TODO AQUELE QUE CRÊ NUM DOGMA, ABDICA COMPLETAMENTE DE SUAS FACULDADES. MOVIDO POR UMA CONFIANÇA IRRESISTÍVEL E UM INVENCÍVEL MEDO DOENTIO, ACEITA A PÉS JUNTOS AS MAIS ESTÚPIDAS INVENÇÕES.

Quarta-feira, 09 de Março de 2011

Gênesis 15:18 Deus prometeu a Abrão (Abraão) que seus descendentes, os judeus, receberiam toda a terra desde o Rio do Egito (o Nilo) até o Rio Eufrates.

Josué 1:3-4 O território israelita se estenderá até o rio Eufrates.

Mas o território israelita nunca se estendeu até o Eufrates e é muito duvidoso que (dado as condições político-diplomático da atualidade) ele se estenda até mesmo para o Nilo.

Gênesis 17:3-8 Deus dá todo o país de Canaã para Abraão e seus descendentes, para habitarem-no para sempre. (Veja também: Gênesis 13:15, Êxodo 32:13) Canaã era a terra a oeste do Rio Jordão e o Mar Morto, entre essas águas e o Mediterrâneo, a região mais tarde chamada Palestina. Por um problema histórico, os Judeus não receberam toda Canaã para uma posessão perpétua. Revoltas dos Judeus contra Roma em 132-135 D.C. levaram ao seu dispersamento pelo mundo. Por 18 séculos turcos, persas e árabes ocuparam a Palestina. Os Judeus começaram a retornar em número significativo apenas em 1921, um pouco antes da criação do moderno estado de Israel em 1948.

Veja Atos 7:5 e Hebreus 11:13, que admitem que a promessa ou profecia de Deus, neste caso, falhou.

Salmos 89:3-4 Deus prometeu a Davi que sua linhagem real e seu trono durariam "de geração em geração".

Salmos 89:35-37 Novamente Deus promete que a descendência de Davi será perpétua. Seu trono durará para sempre, como o sol e a lua.

Entretanto, depois de Zedekiah não houve rei Davidiano por 450 anos. A linhagem real foi finalmente restaurada com Aristobolus, da dinastia Hasmoneana, mas ela também acabou. De acordo com uma profecia do Novo Testamento, Jesus receberá o trono de Davi e reinará para sempre (Lucas 1:32-33), mas mesmo assim a linhagem real foi interrompida e a profecia falhou.

Isaías 17:1 A profecia da cidade de Damasco. Ela se tornará "um montão de ruínas". Mas Damasco, a capital da Síria, uma das cidades mais antigas do mundo, prospera hoje em dia. Ela tem sido continuamente habitada desde sua fundação. Nunca foi um montão de ruínas.

Isaías 34:8-10 Uma profecia que a terra de Edom (que fica entre o Mar Morto e o Golfo de Ácaba) se tornará "pez ardente". "As suas torrentes se converterão em pez, o pó do seu chão, em enxofre; a sua terra ficará reduzida a pez ardente, que não se apagará noite e dia; a sua fumaça subirá para sempre; de geração em geração subsistirá a ruína; pelos séculos dos séculos não haverá que passe por ela". Mas isso nunca aconteceu e pessoas continuam passando através de Edom até os dias de hoje.

Jeremias 9:11 Uma profecia que Jerusalém e as cidades de Judá se tornarão um monte de pedras, uma morada de chacais, desoladas, sem habitantes. Nem Jerusalém nem Judá alguma vez estiveram desoladas e sem habitantes em algum período (nem durante a dispersão dos Judeus) e o Novo Testamento prediz que Jerusalém será uma cidade eterna.

Jeremias 42:17 Todos os Judeus que retornarem para viver no Egito, lá morrerão pela espada, pela fome e pela peste. Ninguém sobreviverá. Mas muitos Judeus viveram no Egito pacificamente. Muitos vivem lá até hoje. Inclusive em Alexandria os Judeus estabeleceram um grande centro cultural no primeiro século D.C..

Jeremias 49:33 Hazor, uma antiga cidade de Israel, se tornará um abrigo de chacais (ou dragões). Um deserto para sempre. Ninguém viverá mais ali, homem algum habitará nela. Mas as pessoas jamais pararam de viver na cidade de Hazor, e continuam a viver lá até hoje.

Jeremias 51:24-26; 28-31; 40; 53-55; 58 Realces de uma longa profecia sobre o violento desaparecimento da Babilônia e todos os habitantes da Babilônia ou Caldéia. Muitos inimigos a atacarão: os muros da Babilônia serão derrubados, suas portas serão abrasadas pelo fogo: ela será um monte de chamas, uma desolação perpétua.

Isaías 14:23 Outra profecia da destruição da Babilônia. Ela se tornará morada de ouriços e um pântano. Será varrida com a vassoura do extermínio. Apologistas clamam que a pretensa realização desta profecia prova a veracidade literal da Bíblia. Entretanto a história mostra que a permanente e violenta destruição da Babilônia nunca ocorreu. O contexto da destruição profetizada indica que isto seria uma punição pelo domínio babilônico sobre os Israelitas, de 586 a 538 A.C.. Mas quando Babilônia finalmente morreu, foi pacificamente, não por um processo violento, no segundo século D.C., quando seus últimos habitantes a abandonaram, muito tempo depois que os cidadãos ainda poderiam ser considerados responsáveis pelo antigo tratamento que Babilônia deu à Israel.

Muitos inimigos marcharam contra Babilônia durante sua história, e de tempos em tempos um inimigo capturaria, ocuparia ou causaria algum dano, como ocorreu com a maioria das outras grandes cidades do período. Mas nunca houve um holocausto com danos permanentes. Em 538 A.C., por exemplo, os Persas conquistaram Babilônia. A cidade mais tarde se revoltou, então os Persas capturaram-na novamente, destruindo os muros da cidade no processo. Mas os muros foram reconstruídos e a cidade sofreu pouco dano. Em 330 A.C. Alexandre O Grande capturou Babilônia. A maioria dos seus habitantes se mudaram para a nova cidade de Selucia. Doravante, Judeus habitaram a cidade até o segundo século D.C., quando ela foi pacificamente abandonada. Babilônia é até mencionada no Novo Testamento (I Pedro 1:1; 5:13)

Ezequiel 26:3-4; 7-12; 27:32; 36; 28:19 A profecia da queda de Tiro. Rei Nabucodonosor da Babilônia virá com um exército, destruirá as muralhas e as torres, calcará todas as ruas com as patas de seus cavalos, matará todo o povo e lançará ao mar os escombros. Tiro terá um fim terrível e "nunca mais voltará a existir, para sempre". Apesar da profecia, e a despeito de muito esforço, Babilônia falhou em capturar e destruir Tiro. (A Bíblia admite, de fato, que o esforço falhou - então Deus deu o Egito para Nabucodonosor como compensação! Veja Ezequiel 29:18-19).

A conquista de Tiro foi um feito reservado para Alexandre O Grande, 240 anos depois. Novamente, apesar de toda profecia, Tiro foi reconstruída e o Novo Testamento até a menciona (Veja Lucas 10:13; Marcos 7:24, 31). Hoje em dia, Tiro (Sur) tem mais de 10.000 habitantes.

Ezequiel 29:9-12 Egito será uma desolação e uma ruína e nenhum homem ou animal passará por ele. Ficará desabitado por quarenta anos. Os egípcios serão dispersados entre as nações. Nada disto ocorreu e a história mostra que o Egito têm sido continuamente habitado desde os dias da profecia.

Ezequiel 29:15 Egito será diminuído e nunca mais dominará outras nações. Entretanto em 1820 o Egito conquistou e dominou o Sudão. E desde a década de 60 têm sido uma potência econômico-militar naquela região.

Ezequiel 30:4-16, 22-26 Rei Nabucodonosor destruirá as multidões do Egito. Etiópia, Líbia e "populações mistas", cairão com eles à espada. Os rios se tornarão secos, os egípcios serão espalhados por entre os povos e dispersados por entre as nações. Nunca mais haverá príncipe no Egito. Historicamente isto nunca ocorreu. Egípcios ainda vivem no Egito (a República Árabe do Egito): eles nunca foram espalhados ou dispersados. Nabucodonosor nunca destruiu o Egito ou conquistou a Etiópia, Libia ou Lídia. Príncipes continuaram a governar o Egito muito tempo depois da morte de Nabucodonosor. Os rios do Egito jamais secaram.

Miquéias 7:13 Sofonias 1:2-3, 18 Deus destruirá tudo sobre a Terra. Homens e gado, aves do céu e os peixes do mar. Toda a Terra será devorada, por causa dos atos perversos de seus habitantes. Naturalmente isto nunca ocorreu. E sob a luz das promessas do Novo Testamento, jamais ocorrerá!

 

publicado por SÉRGIO RIBEIRO às 19:40

Domingo, 09 de Janeiro de 2011

A Doutrina Espírita adota e ensina a reencarnação – a pluralidade das existências – como uma das leis naturais.

Na questão 166-b, de O Livro dos Espíritos (Ed. FEB), o Codificador indaga aos Espíritos reveladores, após obter esclarecimentos sobre a forma de depuração das almas: “A alma passa então por muitas existências corporais?”.

A resposta é peremptória, terminante, sobre a realidade das vidas sucessivas: “Sim, todos contamos muitas existências. Os que dizem o contrário pretendem manter-vos na ignorância em que eles próprios se encontram. Esse o desejo deles”.

O ensino, seguido de outros esclarecimentos, não deixou dúvidas sobre a divina determinação da sucessividade das vidas corporais como forma de expiação e melhoramento progressivo de cada Espírito, lei que atinge toda a Humanidade.

É interessante assinalar que Allan Kardec, que antes das explicações dos Espíritos reveladores não aceitava a pluralidade das existências, modificou, desde então, sua opinião, passando a admitir a necessidade da reencarnação como uma das leis naturais ou divinas necessárias à evolução do Espírito imortal.

Prova cabal do imediato convencimento do Codificador, diante das explicações recebidas, são seus comentários formulados em aditamento à questão 171 da obra básica da Doutrina, nos quais expressa sua convicção sobre a justiça de Deus, ao determinar a sucessividade da vida corporal, enquanto necessária ao aperfeiçoamento do ser espiritual.

São palavras do Codificador:

Todos os Espíritos tendem para a perfeição e Deus lhes faculta os meios de alcançá-la, proporcionando-lhes as provações da vida corporal. Sua justiça, porém, lhes concede realizar, em novas existências, o que não puderam fazer ou concluir numa primeira prova.

 

A doutrina da reencarnação, isto é, a que consiste em admitir para o Espírito muitas existências sucessivas, é a única que corresponde à ideia que formamos da justiça de Deus para com os homens que se acham em condição moral inferior; a única que pode explicar o futuro e firmar as nossas esperanças, pois que nos oferece os meios de resgatarmos os nossos erros por novas provações. A razão no-la indica e os Espíritos a ensinam.

Pelo ensino dos Espíritos, as diversas existências nem sempre ocorrem todas no mesmo mundo material.

As almas podem reencarnar em um mesmo globo material, como a Terra, ou podem passar de um mundo para outro.

O que determina a necessidade das reencarnações, seja em um mesmo, ou em diferentes mundos, é o imperativo da evolução, do progresso, lei divina aplicável a todos os Espíritos, como uma das determinações da Justiça Divina.

A crença nas existências sucessivas não é exclusividade do Espiritismo.

Foi admitida, sob formas diversificadas, desde a mais remota antiguidade, por doutrinas espiritualistas de diversos povos, ou por personalidades eminentes, que se destacaram pelas suas idéias.

Os ensinos do Cristo, embora não tenham explicitado a doutrina reencarnacionista como a entendemos na atualidade, deixaram referências ao renascimento do Espírito em diversos relatos evangélicos, como é do conhecimento dos espíritas.

Entretanto, o Cristianismo dos homens, as Igrejas Romana, Oriental, e as resultantes da Reforma não aceitam as vidas sucessivas.

Admitindo a criação da alma no momento do nascimento e diante das desigualdades morais, intelectuais e sociais dos indivíduos, evidenciando uma injustiça flagrante às criaturas, formularam as igrejas e outras religiões, da atualidade e do passado, ideias que se contrapõem inteiramente à Justiça Divina: o inferno eterno, ou o céu de delícias, também eterno, como consequências irrecusáveis de uma vida na Terra, que se alonga por algumas décadas, ou se limita a dias ou poucos anos.

A incoerência dos ensinos dessas religiões é flagrante e foi percebida pelos pensadores independentes, no decorrer dos séculos.

A preocupação com a origem e o destino da criatura humana vem desde as eras mais recuadas.

Religiões e filosofias, as mais antigas e as atuais, interessaram-se por esse problema que, somente com as revelações do Consolador, prometido e enviado pelo Cristo de Deus, ficou esclarecido em suas múltiplas faces.

Foram necessárias, entretanto, ao lado do progresso da Humanidade, sob diversos aspectos, as revelações da Espiritualidade superior, essenciais à elucidação de questões transcendentais, como as que dizem respeito às vidas sucessivas.

Se pesquisarmos o histórico de vários povos antigos, vamos encontrar a questão da palingenesia formulada de diferentes formas, de conformidade com o entendimento de determinados grupos humanos e as ideias de alguns filósofos e pensadores.

Na Índia, desde tempos longínquos, a pluralidade das existências era entendida com bastante aproximação da realidade, o que ocorre até os dias atuais.

No Bhagavad Gita e nos Vedas encontram-se citações e referências que não deixam dúvida sobre a percepção que os hindus tinham e ainda têm sobre a reencarnação.

Na Pérsia antiga, o Masdeísmo dava ao povo uma noção bem realista das vidas sucessivas, para a redenção de todas as criaturas humanas.

Entre os hebreus, a ideia do renascimento das almas encontra-se veladamente admitida no Velho Testamento, especialmente nos escritos de alguns profetas.

Mas nos Evangelhos há referências explícitas em algumas passagens, como a resposta de Jesus aos seus discípulos, a respeito da volta de Elias: “Elias já veio e não o reconheceram, antes fizeram-lhe tudo o que quiseram”. (Mateus, 17:12.)

O comentário do Evangelista é que os discípulos compreenderam que o Mestre se referia a João Batista, como Elias reencarnado.

Outra passagem clara, registrada no Evangelho de João (3:3), é a resposta de Jesus a Nicodemos, que os espíritas conhecem bem, por ser muito citada: “Em verdade, em verdade vos digo, ninguém verá o reino de Deus, sem nascer de novo”.

Por mais que se procure interpretar as palavras do Mestre Jesus em outros sentidos figurativos, como o fazem os seguidores de religiões que não admitem a reencarnação, a expressão “nascer de novo” é peremptória, decisiva, para caracterizar um renascimento novo do ser, máxime atentando-se na circunstância de que Jesus não desconhecia uma crença comum a vários povos antigos, inclusive, o hebreu.

Por isso, diante da dúvida de Nicodemos, que objetou:

“Como pode ser isso?”, o Mestre respondeu: “Tu és mestre de Israel e não sabes isso?” (João, 3:9-10).

Certo é que existiam, nas sociedades antigas, ensinos ocultos ao comum dos homens, mas conhecidos e aceitos pelos iniciados. A crença na imortalidade da alma e nas vidas sucessivas eram ensinos cultivados, independentemente da aprovação dos detentores dos poderes constituídos.

Na Grécia, Pitágoras tomou conhecimento da sucessividade dos renascimentos das almas, em suas viagens à Pérsia e ao Egito, introduzindo essa crença em sua pátria.

Mas, entre os gregos, não podemos omitir a doutrina de Sócrates e Platão, considerados, com justa razão, precursores do Cristo e do Espiritismo.

Na “Introdução”, item IV, de O Evangelho segundo o Espiritismo (Ed. FEB), peça notável que os seguidores da Doutrina Consoladora devem reler sempre, por seus esclarecimentos importantes, o Codificador refere-se aos dois filósofos gregos como verdadeiros “precursores da ideia Cristã e do Espiritismo”.

Acrescenta Kardec que Sócrates, assim como Jesus, o Cristo, nada deixaram escrito: “[...] Assim como a doutrina de Jesus só a conhecemos pelo que escreveram seus discípulos, da de Sócrates só temos conhecimento pelos escritos de seu discípulo Platão. [...]”.

Os romanos receberam a influência dos gregos, especialmente no que se refere aos conhecimentos e às crenças.

No poderoso império, pelo menos dois nomes se destacaram na aceitação da ideia reencarnacionista:

Virgílio e Ovídio.

Nas Gálias, território da França atual, a religião dos druidas ensinava a existência de Deus e a crença nas vidas sucessivas.

Vale recordar que o Codificador da Doutrina dos Espíritos, o professor Hippolyte Léon Denizard Rivail, viveu entre os druidas, com o nome Allan Kardec, conforme lhe foi revelado, o que lhe inspirou a ideia de adotar, como pseudônimo, seu antigo nome, o qual ficaria ligado, para sempre, à Doutrina Consoladora.

No período da Idade Média, a longa noite de mil anos, quando o mundo Ocidental foi dominado pela poderosa Igreja Católica Romana, a doutrina palingenésica, ou das vidas sucessivas, foi proscrita e praticamente esquecida. Somente algumas sociedades secretas transmitiam oralmente esse conhecimento tradicional de uma realidade que acompanha a Humanidade desde tempos imemoriais.

Nem a divisão da Igreja, com a separação da Igreja Oriental, nem a Reforma iniciada por Martinho Lutero e que resultou nas Igrejas Protestantes, espalhadas pelo Ocidente, favoreceram a aceitação da doutrina reencarnacionista, que ficou adstrita às antigas religiões e filosofias orientais (Índia) e aos iniciados em ciências ocultas, que sempre existiram.

Somente com a conquista da liberdade de pensamento e de expressão, cujo símbolo maior é a Revolução Francesa, nos fins do século XVIII, tornou-se possível a propagação das ideias, das verdades e dos conhecimentos, aos quais se opunham os poderosos.

Por isso é que a sabedoria do Cristo só determinou a vinda do outro Consolador, que podemos identificar na Doutrina dos Espíritos, na época apropriada – meados do século XIX – para ficar definitivamente com os homens que tiverem olhos e ouvidos para percebê-lo e dele fazerem a orientação para suas vidas.

Deste modo, sejam quais forem as provações em nossas vidas, agradeçamos a Deus por suas leis justas, entre as quais se insere a reencarnação.

Juvanir Borges

Reformador Abril2008

publicado por SÉRGIO RIBEIRO às 00:01

Sábado, 08 de Janeiro de 2011

Disse Jesus: “Não penseis que vim destruir a Lei ou os Profetas; não vim destruí-los, mas cumpri-los; porque em verdade vos digo que o Céu e a Terra não passarão sem que tudo na Lei seja cumprido perfeitamente até o último jota e o último ponto.” (Mateus, Capítulo V, Vv. 17, 18.)

Assim, não viera Jesus para desfazer as leis, mas sim dar-lhes cumprimento. Referia-se ele nessa passagem às Leis de Deus e explica que sua vinda destinava-se a desenvolver a legislação divina, dar-lhe seu verdadeiro sentido e adequá-la ao grau de adiantamento dos homens.

Contudo, as leis de Moisés foram profundamente modificadas por Jesus, quer na forma como no fundo. Combateu, principal­mente, o abuso das práticas exteriores e as falsas interpretações, reformulando as leis moisaicas radicalmente.

Leis são normas ou conjunto de regras de conduta. Os homens precisam organizar sua legislação para possibilitar a vi­da em sociedade. Nas leis humanas procura-se estabelecer os direitos e os deveres do cidadão, registrando as respectivas punições para seus transgressores.

A Lei de Deus está formulada nos Dez Mandamentos. É a Lei de todos os tempos e de todos os seres, e é uma Lei que não sofre modificações. Jesus, fundamentando sua doutrina nos deveres para com Deus, resumiu essa Lei em um só manda­mento: “Amar a Deus sobre to­das as coisas e ao próximo como a si mesmo.”

As leis humanas estão sujei­tas a modificações no tempo e no espaço, conforme o conceito de Justiça de cada época e de cada lugar, conforme o grau de conhecimento do povo e seu conceito de Moral. Sendo imperfeitos e limitados, não podem fazer leis perfeitas e sumamente justas.

Assim, as leis dos homens são variáveis e, como não pode­ria deixar de ser, a justiça humana está sujeita às falhas e imperfeições próprias da natureza do Homem. As leis terrenas podem, também, sofrer influências externas que fazem pender o prato da balança segundo as conveniências e o peso do poder econômico, do prestígio político e da posição social dos réus.

Tanto é falha a justiça dos homens que pune simplesmente a crueldade manifesta, os atos que afetem o interesse público, quando há destruição da vida ou assalto ao patrimônio coletivo ou particular.

Os erros judiciários são comuns, em que inocentes são condenados injustamente, enquanto os verdadeiros culpados ficam isentos da correspondente punição. Também os braços da justiça humana não são suficientemente longos para alcançar ricos e poderosos.

A Justiça Divina atinge a to­dos os culpados indistintamente, punindo pelo mecanismo de ação e reação até mesmo os crimes que já foram julgados e condenados pela legislação ter­rena.

A Justiça de Deus é infalível, perfeita, imutável, imparcial e nada lhe escapa: nas Leis Divinas sempre cada qual recebe de acordo com suas próprias obras, atos, sentimentos ou atitudes. Pela Lei de Causa e Efeito, toda ação praticada recebe o retorno correspondente no devido tempo.

É por isso que se pode afirmar ser todo e qualquer indivíduo, no exercício de seu livre-arbítrio, o autêntico construtor de seu próprio destino. De nada adianta, portanto, jogar sobre ombros alheios a responsabilidade de tudo o que nos acontece!

Existe uma ação solidária entre as leis naturais: umas são decorrentes das outras. E esse encadeamento, essa interdecor­rência dos princípios que regem a obra da Criação, sob o imperativo do progresso e da evolução contínua, a tudo tange para o supremo objetivo que é a Perfeição.

Do rudimentar para o complexo, do primário para o sumamente elaborado, do limitado para o mais amplo dimensionamento, da ignorância e da simplicidade para a Sabedoria e para a Moralidade, do falho e do imperfeito ao íntegro, tudo evolui no Uni­verso por determinação do Criador.

E entre o ponto de partida e a estação terminal, intermediando as extremidades da escala evolutiva, há uma longa e árdua travessia a ser cumprida por to­dos os seres. No exercício de sua individualidade, sob sua responsabilidade e risco, devendo conquistar o galardão máxi­mo que lhe está destinado, evolve sempre a criatura por seus próprios recursos e méritos. Não há privilégios na Justiça Divina.

Assim, causas e efeitos, ação e reação, conhecimento e responsabilidade, reprodução, conservação e destruição, tudo se encadeia entre si, todos os princípios estão inter-relacionados e decorrem uns dos outros. As sábias, perfeitas e imutáveis leis da Natureza foram criadas por Deus para instrumentalizar o Plano da Criação que tem o progresso como fator onipresente e a Perfeição como meta final, sendo que o livre-arbítrio atua como agente de opção e de auto-responsabilidade.

Deus nunca se engana. O Homem, que traz a Lei de Deus impressa em sua consciência, só é infeliz quando a transgride ou dela se afasta.

As leis divinas da Criação precisam estar entrelaçadas umas às outras para que o supremo desiderato seja cumprido. Assim, tanto o Criador estabeleceu a Lei de Conservação, que é o apego instintivo à vida, por­que todos devem colaborar nos desígnios da Providência, como criou a Lei de Destruição que visa a estabelecer o índice populacional, manter a Lei de Re­produção nos limites do indispensável equilíbrio. E como conseqüência do uso do livre-arbítrio, há a Lei de Causa e Efeito ou Lei de Ação e Reação.

A Natureza, manifestando a vontade divina, coloca lado a ­lado os meios de conservação e os agentes de destruição. E o remédio junto ao mal, o pronto-socorro que impede a destruição antecipada e indiscriminada.

É da lei natural que tudo seja destruído para renascer e se regenerar. No entanto, como os homens não têm condição de bem interpretar os desígnios divinos, rotulam de destruição o que tem por finalidade apenas a renovação e a melhoria.

O acaso não existe, tudo o que acontece é interdecorrente e tem sua razão de ser. Não há efeito sem a causa que lhe deu origem. Todavia, não existe um determinismo absoluto, mas reações em cadeia em resposta às ações desencadeantes.

Pela Lei de Causa e Efeito, colhe-se simplesmente o que é plantado. A semeadura é livre, porém a colheita é imperativa.

Quem semeia ventos, colhe tempestades. Os homens agridem a Natureza com poluição, desmatamentos indiscriminados, queimadas criminosas, explosões atômicas, desastres radiativos, desequilibrando e desafiando as leis naturais.

Contudo, em obediência à Lei de Ação e Reação, recebe em troca portentosas enchentes e secas arrasadoras, catástrofes, abalos sísmicos, tempestades e ciclones, convulsões da Natureza traduzidas por incontroláveis fenômenos que reduzem ou elevam a temperatura do meio ambiente a níveis aniquilantes.

Castigos de Deus? Não, simplesmente a aplicação das leis naturais, pois que para toda ação praticada corresponde a devida reação.

Fonte: Reformador – agosto, 1989



 

publicado por SÉRGIO RIBEIRO às 19:30

Quarta-feira, 05 de Janeiro de 2011

ENTRE AS DOENÇAS MENTAIS avultam, pela sua gravidade, as oligofrenias - enfermidades devidas a lesões do cérebro e caracterizadas por graus diversos de deficiência mental. Os mais leves são representados pelos casos de simples debilidade mental; os graus médios - pelos de imbecilidade; e o máximo grau é representado pelos casos graves de idiotia.

Cabem dentro dessa classificação geral, constituindo formas clínicas especiais, os casos de mongolismo e de cretinismo, em que intervêm causas endócrinas ligadas a perturbações das glândulas pituitária e tireóide. Finalmente, há ainda a idiotia amaurótica, em que, num supremo requinte de mi­séria física e mental, ao déficit da mente vem juntar-se a cegueira ou amaurose.

A idiotia é, pois, o grau máximo de deficiência mental e realiza, em patologia da mente, aquilo que se poderia designar pela palavra amência (falta da mente).

Enquanto o louco ou demente levou uma boa parte da sua vida em atividade mental normal e equilibrada, somente mais tarde, na mocidade, na. maturidade ou mesmo na velhice, manifestando-se o desequilíbrio - o idiota, ao contrário, nunca teve atividade mental normal, pois já nasceu com o tremendo déficit que caracteriza o oligofrênico grave, ou adquiriu-o muito cedo, nos primeiros meses ou primeiros anos de vida, por traumatismo ou infecção, encefalite ou heredo-sífilis, ou por outras causas que, lesando grave e irremissivelmente o cérebro, comprometeram, no próprio instrumento da sua manifestação, o desenvolvimento da inteligência,, da afetividade e até da motilidade.

Os idiotas nada entendem e, por isso, nada aprendem. Não aprendem a escrever nem a falar, .isto é, não adquirem o maravilhoso instrumento da manifestação do Espírito, que é a linguagem, quer para fazer-se entender, quer para entender os semelhantes.

Seus sentimentos não podem manifestar-se adequadamente, dando, mesmo, a impressão de que nem existem. Pouco se movimentam e, se o fazem, seus movimentos são desconexos, desordenados, ineficientes para uma locomoção normal.

Se tentam falar, emitem apenas alguns sons guturais, ininteligíveis. São almas que não brilham, cuja inteligência não pode resplandecer, sem lampejos de razão ou de raciocínio. Não possuem autodeterminação e a sua inutilidade social é completa.

Pobres idiotas! Que destino tão trágico vos colheu em suas malhas? Por que existis, já que a Divina Bondade existe? Como se explica a vossa desventurada existência, totalmente destituída de luz?

— Só o Espiritismo é capaz de responder a estas angustiosas perguntas que brotam natural e espontaneamente da consciência de toda criatura sensível e racional. E a resposta que o Espiritismo dá é esta: O idiota é um Espírito em expiação dolorosa num corpo deficiente, cujo órgão mais nobre, aquele que coordena e governa as funções corporais, ao mesmo tempo que serve de instrumento apropriado ao exercício de todas as funções psicológicas — o cérebro —, é imperfeito, inacabado, impotente para receber e transmitir os estímulos de que resulta, inteira, a vida psíquica.

É o antigo sábio que empregou sua ciência para o mal, para enaltecer o seu orgulho e ofender o seu Criador; é o artista da pena ou do pincel, ou do som, que empregou o seu talento, ou quiçá o seu gênio, somente para perverter e alimentar as paixões inferiores da humanidade materializada; é o antigo esplêndido tribuno, que soube empregar a sua eloqüência somente para liderar movimentos de subversão e de maldade.

A existência, no mundo, do idiota, existindo um Deus todo bondade e todo justiça, é um sério argumento a opor a todos que, crendo em Deus e no Espírito, consideram herético e inadmissível o princípio da reencarnação e das vidas sucessivas, pois aceitar uma vida de escuridão e trevas como única imposta à alma que habita aquele disforme e estorvado corpo é, “ipso facto”, conceituar Deus como a expressão mesma da parcialidade e da injustiça, do sadismo e da maldade superlativa.

Ninguém há mais desgraçado que o idiota, pois ele tem uma alma e é como se não a tivesse; é, em essência, um Espírito, mas vive como se não o fosse; entre homens dotados de inteligência e razão e sentimentos, capazes de ações amplas e livres, vive sem tudo isso, como um ser inferior; um, animal biologicamente superior, é certo, mas psicologicamente da mais baixa e desconhecida espécie, bruto, bronco, quase inerte.

O idiota chegou a ser comparado pelos psiquiatras a um vegetal!

E, de fato, ele quase só tem vida vegetativa!

Oh! esse quadro, representando a só e única existência de uma alma, criada por Deus, não se coaduna com a Suprema Bondade e só por si seria a negação mais gritante da própria existência da Divindade! Mas não! O idiota não vive pela primeira vez neste mundo! É um Espírito em angustioso estágio expiatório, redimindo-se no calabouço tenebroso do seu corpo, ao mesmo tempo que aprendendo a lição tremenda de que acima do nosso mísero poder há um poder mais alto, que todo poder e liberdade do homem é outorga divina, e que importa à criatura saber como usar a liberdade plena que lhe é concedida pelo Criador, pois que, se abusivo e mau for esse uso, um dia vem em que o dedo de Deus se levanta sobre a orgulhosa cabeça e sua voz sentencia: Basta! Começa, então, a trajetória forçada de escravidão e de opróbrio, de um Espírito criado para ser livre e livremente manifestar as luminosas faculdades e poderes de que foi dotado: depois de ser luz passa a viver em trevas; sendo já águia para altear-se na amplidão, é forçado a rastejar como os répteis e a movimentar-se apenas na viscosa lentidão e inconsciência dos vermes!

Terrível é, vê-se, a sorte futura dos que mal empregam os divinos dons da inteligência, o raciocínio, a palavra, a pena, a ciência, a arte, pois que, abroquelando-se no orgulho e na vaidade, na perversão e na maldade, insensibilizando e enegrecendo a própria alma e as de seus semelhantes, preparam e alicerçam a horrenda escravidão da masmorra que representa o pobre corpo de um idiota!

Fonte: Reformador nº 4 – abril, 1972

publicado por SÉRGIO RIBEIRO às 13:34

Quarta-feira, 22 de Dezembro de 2010

JESUS! Lembrando o Teu convite endereçado a todos nós, há mais de dois mil anos: “Vinde a mim todos vós que estais aflitos e sobrecarregados que eu vos aliviarei”, aproveitamos a oportunidade para fazer-te um pedido em nome dos “esquecidos”, por ocasião de Tua descida ao nosso mundo, entre os dias 24 e 25 de Dezembro, quando comemoramos o Teu aniversário natalício.

Como sabes Senhor, eles se encontram em toda parte, a começar pelas crianças que acordam famintas, esquecidas pela sociedade indiferente à sua sorte, e que por isso acabam encontrando a desencarnação na cruel desnutrição. Rogamos pelas mães abandonadas por parceiros desalmados; vencidas pela miséria, elas esquecem de si mesmas para poderem sustentar os filhos e acabam vitimas da traiçoeira tuberculose.

Pedimos também pelos pais esquecidos, Senhor, que tudo fazem pelos filhos, sacrificando-se inúmeras vezes para o bem-estar deles, e depois são relegados a um segundo plano na velhice, razão pela qual acabam desencarnando apunhalados moralmente pela ingratidão daqueles de quem tanto esperavam no inverno de suas vidas.

Jesus! É certo que não temos a pena de morte em nosso país. Mas há coisa pior do que as vítimas do esquecimento do Poder Público, que apodrecem nas prisões sem as mínimas condições de se reabilitarem perante a vida social? É por isso que intercedemos em favor desses relegados dos poderes constituídos, abandonados nos cárceres, para que sejam restabelecidos a dignidade e o respeito que devemos a esses irmãos em humanidade.

Médico de nossas almas! Rogamos pelos enfermos, esquecidos nas filas dos hospitais, para serem atendidos não se sabe quando, e pelos que são deixados nos corredores à míngua de socorro e atendimento, em flagrante desrespeito às suas dores e, sobretudo, à sua inconteste condição humana.

Governador do Planeta Terra! Embora tenhas sido relegado ao esquecimento pelos Doutores da Lei, pelos poderosos de Tua época e pelos falsos líderes religiosos, jamais esqueceste dos humildes, dos pecadores, dos sofredores de toda a sorte, pois sempre acolheste a todos eles através do Teu Verbo tocado de infinito amor e profunda compreensão.

Além de endereçarmos esta rogativa pelos esquecidos deste mundo, rogamos também em favor, das crianças que estão ainda por nascer, pois existem parlamentares querendo assassiná-las, por meio de aprovação de uma lei que permitirá, infelizmente, a prática do aborto indiscriminado. Ou seja: “esquece-las” pelo resto da vida.

Neste NATAL, vem Senhor, amparar todos os esquecidos que se encontram aflitos e sobrecarregados neste planeta, a fim de aliviares suas dores causadas pela ambição dos insaciáveis, pela indiferença dos egoístas e pela falta de compaixão dos insensíveis.

Vem, portanto, Senhor, confortar o coração dos que foram vencidos pela miséria, pela fome, pela enfermidade, pelas injustiças, porque eles não possuem voz para aclamar por piedade aos “vencedores” da Terra!   

 

publicado por SÉRGIO RIBEIRO às 03:02

Domingo, 14 de Novembro de 2010

 

     Os Espíritos se dividem em várias categorias. A princípio os embriões, que não têm nenhuma faculdade distinta; que nadam no ar como insetos que se vêem turbilhonar num raio de sol; voltam sem objetivo e se encarnam sem terem feito escolha. Tornam-se seres humanos ignorantes e grosseiros.

    

     Acima deles estão os Espíritos levianos, cujos instintos não são maus, mas apenas brincalhões; divertem-se com os homens e lhes causam aborrecimentos frívolos. São crianças. Têm caprichos e a maldade pueril.

 

     Os Espíritos maus não são todos do mesmo grau. Uns não fazem outro mal além de ligeiros enganos; não se agarram a um ser e se limitam a fazer cometer falhas pouco graves.

 

     Os Espíritos malfeitores impelem ao mal e gozam com isto, mas ainda têm um vislumbre de piedade.

 

     Os Espíritos perversos não a têm. Todas as suas faculdades tendem para o mal. Fazem-no por cálculo e com persistência; gozam as torturas morais que causam. Corres-pondem, no mundo dos Espíritos, aos criminosos do vosso. Chegam a essa perversidade porque desconhecem as leis de ?Deus; nas suas vidas carnais, vão de queda em queda e passam-se séculos antes que lhes venha o pensamento de renovação. O mal é o seu elemento; nele mergulham com delícia; mas, obrigados a reencarnar-se, passam por tais sofrimentos e esses sofrimentos de tal modo crescem em suas vidas espíritas, que a paixão do mal neles se gasta; acabam por compreender que devem ceder à voz de Deus, que não cessa de os chamar. Viram-se Espíritos rebeldes pedir com ardor as mais terríveis expiações e suportar o martírio com alegria. É uma imensa felicidade para os puros Espíritos, esse retorno ao bem. A palavra do Cristo sobre as ovelhas desgarradas é brilhante de verdade.

 

     Os Espíritos errantes da segunda ordem são os intermediários entre os Espíritos superiores e os mortais, porque é raro que os Espíritos superiores se comuniquem diretamente: é preciso que a tanto sejam impelidos por uma solicitude particular. Esses intermediários são os Espíritos dos mortais que não têm nenhum mal grave a lamentar e cujas intenções não foram más. Recebem missões, e quando as realizam com zelo e amor, são recompensados por um progresso mais rápido. Têm que passar por menos migrações. Assim, os Espíritos desejam ardentemente essas missões, só concedidas como recompensa e quando são julgados capazes de cumpri-las. São os Espíritos superiores que os dirigem e que lhes escolhem as funções.

 

     Os Espíritos superiores não são todos do mesmo grau. Se dispensados das migrações nos vossos mundos, não o são das condições de adiantamento nas esferas mais adiantadas. Enfim, não há qualquer lacuna no mundo visível e no invisível. Uma ordem admirável proveu a tudo; nenhum ser é ocioso ou inútil; todos concorrem na medida de suas faculdades para a perfeição da obra de Deus, que não tem termo nem limite. 

 

(Espírito Georges - Revista Espírita de 1860).            

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publicado por SÉRGIO RIBEIRO às 20:44

Domingo, 24 de Outubro de 2010

É inadmissível, que nos dias atuais, às vésperas do 3º milênio, quer através da imprensa escrita, falada e televisiva, vejamos "fiéis" de determinadas religiões desenvolverem verdadeiras batalhas contra profitentes de outras crenças. Alguns, para alcançarem seus objetivos - aniquilar o inimigo - não titubeiam em lançar mão dos argumentos mais descabidos, até mesmo da mentira, se necessário for. Aqui comigo penso: se os religiosos, que pregam o entendimento, o perdão e paz, agem dessa maneira, imaginem os demais ...

Não há nenhum constrangimento em que sejam expostas as mazelas do próximo nos programas de TV, para depois então, mostrar a "religião salvadora". A dor e os problemas das pessoas são tratados como "produtos" na busca de conversões, num "marketing" proselitista sem pudor nem antecedentes, verdadeiro comércio da fé.

É lamentável que os homens "ainda sejam tão crianças no entendimento", como no dizer de São Paulo, perdendo tempo com discussões improdutivas, que não conduzem a lugar algum. Esquecem-se, que mais importante do que o rótulo é o conteúdo; mais importante que as aparências, são as atitudes. Depois, cada um tem o direito - inclusive assegurado pela Constituição do nosso país -,  no que diz respeito às crenças e cultos, de seguir o caminho que bem entender, de acreditar no que bem quiser.

Por uma questão de respeito à liberdade de pensamento, temos o dever de aceitar o posicionamento religioso dos outros; se não por isto, pelo menos por educação. Afinal, o preconceito e a discriminação já fizeram milhões e milhões de vítimas ao longo da história da humanidade.

A Idade Média ficou para trás, graças a Deus. Os tempos das "cruzadas" e da "santa inquisição", quando  tentavam impor "verdades" à custa de ferro e fogo, fazem parte apenas de um período obscuro e lamentável da nossa historicidade.

Os habitantes da Terra, lá para o final do 3º milênio, custarão a acreditar que um dia, homens foram escravos de outros homens; que existiu segregação racial nos Estados Unidos, motivo de vergonha para a maior "democracia" do mundo; que uns, por terem nascidos judeus, foram perseguidos e dizimados pelo Reich alemão; que outros, por serem arábes, foram vistos com desconfiança; que na Irlanda, católicos e protestantes, travaram uma guerra secular, sangrenta e desumana, pela disputa do poder em nome do Cristo. E, que ainda se achavam civilizados ...

Chega! É preciso que alguém grite, chamando todos a uma profunda reflexão, revendo conceitos e valores. De que valeram - é bom que se pergunte - os exemplos de Jesus, Buda, Krisna, Francisco de Assis e tanto outros iluminados que passaram pela Terra? De que valeram os sacrifícios de Ghandi, Martin Luther King e outros que ofereceram voluntariamente a própria vida em nome dos direitos humanos, de uma sociedade mais justa e da paz? De que têm valido os ensinamentos vivos que nos foram legados por Albert Schweitzer (evangélico), Madre Teresa de Calcutá e Irmã Dulce (religiosas católicas) e por Chico Xavier (espírita), todos desenvolvendo incansáveis tarefas humanitárias?

Numa entrevista concedida à Revista Planeta, um dos grandes pensadores dos nossos dias, Frei Leonardo Boff, cita uma frase creditada ao Dalai Lama, líder espiritual do Tibet que, acredito, pode ser uma luz a clarear o entendimento dos religiosos ortodoxos: "A melhor religião é a que te faz melhor."

Entretanto, cada um quer ser dono da verdade, se possível, com exclusividade reconhecida. E, isso, convenhamos, é uma tola presunção de quem quer impor seus pontos de vista. Quem tenta convencer ao outro é aquele que ainda não conseguiu convencer a si mesmo.

Geralmente, os que já percorreram o caminho e já atingiram o objetivo, são serenos, justos, e neles, a humildade é um estado natural. Não criticam nem julgam, porque têm a consciência de que aqueles que vem atrás, mesmo tropeçando e caindo, também chegarão ao objetivo desejado, independente do caminho que tenham escolhido. Sabem, que a Luz não se impõe - é conquista de cada um.

Nem mesmo Jesus, em toda a sua sabedoria, quando questionado por Pilatos, se arriscou a definir a Verdade, preferindo silenciar. Talvez, porque a Verdade não deva ser conceituada, mas sim, vivenciada em toda a sua plenitude, através de uma busca incessante, de um constante caminhar, como no dizer de Sérgio de Souza Carvalho, em o Mestres da Terra: "O caminho dever ser percorrido e não discutido. A compreensão vem do fazer e não do falar:"

"Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará" - afirmou Jesus - mas, não a definindo, deixou claro que cada um terá que encontrar sua própria Verdade, escolher sua trajetória particular para poder atingi-la. Assim, a coragem libertará o medroso; a cura libertará o doente; a educação libertará o ignorante; a reparação da falta libertará o criminoso; a esperança libertará o pessimista; a hulmidade libertará o orgulhoso e, desse modo, cada um encontrará a "sua verdade", ao seu modo, tempo e lugar. Portanto, ninguém tem o direito de querer "impor" a sua verdade - ou o que julga ser verdade -, a quem quer que seja.

Se ainda não somos sábios o suficiente para fazermos nossas as palavras de Sócrates, "Só sei que nada sei", ao menos sejamos educados, respeitando as convicções de cada um. É o mínimo exigido pelo bom senso.

publicado por SÉRGIO RIBEIRO às 00:01

Sábado, 23 de Outubro de 2010

Desde os tempos mais remotos, o ser humano tem sido atraído para o Foco divino por meio das variadas manifestações religiosas.

Essa atração resulta do pulsar da centelha de luz divina que existe em cada alma humana, da mais rudimentar à mais sublime, aperfeiçoando-se no evolver das vidas sucessivas.

Como filho de Deus, somos herdeiros de sua divindade e, por conseguinte, somos imortais. É o próprio Jesus que nos esclarece, quando cita o Salmo 81: 6, conforme se lê em João,10:34:“Eu disse: vós sois deuses, sois todos filhos do Altíssimo.” E complementa mais adiante: “Aquele que crê em mim fará as obras que faço, e fará ainda maiores que estas (...).” (João 14:12).

Nós somos deuses; todavia ainda não conseguimos vislumbrar a grandeza dessa revelação do Mestre. Vivenciamos o apogeu da ciência e da tecnologia, saturados das filosofias que se “desmancham no ar”, neste final de milênio; contudo não nos detivemos para avaliar a profundidade dessa formosa lição.

Dentro de nós refulge a fagulha que nos permite “acessar” Deus: a consciência, no seu incessante caminhar rumo à perfeição. “Portanto, sede perfeitos assim como vosso Pai celeste é perfeito.”(Mt, 5:48)  Se tal nos fosse impossível, Jesus não nos teria feito essa exortação. Somos perfectíveis. Renascemos com essa capacidade, esse poder. Por que então ignorá-lo? Para tanto, o Cristo  nos mostrou  o  Caminho  da Verdade e da Vida: o seu  próprio exemplo. Basta segui-Lo.

“Andai como filhos da luz”, proclama o apóstolo Paulo (Efésios,5:8). “Assim brilhe vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras, e glorifiquem vosso Pai que está nos céus”, aconselha-nos Jesus (Mt,5:16). Sejamos como a candeia que ilumina, queimando o seu próprio óleo.  Servindo-nos das palavras de Emmanuel (Vinha de Luz ,p. 12): “ofereçamos a instrumentalidade de nossa vida aos imperativos da perfeição, para que o ensinamento do Senhor se revele, por nosso intermédio, aclarando a senda de nossos semelhantes”.

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publicado por SÉRGIO RIBEIRO às 13:45

Quarta-feira, 13 de Outubro de 2010

 

Gênesis 15:18 Deus prometeu a Abrão (Abraão) que seus descendentes, os judeus, receberiam toda a terra desde o Rio do Egito (o Nilo) até o Rio Eufrates.

Josué 1:3-4 O território israelita se estenderá até o rio Eufrates.

Mas o território israelita nunca se estendeu até o Eufrates e é muito duvidoso que (dado as condições político-diplomático da atualidade) ele se estenda até mesmo para o Nilo.

Gênesis 17:3-8 Deus dá todo o país de Canaã para Abraão e seus descendentes, para habitarem-no para sempre. (Veja também: Gênesis 13:15, Êxodo 32:13) Canaã era a terra a oeste do Rio Jordão e o Mar Morto, entre essas águas e o Mediterrâneo, a região mais tarde chamada Palestina. Por um problema histórico, os Judeus não receberam toda Canaã para uma posessão perpétua. Revoltas dos Judeus contra Roma em 132-135 D.C. levaram ao seu dispersamento pelo mundo. Por 18 séculos turcos, persas e árabes ocuparam a Palestina. Os Judeus começaram a retornar em número significativo apenas em 1921, um pouco antes da criação do moderno estado de Israel em 1948.

Veja Atos 7:5 e Hebreus 11:13, que admitem que a promessa ou profecia de Deus, neste caso, falhou.

Salmos 89:3-4 Deus prometeu a Davi que sua linhagem real e seu trono durariam "de geração em geração".

Salmos 89:35-37 Novamente Deus promete que a descendência de Davi será perpétua. Seu trono durará para sempre, como o sol e a lua.

Entretanto, depois de Zedekiah não houve rei Davidiano por 450 anos. A linhagem real foi finalmente restaurada com Aristobolus, da dinastia Hasmoneana, mas ela também acabou. De acordo com uma profecia do Novo Testamento, Jesus receberá o trono de Davi e reinará para sempre (Lucas 1:32-33), mas mesmo assim a linhagem real foi interrompida e a profecia falhou.

Isaías 17:1 A profecia da cidade de Damasco. Ela se tornará "um montão de ruínas". Mas Damasco, a capital da Síria, uma das cidades mais antigas do mundo, prospera hoje em dia. Ela tem sido continuamente habitada desde sua fundação. Nunca foi um montão de ruínas.

Isaías 34:8-10 Uma profecia que a terra de Edom (que fica entre o Mar Morto e o Golfo de Ácaba) se tornará "pez ardente". "As suas torrentes se converterão em pez, o pó do seu chão, em enxofre; a sua terra ficará reduzida a pez ardente, que não se apagará noite e dia; a sua fumaça subirá para sempre; de geração em geração subsistirá a ruína; pelos séculos dos séculos não haverá que passe por ela". Mas isso nunca aconteceu e pessoas continuam passando através de Edom até os dias de hoje.

Jeremias 9:11 Uma profecia que Jerusalém e as cidades de Judá se tornarão um monte de pedras, uma morada de chacais, desoladas, sem habitantes. Nem Jerusalém nem Judá alguma vez estiveram desoladas e sem habitantes em algum período (nem durante a dispersão dos Judeus) e o Novo Testamento prediz que Jerusalém será uma cidade eterna.

Jeremias 42:17 Todos os Judeus que retornarem para viver no Egito, lá morrerão pela espada, pela fome e pela peste. Ninguém sobreviverá. Mas muitos Judeus viveram no Egito pacificamente. Muitos vivem lá até hoje. Inclusive em Alexandria os Judeus estabeleceram um grande centro cultural no primeiro século D.C..

Jeremias 49:33 Hazor, uma antiga cidade de Israel, se tornará um abrigo de chacais (ou dragões). Um deserto para sempre. Ninguém viverá mais ali, homem algum habitará nela. Mas as pessoas jamais pararam de viver na cidade de Hazor, e continuam a viver lá até hoje.

Jeremias 51:24-26; 28-31; 40; 53-55; 58 Realces de uma longa profecia sobre o violento desaparecimento da Babilônia e todos os habitantes da Babilônia ou Caldéia. Muitos inimigos a atacarão: os muros da Babilônia serão derrubados, suas portas serão abrasadas pelo fogo: ela será um monte de chamas, uma desolação perpétua.

Isaías 14:23 Outra profecia da destruição da Babilônia. Ela se tornará morada de ouriços e um pântano. Será varrida com a vassoura do extermínio. Apologistas clamam que a pretensa realização desta profecia prova a veracidade literal da Bíblia. Entretanto a história mostra que a permanente e violenta destruição da Babilônia nunca ocorreu. O contexto da destruição profetizada indica que isto seria uma punição pelo domínio babilônico sobre os Israelitas, de 586 a 538 A.C.. Mas quando Babilônia finalmente morreu, foi pacificamente, não por um processo violento, no segundo século D.C., quando seus últimos habitantes a abandonaram, muito tempo depois que os cidadãos ainda poderiam ser considerados responsáveis pelo antigo tratamento que Babilônia deu à Israel.

Muitos inimigos marcharam contra Babilônia durante sua história, e de tempos em tempos um inimigo capturaria, ocuparia ou causaria algum dano, como ocorreu com a maioria das outras grandes cidades do período. Mas nunca houve um holocausto com danos permanentes. Em 538 A.C., por exemplo, os Persas conquistaram Babilônia. A cidade mais tarde se revoltou, então os Persas capturaram-na novamente, destruindo os muros da cidade no processo. Mas os muros foram reconstruídos e a cidade sofreu pouco dano. Em 330 A.C. Alexandre O Grande capturou Babilônia. A maioria dos seus habitantes se mudaram para a nova cidade de Selucia. Doravante, Judeus habitaram a cidade até o segundo século D.C., quando ela foi pacificamente abandonada. Babilônia é até mencionada no Novo Testamento (I Pedro 1:1; 5:13)

Ezequiel 26:3-4; 7-12; 27:32; 36; 28:19 A profecia da queda de Tiro. Rei Nabucodonosor da Babilônia virá com um exército, destruirá as muralhas e as torres, calcará todas as ruas com as patas de seus cavalos, matará todo o povo e lançará ao mar os escombros. Tiro terá um fim terrível e "nunca mais voltará a existir, para sempre". Apesar da profecia, e a despeito de muito esforço, Babilônia falhou em capturar e destruir Tiro. (A Bíblia admite, de fato, que o esforço falhou - então Deus deu o Egito para Nabucodonosor como compensação! Veja Ezequiel 29:18-19).

A conquista de Tiro foi um feito reservado para Alexandre O Grande, 240 anos depois. Novamente, apesar de toda profecia, Tiro foi reconstruída e o Novo Testamento até a menciona (Veja Lucas 10:13; Marcos 7:24, 31). Hoje em dia, Tiro (Sur) tem mais de 10.000 habitantes.

Ezequiel 29:9-12 Egito será uma desolação e uma ruína e nenhum homem ou animal passará por ele. Ficará desabitado por quarenta anos. Os egípcios serão dispersados entre as nações. Nada disto ocorreu e a história mostra que o Egito têm sido continuamente habitado desde os dias da profecia.

Ezequiel 29:15 Egito será diminuído e nunca mais dominará outras nações. Entretanto em 1820 o Egito conquistou e dominou o Sudão. E desde a década de 60 têm sido uma potência econômico-militar naquela região.

Ezequiel 30:4-16, 22-26 Rei Nabucodonosor destruirá as multidões do Egito. Etiópia, Líbia e "populações mistas", cairão com eles à espada. Os rios se tornarão secos, os egípcios serão espalhados por entre os povos e dispersados por entre as nações. Nunca mais haverá príncipe no Egito. Historicamente isto nunca ocorreu. Egípcios ainda vivem no Egito (a República Árabe do Egito): eles nunca foram espalhados ou dispersados. Nabucodonosor nunca destruiu o Egito ou conquistou a Etiópia, Libia ou Lídia. Príncipes continuaram a governar o Egito muito tempo depois da morte de Nabucodonosor. Os rios do Egito jamais secaram.

Miquéias 7:13 Sofonias 1:2-3, 18 Deus destruirá tudo sobre a Terra. Homens e gado, aves do céu e os peixes do mar. Toda a Terra será devorada, por causa dos atos perversos de seus habitantes. Naturalmente isto nunca ocorreu. E sob a luz das promessas do Novo Testamento, jamais ocorrerá!

publicado por SÉRGIO RIBEIRO às 14:51

Terça-feira, 12 de Outubro de 2010

 

         Estamos, novamente, diante dos argumentos contra o Espiritismo contidos no site: www.cicero.com.br. Iremos fazer este estudo buscando colocar os nossos contra-argumentos sobre o que dizem de nós.

         Como, de outras vezes, para darem um certo “ar” de que estão corretos colocam cópia de página dos Livros da Codificação. É uma pena que apesar de ter passado por suas mãos algo de extremo valor não conseguiram perceber isso por absoluta falta de compreensão ou por cegueira proveniente do fanatismo que de são revestidos.

         Continuaremos a colocar os textos, de que iremos falar, em itálico e entre barras.

 

O que diz o espiritismo? 

Diz que Deus cria os espíritos simples e ignorantes, e está sempre criando, e evoluem de diversas formas e em vários mundos, sendo que a maioria deles não tem nomes para nós. (Livro dos Espíritos - 57a Ed. - Introdução - Item XII - Pág. 36 e 37).

 

         Se os espíritos não fossem criados simples e ignorantes estaríamos diante da mais completa injustiça, pois não há como explicar o porquê das tantas diferenças existentes entre um ser humano e outro. No trato com suas criaturas, Deus para ser plenamente justo, terá que dar oportunidades iguais a todos, ninguém poderá ficar excluído.

         Suponhamos que não fosse assim, como entender um Deus justo dando a um de seus filhos uma coisa que não deu a outro? A título de exemplo, a genialidade de certas pessoas tais como:

-         Mozart compunha com apenas com 8 anos e tocava qualquer música aos 4;

-         Beethoven descobria a geometria plana aos 12 anos;

-         Rembrandt desenhava como verdadeiro artista antes de aprender a ler;

-         Miguel Ângelo era técnico perfeito aos 8 anos de idade;

-         Henecke sabia três línguas aos 13 anos;

-         Hamilton conhecia o Hebraico e mais 11 línguas aos 13 anos;

-         Ericson, aos 12 anos tinha sob a sua responsabilidade 600 homens como inspetor do canal marítimo de Suez;

-         Jaques Chrischton, o gênio monstruoso, discutia em latim, grego, hebraico ou árabe aos 15 anos,

seria apenas para estes “escolhidos”, o restante da humanidade não teria este direito. Ora um dos princípios básicos do Direito Humano é que todos são iguais perante a Lei, com o que todos nós concordamos por acharmos muito justo. Se sabemos que a justiça divina é muito superior à humana, então porque admitimos que ela possa não dar a todos indistintamente as mesmas oportunidades? Será que ainda continuaremos a agir como os hebreus, de outrora, que se consideravam “o povo eleito de Deus”, que na sua completa ignorância achavam isto justo?

            Mas como todos nós temos o mesmo ponto de partida, simples e ignorantes, que ao passarmos pelos ciclos de evolução, adquirimos a sabedoria, o conhecimento ou a genialidade através das várias oportunidades que Deus dá a cada um de nós, quando nos sujeita à Lei da Reencarnação. É a única explicação racional e lógica que podemos dar para a genialidade das pessoas que há pouco relacionamos.

 

Segundo o próprio espiritismo, existe ainda uma norma fácil e bem clara de como devemos distinguir os bons dos maus espíritos.

  “Distinguir os bons dos maus Espíritos é extremamente fácil. Os Espíritos superiores usam constantemente de linguagem digna, nobre, repassada da mais alta moralidade, escoimada de qualquer paixão inferior; a mais pura sabedoria lhes transparece dos conselhos que objetivam sempre o nosso melhoramento e o bem da Humanidade”. (Livro dos Espíritos - 57a Ed. - Introdução - Item VI - Pág. 26). 

 

Não somos os únicos a dizer ser fácil distinguir os bons dos maus espíritos, encontramos como devemos proceder na própria Bíblia, vejamos em 1 João 4, 1: Caríssimos, não acrediteis em qualquer espírito. Examinai primeiro se os espíritos são de Deus, (...), combinada com Mateus 7, 17-18: Assim, pois, toda árvore boa dá bons frutos e a árvore má dá maus frutos. Não pode a árvore boa dar maus frutos nem a árvore má dar bons frutos. Seguindo estas orientações não há como errar.

 

Entretanto, o espiritismo se contradiz, quando mostra em outro livro que os espíritos podem falsificar linguagens e assinaturas, e até mesmo imitar o próprio Cristo.

  “Há falsários no mundo dos Espíritos, como os há neste. Aí não se tem, pois, mais do que uma presunção de identidade, que só adquire valor pelas circunstâncias que a acompanhem. O mesmo ocorre com todos os sinais materiais, que algumas pessoas têm como talismãs inimitáveis para os Espíritos mentirosos. Para os que ousam perjurar o nome de Deus, ou falsificar uma assinatura, nenhum sinal material pode oferecer obstáculo maior. A melhor de todas as provas de identidade está na linguagem e nas circunstâncias fortuitas”.

  “261. Dir-se-á, sem dúvida, que, se um Espírito pode imitar uma assinatura, também pode perfeitamente imitar a linguagem. É exato; alguns temos visto tomar atrevidamente o nome do Cristo e, para impingirem a mistificação, simulavam o estilo evangélico e pronunciavam a torto e a direito estas bem conhecidas palavras: Em verdade, em verdade vos digo”. (Livro dos Médiuns - 29a Ed. - Cap. XXIV - Da Identidade dos Espíritos - Perguntas 260 e 261 - Pág. 273).

 

A contradição não é nossa, mas dos que leram Kardec e não entenderam nada. Ora, somente existiria contradição se a afirmação dele fosse de que apenas se manifestam os espíritos superiores. Mas Kardec já nos alertava que teríamos de distinguir os bons dos maus espíritos, tal como previu Jesus conforme podemos encontrar em Mateus 24, 23-24: (...) porque se levantarão falsos cristos e falsos profetas (...).

Kardec ao mostrar a falsificação de alguns espíritos estava confirmando o que tinha dito sobre a possibilidade de manifestação de bons ou maus espíritos. E conforme já previa Jesus, também apareceram os falsos Cristos nas manifestações espirituais.

 

Ficam então as perguntas:

.- Quem é o Jesus para o espiritismo, se um falso espírito pode imitá-lo?

 

Quanto à pergunta quem é Jesus para o Espiritismo, vamos responder, mas usaremos as próprias palavras dos Espíritos a Kardec, retiradas do Livro dos Espíritos:

Perg. 625: Qual é o tipo mais perfeito, que Deus ofereceu ao homem para lhe servir de guia e modelo?  Resposta: Vede Jesus

         Kardec fez o seguinte comentário a esta questão: Jesus é para o homem o modelo da perfeição moral que a Humanidade pode pretender sobre a Terra. Deus nô-lo oferece como o mais perfeito modelo e a doutrina que ensinou é a mais pura expressão da sua lei, porque ele estava animado de espírito divino e foi o ser mais puro que apareceu sobre a Terra.

         Se algum espírito pode imitá-lo? Responderá o próprio Jesus: Então se alguém vos disser: ‘Aqui está o Cristo’ ou ‘acolá’, não lhes deis crédito, porque se levantarão falsos cristos e falsos profetas e praticarão grandes sinais e prodígios, para enganarem, se possível fora, os próprios eleitos (Mateus 24, 23-24). Repetimos esta passagem para que não persista mais dúvida alguma, entretanto devemos ressaltar que mesmo querendo imitar a Jesus não será possível enganar “os próprios eleitos”.

Mas ao que parece não houve nenhuma preocupação do autor, dos textos citados, em estudar o Espiritismo, tinha apenas em mente encontrar neles alguma coisa que pudesse ser utilizada contra a própria Doutrina, tal e qual fizeram os fariseus com Jesus, conforme narra Mateus 22, 15: (...) entenderam-se entre si para enredá-lo com as suas próprias palavras, fosse o contrário, ele mesmo teria condições de responder a segunda parte da sua pergunta, principalmente se tivesse estudado o item 261 além do ponto que parou. Assim a seqüência deste trecho é: mas quando se estudou o conjunto, sem prevenção; quando se esquadrinhou o fundo do pensamento, a importância das expressões; quando ao lado de belas máximas de caridade se viram recomendações pueris e ridículas, fora preciso estar fascinado para iludir-se. Sim, certas partes da forma material da linguagem podem ser imitadas, mas não o pensamento; jamais a ignorância imitará o verdadeiro saber, e jamais o vício imitará a verdadeira virtude; sempre, em alguma parte, aparecerá o seu verdadeiro caráter, (...).

        

- Como ter certeza de que uma mensagem (falada ou escrita) do seu parente já falecido é verdadeira?

 

Não temos a mínima preocupação em provar nada para ninguém, quem estiver atrás de provas que procure até um perito em grafoscopia se for o caso. Numa mensagem a parentes são eles que poderão saber. E normalmente o sabem; pela linguagem, pela riqueza de detalhes e informações bem particulares que poucos conheciam, muitas vezes é citado nome de parente desencarnado que não era do conhecimento do espírito autor da mensagem, em alguns casos os próprios familiares também não sabem quem é. Enfim, tudo isso poderá levar o receptor da mensagem a saber se o autor é realmente quem diz ser.

 

O que diz o Cristianismo?

Diz que Deus fez primeiro o corpo e só então lhe deu o sopro da vida, que é o espírito.(Gênesis 2:7 e Zacarias 12:1)

A Bíblia do Cristianismo afirma ainda que o aperfeiçoamento do espírito se dá quando alguém aceita Jesus Cristo com único e suficiente Salvador, e que isso pode acontecer numa única vida, sem a necessidade de várias reencarnações. (Filipenses 1:6 e Hebreus 10:14).

 

         Se o nosso espírito fosse criado após o corpo físico como podemos interpretar esta passagem: Jeremias 1, 5; Antes mesmo de te formar no ventre materno, eu te conheci; antes que nascesses, eu te consagrei e te constituí profeta para as nações. Não é claro a preexistência da alma? Vejam também esta idéia em Sabedoria 8, 19-20: Fui criança bem dotada e recebera, como quinhão, uma alma boa. Ou antes, como era bom, vim a um corpo sem mancha; e em Jó 8, 9: Porque nós somos de ontem, e nada sabemos (...).

         Já falamos em outra oportunidade que se Deus criasse os espíritos depois do corpo físico estaria se sujeitando ao ser humano, ou seja, só poderia criar um espírito se um casal resolvesse ter um bebê. É um absurdo tal coisa.

Suponhamos que as passagens seguintes sejam como querem interpretá-las: Filipenses 1, 6: Estou persuadido de que aquele que entre vós iniciou a boa obra há de completá-la até o dia de Cristo Jesus; e Hebreus 10, 14: Com uma só oblação levou à perfeição definitiva os santificados. Se for realmente isso, como fica o “a cada um segundo suas obras” dito por Jesus? Ficaremos com Paulo ou com Jesus? Quem é o Mestre?

Por outro lado, se Jesus nos manda: Sede perfeitos, assim como o Pai celeste é perfeito ( Mateus 5, 48) é porque podemos atingir a mais alta perfeição, não é mesmo? Ora, pela violência, pelos crimes e vícios que ainda acontecem na humanidade, podemos afirmar que longe está o homem desta meta, assim pergunto: poderá numa só vida chegar à perfeição do Pai Celestial? Mesmo aqueles, a quem chamamos de santos seriam pouquíssimos na Terra, assim a esmagadora maioria não terá a perfeição que fala Jesus. Estão mais para inferno do que para o céu, não é mesmo?

         Concluindo, iremos deixar Kardec falar na explicação que coloca da pergunta 625, do Livro dos Espíritos, que comentamos um pouco atrás: Se alguns daqueles que pretenderam instruir o homem na lei de Deus, algumas vezes a extraviaram por meio de falsos princípios, foi por se deixarem dominar, eles mesmos, por sentimentos muito terrestre e por terem confundido as leis que regem as condições da vida da alma com aquelas que regem a vida do corpo. Vários deram como leis divinas o que não eram senão leis humanas criadas para servir às paixões e dominar os homens.

 

Paulo da Silva Neto Sobrinho

 

 

 

Bibliografia:

- A Bíblia Anotada = The Ryrie Study Bible/Texto bíblico: Versão Almeida, revista e atualizada, com introdução, esboço, referências laterais e notas por Charles Caldwell Ryrie; Tradução de Carlos Oswaldo Cardoso Pinto, - São Paulo: Mundo Cristão, 1994.

- Bíblia Sagrada, Editora Vozes, Petrópolis, RJ, 8ª edição, 1989.

- O Livro dos Espíritos, IDE, Araras, SP, 37ª edição, 1987.

- A Psiquiatria em face da Reencarnação, Dr. Inácio Ferreira, FEESP, São Paulo, SP, 1ª edição, 1987.

- O Evangelho Segundo o Espiritismo, FEB, Rio Janeiro, RJ, 85ª edição.

publicado por SÉRGIO RIBEIRO às 00:08

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Excelente texto. Parabéns!
É como você mesmo colocou no subtítulo do seu blog...
Ok, Sergio.O seu e-amil é só esse: oigres.ribeiro@...
Ok, desejaria sim.
Ola, Sérgio.Gotaria de lhe fazer um convite:Gostar...
Obrigado e abraços.
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Ola, Sérgio.Gostei de sua postagem, mas gostaria s...
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