As religiões, entendidas como crenças na existência de seres superiores ou forças criadoras do Universo, e que devem ser adorados e obedecidos, criaram suas doutrinas, cada qual com seus preceitos ético-morais e reverências às coisas sagradas.
As religiões geram, em seus seguidores, sistemas de pensamentos que levam a posicionamento filosóficos, éticos e metafísicos, influindo poderosamente na maneira individual e coletiva a seguir.
Assim, quanto mais próximas estiverem as doutrinas religiosas da Verdade e da realidade, melhores serão suas influências sobre seus adeptos.
Hoje, à luz da Revelação Espírita, sabemos que todas as grandes religiões do mundo, desde as mais remotas eras, tiveram, em seus fundadores, os missionários encarregados de orientar e ajudar parcelas da Humanidade a progredir em conhecimentos e sentimentos.
Mas o auxilio do Alto nunca ultrapassou a capacidade de entendimento absorção dos ensinos por parte daqueles aos quais era dirigido. Esse fato explica a linguagem figurada, sujeita a interpretações e estudos mais aprofundados a respeito dos textos religiosos antigos.
Moisés, Maomé Buda, Lao-Tsé e todos os demais enviados por Jesus, o Cristo – Governador da Terra – utilizaram linguagem inteligível à época em que cumpriram suas missões.
Entretanto, transformadas as condições do mundo em que atuamos e deixaram suas mensagens e ensinos, pelo progresso natural, pelas modificações dos usos, costumes e leis humanas, pelos descobrimentos científicos e pela evolução geral do Planeta e de seus habitantes, é necessários que se interpretem os textos antigos dos livros sagrados das religiões em suas significações legitimas.
As interpretações literais de textos escritos há milênios, sem os cuidados naturais para se buscar a significação real, levam a enganos e erros como decorrências normais.
Essas considerações visam focalizar paradoxos que se observam no seio de determinadas religiões, os quais se tornam incompreensíveis ou inexplicáveis perante a finalidade visada pelos princípios religiosos, que é o da elevação dos sentimentos e dos conhecimentos da criatura humana.
Referimo-nos ao fanatismo, ao radicalismo e ao fundamentalismo que se observam em determinados movimento religiosos, gerando consequências negativas e diversificadas no seio de grande parte da Humanidade.
O fanatismo é o procedimento, a qualidade e o caráter intolerante e cego religioso.
Entusiasmado e apaixonado pelas ideias que aceitou, é incapaz de examinar qualquer pensamento, principio, ou ideal que não estejam estritamente contidos na sua doutrina. Sua vida de relação se faz extremamente difícil em face de sua presunção de superioridade com referencia a tudo que o cerca.
Próximo do fanatismo encontra-se o radicalismo daqueles cuja opinião ou comportamento os tornam inflexíveis, mesmo diante de evidências e provas contrárias ao ponto de vista que aceitaram.
Fanatismo e radicalismo são males que se enraízam nos movimento religiosos, principalmente protestantes, com graves prejuízos para os invigilantes que os aceitam e para aqueles que com eles se relacionam.
Aos prejuízos das interpretações do Velho e Novo Testamento somaram-se os equívocos das igrejas denominadas cristãs, com suas estruturas e hierarquias tradicionais, criando as organizações religiosas que se desviaram do Cristianismo autentico, resultante dos ensinos do Cristo de Deus.
A interpretação que se deu as palavras céu, inferno, anjos, demônios, penitencia, dia do juízo e tantas outras constantes dos Evangelhos, na sua letra, sem considerar que Jesus se dirigia a pessoa de pouco entendimento e que sua linguagem, tinha tantas vezes, sentido figurado para ser entendida, levou as doutrinas católica e protestante e erros e enganos evidentes.
CÉU E INFERNO, por exemplo, não podem ser configurados lugares determinados ao gozo eterno ou ao sofrimento eterno das almas, como entendem as igrejas, mas sim estado da alma, resultantes de seus pensamentos e ações no bem ou no mal.
PENITÊNCIA não deve ter o sentido de simples castigo pelo mal feito, mas sim o de arrependimento, sem prejuízo da retificação necessária.
ANJOS OU ESPÍRITOS que já se encontram em avançados estágios evolutivos, mas que iniciaram sua trajetória como seres simples e ignorantes e não como criaturas especiais como o Criador.
DEMÔNIOS são espíritos que se desviaram, comprazem-se no mal, mas que terão oportunidade de se redimir, dentro da lei de Deus, que é justa e equitativa com toda a Criação.
O JUÍZO FINAL não é um julgamento especial em um tempo indefinido dentro da eternidade, mas sim as consequências dos atos e pensamentos de cada ser pelo automatismo das leis divinas, às quais todas as criaturas estão sujeitas.
O fundamentalismo resultante da interpretação literal, quando se junta à força do poder temporário, conduz os povos, raças e nações à violência e as guerras, como ocorreu no passado e ainda acontece (veja matarias de jornais protestantes invadem e quebram centro espíritas)
O fundamentalismo, o utilitarismo, o subjetivismo e o materialismo são desvios perigosos de vivencia e de interpretações infelizes, com consequências sérias para que os aceita, contra os quais estão sempre presentes a mensagem do Cristo e a Doutrina Consoladora por Ele prometida e enviada.