fazenda estava completa, tudo preparado: terras de sobra, parreiras em grande quantidade, lagar, tanques, tonéis — tudo o que era preciso para a fabricação do vinho. Casa de moradia com toda a comodidade e conforto” Mas, tendo de ausentar-se o proprietário, arrendou a herdade a uns lavradores; no tempo da colheita dos frutos mandaria receber o produto do arrendamento, ou seja, os frutos que lhe tocavam”

 

O contrato foi passado e muito bem redigido: selado, registrado e com as competentes testemunhas.

 

Por ocasião da primeira colheita, o Senhor da vinha mandou que seus empregados fossem receber os frutos que lhe tocavam.

 

Os rendeiros, em vez de darem conta do depósito; que lhes fora confiado, agarraram os emissários, feriram um, apedrejaram outro e mataram o seguinte.

 

Na outra colheita, o proprietário da herdade tornou a mandar outros emissários, que tiveram a mesma sorte dos primeiros.

Vendo o dono da herdade o que acontecera com seus emissários, julgou mais acertado delegar poderes ao próprio filho, porque, com certeza, os respeitariam, e o enviou a ajustar contas com os arrendatários”.

 

Mas os lavradores, em vendo este chegar à propriedade, combinaram entre si e deliberaram matá-la, porque, diziam; “este é o herdeiro, vinde, matemo-lo e apoderemo-nos da sua herança”. E assim fizeram: tiraram-no fora da vinha e o mataram”.

 

“Quando chegar o Senhor da Vinha, o que fará àqueles lavradores?” — perguntou Jesus ao propor a parábola.

 

E a resposta veio em seguida: “Fará perecer os malvados, os arrendatários dolosos, e entregará a vinha a outros, que lhe darão os frutos em tempo próprio.”

 

Parábola é a exposição ou a pintura de uma coisa em confronto com outra de relação remota, ou de sentido oculto ou invisível.

 

Jesus tinha por costume, para explicar aquilo que escapa à compreensão vulgar, usar das parábolas, a fim de se tornar mais compreendendo.

 

Nesta Parábola dos Lavradores Maus, rendeiros infiéis, quis Jesus explicar a soberania da ação divina que às vezes tarda, mas não falha; e quis ainda mostrar a seus discípulos quem são os lavradores que prejudicam a sua seara.

 

A seara é a Humanidade; o proprietário é Deus; a vinha que ele plantou é a Religião; o lagar são os meios de purificação espiritual que ele concede; a Casa que edificou é o mundo, os lavradores que arrendaram a lavoura são os sacerdotes e protestantes de todos os tempos, desde os antigos que sacrificavam o sangue dos animais, até os nossos contemporâneos.

 

Os primeiros servos que foram feridos, apedrejados e sacrificados, são os profetas da Antiguidade, que passaram por duras provações: Elias, Eliseu, Daniel, que foi posto na cova dos leões; o próprio Moisés, que sofreu com os sacerdotes do Faraó e com os israelitas fanatizados que chegaram a fundir um bezerro de ouro para adorar, contra a Lei do Senhor; depois veio João Batista, que foi degolado; e depois outros servos, que passaram pelos mesmos sofrimentos dos primeiros — apóstolos e profetas como Estevão, que foi lapidado; Paulo, Pedro, João, Tiago, que sofreram martírios, e todos os demais que não têm acompanhado as concepções sacerdotais.

 

O Filho do Proprietário, que foi morto pelos rendeiros que se apossaram da sua herança, é Jesus Cristo, Senhor Nosso, que sofreu o martírio ignominioso da cruz. E, de acordo com as previsões da Parábola, os tais sacerdotes se apossaram da herança com a qual se locupletam fartamente, deixando a Seara abandonada e a Vinha sem frutos para o Proprietário.

 

Nas condições em que se acha a Seara, poderá o Senhor deixar a sua Vinha entregue a essa gente, a esses rendeiros inescrupulosos e maus?

Estamos certos de que se cumprirá brevemente a última previsão da Parábola: “O Senhor tomará a Vinha desses malvados e a arrendará a outros, que lhe darão os frutos no tempo próprio.

A confusão religiosa é a mais espessa escuridão

que infelicita as almas.

A crença é como o fruto da videira que alimenta, encoraja e vivifica. Assim como este alimenta o corpo, aquela alimenta alma.

 

A Religião de Jesus Cristo não é o culto, as exterioridades, os sacramentos, a ganância do dinheiro, a fé cega; também não é o fogo que aniquila e consome o mal que vence o bem, o Diabo que vence a Deus.

 

A Religião de Jesus Cristo é o bálsamo que suaviza, é a caridade que consola, é o perdão que redime, é a luz que ilumina; não é o aniquilamento, mas a Vida não é o corpo mas, sim, o Espírito.

 

A Religião de Jesus Cristo deve, pois, ser ministrada em espírito e verdade e não em dogmas e com exterioridades aparatosas, para que possa ser compreendida, observada e praticada pelo Espírito.

 

O corpo é nada; o Espírito é tudo. O corpo existe porque o Espírito aciona; o vivifica e o movimenta. No dia em que o Espírito dele se separa, nenhuma vida mais resta a esse invólucro, a esse instrumento.

 

Que é o violino sem o músico? Que é o relógio sem que se lhe dê corda? Que é a máquina sem maquinista?

 

O corpo sem o Espírito é morto e se desagrega, como uma casa que cai e se converte em escombros.

 

O corpo “pulvis est et in pulveris reverteris”.

 

E se assim é, qual o efeito dos sacramentos e práticas sibilinas que não atingem o Espírito?

 

O princípio da Religião é a Imortalidade e os rendeiros da Vinha têm por dever salientar e demonstrar este princípio, para que o Templo da Religião, assentado sobre esta base inamovível, abrigue com a Verdade os corações que desejam a paz e a felicidade.

 

Os pastores e os sacerdotes, “arrendatários da Vinha”, “maus obreiros” que conspurcam os sentimentos cristãos, transformando a Religião de Jesus em missas, imagens, procissões, aparatos, músicas, girândolas e sacramentos, serão chamados às contas e o látego da Verdade desde já os vem expulsando da herdade, que será entregue a outros, para que os frutos da Vinha sejam dados aos famintos de justiça, aos deserdados de consolação, aos que procuram a luz que encaminha e conduz à perfeição.

 

Desde tempos que vão longe, a Religião tem sido causa de abjeta exploração. O sacerdócio, por várias vezes, tem feito periclitar o sentimento religioso. A desgraça da Religião tem sido, em todas as épocas, o padre e o pastor. O padre hebreu, o padre egípcio, o padre budista, o padre brâmane; sempre o padre, a corporação eclesiástica, com toda a sua hierarquia, a sua escolástica, os seus princípios rígidos, os seus cultos aparatosos, os seus sacramentos arcaicos.

 

O sacerdócio, tornando-se arrendatário da Vinha, como tem acontecido, só conhece um “deus” a quem obedece cegamente: “deus” constituído eclesiasticamente e tirado ou escolhido de um dos seus próprios membros. Todas as religiões têm tido e continuam a ter o seu papa, o seu maioral, o seu patriarca, o seu chefe a quem todos prestam obediência em detrimento do Supremo Senhor e Criador.

Daí a luta cruenta que o sacerdotalismo tem desenvolvido contra os profetas em todas as épocas.

 

Esta Parábola é a comparação de todas as lutas que os gênios, os grandes missionários, os profetas que falam em nome da Divindade e da Religião, têm sustentado contra a cleresia.

 

Desde que o Grande Proprietário plantou na Terra a sua Vinha; desde que fez brilhar no mundo o Sol vivificador da Religião, cercando a Vinha com uma sebe, aí estabelecendo um lagar e edificando uma torre; desde que os princípios religiosos foram estabelecidos e ficaram gravados nos Códigos dos divinos preceitos, os lavradores maus dela se apoderaram como rendeiros relapsos, deixando perecer as videiras e massacrando os enviados que em nome do Senhor lhes vinham pedir ou reclamar, como o fazemos hoje, os frutos da Vinha!

 

Os servos do Proprietário da Lavoura eram presos, feridos e mortos. A pretexto de heresia e apostasia, queimaram corpos como quem queima lenha seca e verde; infligiram-lhes os mais duros suplícios, tisnando de sangue as páginas da História do nosso mundo. Nem o Filho de Deus, cuja parábola premonitória de morte acabamos de ler, nem Ele foi poupado pela classe sacerdotal, que tinha por Pontífices Anás e Caifás, em conluio com os governos da época.

 

A classe sacerdotal, que nada fez à Humanidade e ainda fascinou os homens com os seus cultos aparatosos e seus dogmas horripilantes, é precisamente o que constitui, em sua linha geral, os “lavradores maus” da parábola.

 

Estão eles muito bem representados nesses obreiros fraudulentos e mercenários que proliferam no mundo todo, vendendo a fé, a salvação, as graças.

 

Que fará o Proprietário da Vinha a tão maus obreiros? O resultado não pode ser outro: “falos-á perecer, tirar-lhes-á o poder que lhes concedeu e a entregará a outros, que darão os frutos no tempo próprio.” Felizmente chegou também a época da realização da premonição do Cristo exarada nos Evangelhos.

 

Os Espíritos da Verdade baixam ao mundo, uns tomam um invólucro carnal, e outros, através do véu que separa as duas vidas, vêm se apossar da Vinha, para que ela dê os resultados designados pelo Senhor de Todas as coisas. O sacerdócio cai, mas a Religião prossegue; os dogmas são abatidos, mas a Verdadeira Fé aparece, robustecendo consciências, consolando corações, e, principalmente, fazendo raiar na Terra a aurora da Imortalidade, para realçar o Deus Espírito, o Deus Justo, o Deus Poderoso e Sábio que reina em todo o Universo.

publicado por SÉRGIO RIBEIRO às 00:01

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Excelente texto. Parabéns!
É como você mesmo colocou no subtítulo do seu blog...
Ok, Sergio.O seu e-amil é só esse: oigres.ribeiro@...
Ok, desejaria sim.
Ola, Sérgio.Gotaria de lhe fazer um convite:Gostar...
Obrigado e abraços.
www.apologiaespirita.org
Ola, Sérgio.Gostei de sua postagem, mas gostaria s...
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